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SUCESSO

Feira do Livro supera público da última edição; veja os números 

Foto: Albus Produtora

Além de comparecerem a lançamentos e sessões de autógrafos, no sábado e no domingo, famílias aproveitaram as atrações artísticas e culturais

O evento literário mais aguardado em Santa Cruz do Sul chegou ao fim nesse domingo, 14, superando números. O público participante chegou a cerca de 34 mil pessoas – 2 mil a mais do que em 2022. Em relação à venda de livros, foram 27.863 exemplares comercializados durante os nove dias de programação. De acordo com a agente de Cultura do Serviço Social do Comércio (Sesc) e coordenadora da 34ª Feira do Livro, Lisiane Camargo, a obra mais vendida foi O menino Valente, da autora Regina Alves Ferreira, com ilustração de Gil Kipper e publicado pela Editora Zum.

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Conforme Lisiane, a feira superou as expectativas dos organizadores. “O público prestigiou mesmo o evento. Foi lindo ver as escolas participando e as crianças vibrando com cada atração.” O contato com os escritores do município e da região também foi algo marcante, segundo a coordenadora. “É emocionante ver o público interagindo porque conseguimos entender que cumprimos o nosso papel enquanto agentes culturais e comissão organizadora. O foco deste ano foi abranger todos os públicos. E sentimos que conseguimos alcançar esse objetivo”, disse. 

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Lisiane Camargo relatou à Gazeta do Sul que os livreiros se mostraram satisfeitos. “As vendas foram semelhantes às do ano passado, então acredito que todos estejam felizes.” Por apresentar bons resultados, o evento se tornou competitivo na área de vendas e nas atrações. “Os participantes sempre se sentem muito bem com a estrutura e a programação. Eles mesmo relatam que é uma das maiores feiras do Estado”, salientou.

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O diretor do Sesc Santa Cruz do Sul, Fabrício Gianezini, destacou que a 34ª Feira do Livro foi um grande sucesso. “Conseguimos atingir o objetivo de envolver as famílias e a comunidade com a programação, assim como as escolas”, afirmou. Ainda conforme Gianezini, o Sistema Fecomércio Sesc/Senac Rio Grande do Sul está satisfeito com o resultado. “O evento contribuiu com o desenvolvimento econômico do município e também com a economia criativa, por meio da cultura”, observou. 

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Sobre a próxima edição, os detalhes mais específicos serão tratados em reunião que deve ser realizada em duas semanas. No entanto, Lisiane antecipa que o modelo de realização, no primeiro semestre do ano, deve ser mantido em 2024. “Acabou dando mais destaque para a nossa feira. No segundo semestre acontecem muitos eventos que já ocupam a cidade. Então, neste momento se tornou mais tranquilo para que todos possam prestigiar. Meu ponto de vista é que se deve manter neste período”, adiantou.

No sábado, o dia de sol convidou à visitação

O predomínio de sol e de público marcou o sábado, penúltimo dia da 34ª Feira do Livro. Essa combinação agradou especialmente aos livreiros, que tiveram suas bancas disputadas para as compras de última hora. Entre as pessoas que circulavam pelo local, a maioria já estava com algum exemplar em mãos ou prestes a concluir a compra. Foi o caso da costureira Patrícia da Silva, 44 anos, de Santa Cruz do Sul, que primeiro garantiu os presentes da filha Melissa, de 8, para depois escolher o seu. Na sacola da menina estavam um livro de poesias, um livrinho com adesivos e outro com desenhos para colorir.

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Enquanto conversava com a Gazeta do Sul, a mãe contou que estava à procura de um livro porque pretendia retomar o hábito da leitura. “Por causa da pandemia, fiquei muito tempo lendo conteúdo da internet, mas agora estou retomando os livros”, disse, ao mencionar que entre seus títulos preferidos estão os de autoajuda e de autores como Paulo Coelho e Zíbia Gasparetto. Embora a filha já tivesse visitado a feira com os colegas de 2º ano da Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, ela optou por retornar com a pequena para que, juntas, pudessem escolher os livros com mais tempo. “A turma dela esteve na feira, mas foi tudo rápido. Aí hoje viemos para ver com calma”, contou.

Quem fez questão de visitar a Feira do Livro também no sábado foi a decoradora Vanessa Borges, 43 anos, de Rio Pardo. Ela havia prometido à filha Manoela que o passeio seria seu presente de aniversário. “Hoje, a Manoela está fazendo 13 anos e prometi que traria ela no dia para comemorar”, relatou, adiantando que a adolescente sempre pede livros de presente. Estudante do 7º ano do Instituto Estadual Educacional Ernesto Alves, de Rio Pardo, Manoela conta que prefere os livros de fantasia e ficção com temáticas místicas e que lê, em média, um livro por mês.

Sobre esse hábito, ela garante que mantém porque sempre aprende palavras novas. A última leitura, aliás, conforme a mãe, foi concluída em pouco mais de 20 dias. “Ela tem algumas coleções e está procurando um que está faltando”, explicou Vanessa, enquanto segurava uma sacola com outros dois livros já adquiridos. “Para mim, como mãe, é um presente ela gostar de estudar e de ler”, observou.

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Muito mais do que a maternidade, Patrícia e Vanessa têm em comum o incentivo dado às filhas. As duas mães ressaltaram que esse apoio é incondicional e determinante para a aprendizagem e o futuro das filhas enquanto leitoras.

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A Feira do Livro de Santa Cruz do Sul é uma realização da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e do Sesc, com patrocínio do Sindilojas, Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Os apoiadores são a Assembleia Legislativa, Sesi, Colégio Marista São Luís, Colégio Mauá, Pró-Cultura, Iluminura, Gazeta Grupo de Comunicações e FocoNet Telecom.

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Literatura de mãe para filho 

O domingo de Dia das Mães registrou um público significativo na Praça Getúlio Vargas. E o cenário era de mães e pais incentivando a leitura junto a seus filhos, assim como famílias aproveitando a programação do evento literário. Quem foi em busca de exemplares para o filho foi Denise Silva. Moradores de Santa Maria, ela e Benício, de 5 anos, estavam visitando a família em Santa Cruz e decidiram dar uma passada na Feira do Livro. 

Segundo Denise, a feira estava encantadora. “Tudo muito bonito e bem organizado. O que também me chamou a atenção foi a variedade de livros e os preços acessíveis. O dia bonito igualmente colaborou”, comentou. Denise foi em busca de obras para Benício, que levou para casa dois livros de atividades e figurinhas de seu youtuber favorito. “É muito legal poder participar desse momento com ele e incentivar a leitura e a cultura”, enfatizou a mãe. 

Retrospecto positivo

Diones Lemes trouxe a sua livraria itinerante Outras Páginas, de Passo Fundo, para participar pela primeira vez da Feira do Livro em Santa Cruz. Conforme ele, um dos aspectos interessantes foi o evento ter sido realizado no primeiro semestre do ano. “Acredito que as pessoas que consomem livros estão mais habituadas a participarem no segundo semestre. Mas é muito importante que tenham feito essa mudança, para valorizar esse evento grandioso, que já possui um lugar e um layout característicos.”

O livreiro ressaltou que a feira foi experimental para sua livraria, já que participou pela primeira vez, mas gostou da movimentação de pessoas na Praça Getúlio Vargas. “Apesar da chuva nos primeiros dias, a feira deu uma resposta positiva comercialmente. Está dentro do que eu imaginei”, declarou. Lemes acredita que a feira vai manter uma aceitação satisfatória do público se mantiver os mesmos parâmetros desta edição. “Eu acho que, se for realizada neste mesmo período no ano que vem, e ter a sorte de dias lindos de sol, vai surpreender todo mundo.”

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Autores trocaram experiências em mais uma Convergência Literária

A programação da Feira do Livro no sábado, 13, também contou com mais uma edição da Convergência Literária, atividade que promove o encontro de escritores de diversas regiões do Estado. Com realização desde 2018 pela editora Vírtua, de Caxias do Sul, o evento aconteceu junto ao palco principal e neste ano contou com a participação de 19 escritores. Além dos autores locais, marcaram presença autores de Arroio dos Ratos, Caxias do Sul, Encruzilhada, Porto Alegre, Venâncio Aires e Vera Cruz.

A ideia, conforme conta o jornalista e proprietário da Vírtua, Rafael Augusto Machado, é valorizar as experiências de cada um dos participantes. “O objetivo é reunir escritores de diferentes cidades e diferentes realidades e cenários literários, de forma que tanto os escritores quanto o público interajam”, informou, ao evidenciar que, em situações como essa, o leitor também tem a oportunidade de ficar frente a frente com o escritor. “Formamos uma roda na qual cada um dos autores se apresenta e fala sobre as suas obras e seus gêneros literários. Depois se debatem os pontos pertinentes à realidade literária e, por fim, se abre espaço para o público questionar”, resumiu.

Na prática, Rafael entende que a Convergência Literária permite lançar um olhar artístico e acolhedor aos escritores. “É fazer com que eles, sem exceção, sejam vistos com o respeito e o carinho que merecem”, sublinhou, acrescentando que, desse modo, os próprios autores podem se inspirar uns nos outros. “Além disso, o livro e a produção literária, num primeiro momento, precisam ser vistos como arte e só depois como um produto mercadológico”.

Público prestigiou as sessões de autógrafos

Quem foi à Feira do Livro na tarde de sábado, 13, na Praça Getúlio Vargas, teve a oportunidade de conferir os lançamentos de novas obras e de garantir autógrafos dos autores. Entre eles estava o homenageado da edição deste ano, o jornalista Romar Rudolfo Beling, que lançou o primeiro volume de Entrevistos: conversas com escritores, pela Editora Gazeta. A obra é uma seleção de entrevistas e registros feitos, ao longo das últimas três décadas, com grandes nomes da literatura internacional e que ele teve a oportunidade de conhecer em eventos, como palestras, colóquios e feiras de livro.

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No livro Romar reuniu 20 autores estrangeiros e para o segundo volume, já previsto para 2024, conforme conta, serão reunidos autores nacionais. Ao falar sobre a obra, Romar disse que o material foi acalentado por muitos anos e que, “como uma cereja no bolo”, coincidiu de ser lançado na Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. “ Certamente, vai servir como um grande guia de leitura para o público. Espero que mais pessoas, assim como eu, se sintam inspiradas a ler esses autores. Se isso acontecer, eu terei cumprido a minha missão de divulgar todos esses nomes tão importantes da literatura nacional e internacional”, definiu.

Acompanhado da esposa Daniela Damaris Neu e de seus dois principais incentivadores na busca pelo conhecimento, seus pais Lira e Laurindo Beling, Romar recebeu o carinho e o reconhecimento de leitores, colegas escritores e amigos e aproveitou para agradecer pelo apoio incondicional que havia recebido de Daniela, especialmente na revisão da obra, bem como dos pais. A partir de agora, o livro estará disponível nas livrarias pelo valor de R$ 49,90.

Na Casa das Artes

Outro lançamento foi o do livro de contos Menores que o céu, de autoria do publicitário venâncio-airense Gean Paulo Naue, e que aconteceu na Casa das Artes Regina Simonis. Essa é sua segunda obra (a primeira foi Não tô preparado para viver, no gênero de crônicas, em 2019) e reúne 11 contos, cujo elemento em comum é o protagonismo de crianças diante da tomada de decisões importantes. “Eu vivo buscando a minha infância e gosto de relembrar o que vivi. Fui muito feliz na minha infância e me dei conta de que tinha impulso para escrever sobre isso”, explicou, justificando que nesses contos os personagens vivem longe dos grandes centros urbanos. “Essa é outra semelhança: as crianças vivem no interior e, assim como os animais, são colocadas em primeiro plano”, pontuou.

A decisão de fazer o lançamento na Feira do Livro tem um motivo especial. “O meu primeiro livro só foi possível por causa de uma feira aqui em Santa Cruz. Foi quando eu conheci um editor e então tive a oportunidade de materializar esse projeto. Até então eu publicava as crônicas na internet, e a partir dali tudo mudou”, relembrou. Gean trabalha há cinco anos como redator publicitário em Santa Cruz e garante que já tem novos projetos em vista.

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