O primeiro final de semana de maio chega com atração imperdível para todos os que valorizam a educação e se preocupam com ambientes que propiciem a expansão do conhecimento e a democratização do acesso ao saber. Essa talvez devesse ser a prioridade número 1 de toda e qualquer sociedade que, em princípio, queira legar a cada pessoa o direito inalienável da formação humana e profissional em condições de explorar dons e habilidades individuais. A fim de que, na vida adulta, cada cidadão possa igualmente contribuir para a coletividade com o exercício na área para a qual se sente vocacionado. A atração referida no começo deste texto é: a 34ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, que teve a sua abertura oficial nessa sexta-feira à noite.
Em caminhadas pela Praça Getúlio Vargas ao longo da sexta-feira, ouvia-se dos livreiros, estrelas da feira em pé de igualdade com os escritores (afinal, são eles que viabilizam a oferta de livros), sua expectativa amplamente positiva para mais esta edição. Santa Cruz há muitos anos já ingressou no radar de todos os que celebram a literatura e a leitura da melhor qualidade. A feira local já registrou a presença de escritores de renome como patronos, entre os quais se pode mencionar os inesquecíveis Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro e Thiago de Mello. Pela praça também passaram o mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, a gaúcha Letícia Wierzchowski e o chileno Antonio Skármeta, entre outros.
Agora, é a vez de a escritora Marô Barbieri, expoente da literatura infantojuvenil, merecer o devido destaque como a patrona. Em igual medida, muitos dos livreiros que, na companhia de bancas locais, asseguram a oferta de literatura variada já vêm a Santa Cruz há mais de uma década. Vários integram a Feira do Livro de Porto Alegre, uma das mais importantes do Brasil e da América do Sul. Logo, o acervo trazido para a praça assegura à população de Santa Cruz e da região acesso privilegiado a obras de autores que proporcionarão leitura informativa, prazerosa e formadora ao longo de todo o ano.
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Costuma-se ter por base que a leitura per capita de livros no Brasil não chega a cinco exemplares por pessoa ao ano. É um dado que deveria nos constranger e inquietar, até porque envolve a leitura de tudo, da Bíblia a textos técnicos. Se se tratasse de leitura média mensal, até seria admissível. E não se trata exatamente de questão decorrente de limitação econômica ou financeira, tendo em vista que, na Feira, é possível comprar cinco bons livros por R$ 100,00 (nem perto do que o cidadão gasta numa balada). É mais um aspecto cultural, ou ainda de real acesso ao livro.
Talvez isso apenas sinalize, em tempos de tanta fake news, para nossa falta de clareza acerca daquilo que é fundamental em nossa formação humana ou do que, ao contrário, deforma nossa visão de mundo. Que a Feira do Livro possa ser, até o próximo domingo, o Dia das Mães, momento valioso que nos ajude a nos reconectarmos, individualmente e enquanto sociedade, com a sabedoria. Bom final de semana e boa Feira do Livro (com ou sem chuva, que também é fundamental!)
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