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ITAIPU BINACIONAL

VÍDEOS: usina completa meio século de geração de energia para o Brasil

Foto: Romar Beling

A barragem de Itaipu vista a partir do mirante do lado brasileiro da fronteira

É quase impossível dimensionar o que teria sido o Brasil deste último meio século, em termos de desenvolvimento regional e projeção para o mundo, sem que tivesse existido a Itaipu Binacional. Erguida, na época como a maior usina hidrelétrica do mundo, uma represa gigante nas águas do Rio Paraná, na área de abrangência da Bacia do Rio da Prata, na divisa entre Brasil e Paraguai, foi fundamental para o suprimento das necessidades energéticas nacionais. E assim segue até os dias atuais, quando se completam, nesta quarta-feira, 26, exatos 50 anos desde a assinatura do tratado entre os dois países firmando a parceria para a construção.

E é compreensível que uma obra deste porte, com o impacto ambiental, social, econômico e cultural, não poderia mesmo passar despercebida ou ignorada por ninguém. Ainda mais diante da constatação recorrente de que, em seu tempo, meados dos anos 1970, esse projeto constituía um verdadeiro case de “engenharia diplomática”.

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A iminência do meio século desde a assinatura do documento de formalização da obra realimenta todo um histórico da façanha dessa construção. Em meados de abril, entre os dias 12 e 15, a Gazeta do Sul integrou um roteiro para profissionais da comunicação de diversos estados, convidados a conhecerem trabalhos nas áreas de conservação e preservação ambiental no entorno do lago de Itaipu. O Giro do Agro PR 2023 visitou as dependências da usina e comunidades.

Essa mobilização das equipes de gestores e técnicos das mais variadas atribuições de pronto revela a importância, em meio às comemorações do meio século desde o acordo inicial para a construção da represa. Se a data de 26 de abril de 1973 teve a assinatura do Tratado de Itaipu, com 25 artigos, instrumento legal para o aproveitamento da água do Rio Paraná pelos dois países, em 17 de maio de 1974 foi criada a entidade Itaipu Binacional, para gerenciar a construção. O início efetivo das obras ocorreu em janeiro de 1975, sendo que um consórcio de construtoras tendo à frente a Andrade Gutierrez executou o projeto.

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Alguns dados sobre atração de trabalhadores e de população em geral dão uma dimensão da força-tarefa. Foz do Iguaçu tinha cerca de 20 mil habitantes na época do começo da obra. Dez anos depois já eram mais de 101 mil pessoas fixadas na cidade. Só nos trabalhos diretos junto à represa atuaram cerca de 40 mil trabalhadores, em diferentes frentes. A quantidade de concreto usado para erguer a usina permitiria construir 210 estádios do tamanho do Maracanã. O volume de terra e de rocha movimentado em Itaipu é 8,5 vezes maior do que o promovido no Eurotúnel, que liga o Reino Unido ao Norte da França sob o Canal da Mancha, no Estreito de Dover.

Erguida a represa, o reservatório da usina começou a ser formado em 13 de outubro de 1982, quando as comportas do canal de desvio do rio foram fechadas. Finalmente, em 5 de maio de 1984 entrou em operação a primeira usina geradora de energia. As 20 unidades geradoras foram instaladas no ritmo de duas a três por ano, com as últimas sendo ativadas em 2007. Dezoito delas podem ficar gerando energia o tempo todo, enquanto duas ficam em manutenção. 

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Até dezembro de 1992, Itaipu era a maior usina hidrelética do mundo, sendo então suplantada pela Usina das Três Gargantas, no Rio Yang-tsé, na China, que tem capacidade para gerar mais de 18.200 MW, enquanto a Itaipu Binacional gera 14 mil MW. Pelo tempo em operação, Itaipu é, claro, a usina que mais gerou energia limpa e renovável no mundo. O seu lago possui área de 1.350 quilômetros quadrados, estendendo-se de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai, a Guaira e Salto del Guairá, 150 quilômetros ao norte. No ponto mais distante, o lado tem 12 quilômetros de largura.

E toda essa imensa área de lago, com inúmeros afluentes, tinha, na época da inauguração da usina, uma vida útil estimada para Itaipu de até 100 anos. Curiosamente, agora, quando a hidrelética completa meio século, ou metade desta estimativa, a vida útil acaba de ser recalculada e atualizada para mais… 194 anos! Isso mesmo: Itaipu teve a longevidade triplicada. Tudo por um fator simples, e determinante: o trabalho de preservação, conservação e recuperação das margens de todos os cursos d’água com ela relacionados, e ainda os cuidados ambientais e sociais junto às populações.

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A pedra segue cantando

O sucesso do empreendimento na geração de energia limpa e renovável e a extensão da vida útil da usina por mais quase dois séculos atestam o acerto e a eficiência de um trabalho de formiguinha, incansável, realizado diuturnamente por milhares de colaboradores, nas mais diversas áreas da Itaipu Binacional que se relacionam com os projetos sociais e ambientais no entorno do lago, muitos desenvolvidos em parceria. E, naturalmente, é um esforço que ocorre em forma de espelho: as equipes brasileiras se movimentam pela margem brasileira do imenso lago; as paraguaias, do outro lado do mesmo lago. Juntos, e por vezes sincronizados e integrados nos objetivos e nas metas, mas com a autonomia de cada lado, assinam um case único mundial em geração de energia.

Conforme detalhou o engenheiro agrônomo Irineu Motter, vinculado ao Departamento de Reservatório e Áreas Protegidas da margem brasileira do lago de Itaipu, cada detalhe conta e pode ser decisivo, junto aos mais diversos cursos d’água, e, por sua vez, junto às atividades rurais ou urbanas situadas nas áreas de abrangência. Quando da entrada em operação da usina, em 1984, a agricultura convencional, com forte revolvimento de terra nas lavouras extensivas e com uso de sementes e insumos da época, era o grande limitador da vida útil projetada de Itaipu. Pois foi justamente o demorado e constante trabalho de orientação e de adequações técnicas na forma de praticar a agricultura, a pecuária e outras atividades produtivas e industriais que promoveu uma mudança drástica, para melhor, no cenário.

Agrônomo Irineu Motter aponta áreas protegidas situadas no entorno do reservatório | Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional

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Em termos etimológicos, Itaipu, em tupi-guarani, significa “pedra que canta”, ou “pedra na qual a água faz barulho”. Meio século depois do tratado original, parece que a usina ruge mais alto do que nunca.

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