O clube União Corinthians recebeu a palestra de Geison Rauen sobre compliance esportivo e ética na noite de terça-feira, 23. A abordagem foi o procedimento a ser adotado por instituições, equipes técnicas e jogadores em relação à conduta profissional com patrocinadores e sites de apostas.
Geison é bacharel em direito, especialista em privacidade e proteção de dados (DPO) reconhecido pela empresa holandesa Exin e consultor certificado na ISO/IEC 27.001, a norma de gestão da segurança da informação desenvolvida como a melhor prática global definitiva para proteger a propriedade intelectual.
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Geison explica que o compliance esportivo é bastante recente. Ele cita o exemplo da Fifa, que enfrentou uma crise em 2015, pelo escândalo sobre a compra de votos para sedes de Copa do Mundo. Na época, pessoas ligadas à entidade desviaram dinheiro e mancharam a reputação da Fifa. A nova direção precisou fazer uma adequação em 2016. Houve uma mudança no código de ética, foi criado um canal de denúncias e um diretor de compliance foi nomeado. O primeiro manual de conformidades da Fifa foi apresentado apenas em 2020. No ano passado, ocorreu a expansão para as confederações e seus respectivos filiados.
Para Geison, as instituições devem estar atentas às condutas. A máfia das apostas, descoberta na operação Penalidade Máxima, é um exemplo. “Muitos jogadores acreditavam que não era ilegal, que não haveriam implicações. Por isso, é importante que cada clube tenha um manual de como proceder nos casos de inadequação da conduta. O primeiro passo é fornecer informações para evitar problemas como esse. Acompanhar os atletas e criar uma conscientização coletiva”, salienta.
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De acordo com Geison, o monitoramento é uma ferramenta essencial. Os atletas, principalmente mais jovens, devem ser orientados. “A instituição deve monitorar as atitudes dos atletas. Conhecer os seus empresários e outras pessoas do círculo de relacionamentos. A análise de riscos é importante para evitar venda de resultados e uso de substâncias proibidas, por exemplo. As instituições ganham credibilidade e cumprem o seu papel social”, sublinha. Outro fator que deve ser levado em conta é o apoio aos atletas. O exemplo mais recente é o Real Madrid, que enfrenta polêmicas nos casos de racismo contra o atleta Vini Jr.
As instituições devem acolher denúncias, fazer a investigação e aplicar as sanções, caso necessário. Geison vai desenvolver o programa de compliance para o União Corinthians, com o objetivo de cumprimento das leis e padrões éticos nas atividades esportivas. “O pior dano é o da imagem. A informação é rápida e o julgamento mais ainda. É difícil recuperar a imagem arranhada. É importante ser ágil nas manifestações, principalmente para acalmar os ânimos”, conclui.
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