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Home office: a modalidade que veio para ficar

O santa-cruzense João Felipe Marques Ribeiro, de 28 anos, faz parte da geração que literalmente trabalha de casa para o mundo. Hoje, a sua prestação de serviços se dá totalmente em home office, modalidade que se popularizou em decorrência da pandemia de Covid-19, quando o distanciamento físico se tornou necessidade.

Gerente de engenharia da área de tecnologia da informação, ele é um dos 600 funcionários de uma empresa americana chamada SOCi que, mesmo tendo escritórios em San Diego, na Califórnia, e em Austin, no Texas, Estados Unidos, funciona em sua totalidade com o trabalho remoto.

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João Felipe atua como gerente de desenvolvimento de softwares e gerencia quatro equipes. Segundo conta, a SOCi presta todos os serviços de marketing que uma agência precisa. Hoje, ele atende empresas de fora do país que desejam formar equipes para criar algum produto, como os aplicativos de delivery de comida, ou então forma suas próprias equipes para desenvolver todo o projeto que uma determinada empresa contrate. “Atendi empresas do Brasil, Estados Unidos, Austrália e África do Sul, mas atualmente faço a gestão de equipes para clientes dos Estados Unidos e da Austrália”, explica.

E não para por aí. Há seis meses, João Felipe começou a desenvolver mentorias no Brasil para empresas que precisem de um direcionamento de como trabalhar de maneira remota e desejam motivar suas equipes.

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“Alguns clientes não têm plano de carreira específico ou não conseguem manter a comunicação com seus funcionários para que eles tenham uma boa performance, e eu ajudo nisso”, revela. Ele garante que a sua experiência durante a pandemia, com o gerenciamento de equipes grandes e em diferentes lugares do mundo, foi determinante para tornar isso possível.

O começo de tudo

João Felipe começou a desenvolver sites e softwares aos 16 anos. Empreendedor nato, chegou a cursar Ciência da Computação na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), mas não concluiu. Conciliou o gerenciamento da sua empresa com o trabalho de gestor de equipe, com o qual ganhava o salário pela função de desenvolvedor. Considerando-se mal remunerado no Brasil, em 2016, após se frustrar em uma seleção de trabalho, decidiu fazer intercâmbio em Sydney, na Austrália.

Pouco tempo depois de ter pisado pela primeira vez em solo estrangeiro, tendo feito um único curso de inglês, os desafios começaram. “Trabalhei como pedreiro e como garçom, enquanto trabalhava na minha área, para juntar dinheiro e montar a minha própria empresa”, lembra.

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Com visto de estudante, João Felipe conseguiu o que chama de “diploma por mérito”, através do Instituto de Administração e Tecnologia da Austrália (AIBT). “Fiz uma série de provas e provei a experiência que eu tinha na área para conseguir ter esse diploma”, explica.

Por não ter conseguido o visto permanente, precisou retornar em 2017, quando então começou a trabalhar de forma remota. “Eu já prestava serviços para uma empresa australiana e fazia a gestão de projetos de casa mesmo. Com o crescimento do escritório, outras pessoas foram contratadas para a equipe”, informa.

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No momento, praticamente todos os trabalhos de João Felipe são em home office. “Os híbridos (remoto e presencial) são exceção, apenas quando é preciso reunir as pessoas para fazer algum evento esporádico ou então alguma reunião de diretoria”, ressalta.

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Embora se considere otimista, João Felipe lembra que há dificuldades na área, as quais exigem dedicação e flexibilidade para superar. Como desvantagem dessa modalidade de trabalho, ele cita apenas a comunicação. “Hoje, os desenvolvedores trabalham todos conectados, como se fosse numa sala virtual de reuniões. A ideia desse modelo é justamente atender às demandas mais urgentes e que exigem um prazo mais curto de resolução”, salienta.

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O primeiro milhão

A fim de contar a história da sua vida até o primeiro milhão, João Felipe escreveu um livro que tem como título “Intercâmbio de um milhão”. A publicação conta um pouco da sua trajetória de empreendedorismo e do que aprendeu no período em que viveu na Austrália.

“Durante o intercâmbio, percebi aonde eu queria chegar e a relação entre sucesso e dinheiro. Também relato os diversos insights que tive e a forma como eu já empreendia na infância e na adolescência.” Assegura que também escreveu para cumprir um objetivo pessoal e ajudar as pessoas, provando que é possível ter sucesso na área. De qualquer modo, segundo reforça, é preciso se preparar e saber para qual segmento se direcionar. Entre as metas futuras, João Felipe já adianta o trabalho para a publicação de seu segundo livro.

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