Na madrugada da terça-feira, o deputado federal Heitor Schuch (PSB) vai embarcar para uma missão oficial à China. Do Rio Grande do Sul, o parlamentar é o único confirmado na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros 28 deputados, oito senadores e 100 empresários brasileiros também integram a viagem.
Lula e os membros da delegação cumprirão agendas em Xangai e em Pequim, com retorno ao Brasil previsto para o dia 15. Em entrevista à Gazeta do Sul, Schuch destacou que pretende ampliar relações comerciais entre a agricultura e o mercado internacional e no que tange às commodities, diante da ampla participação do Brasil e do Estado gaúcho neste setor da economia. Confira a entrevista abaixo.
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Heitor Schuch – Deputado federal
Gazeta do Sul – Esta será a primeira visita do senhor ao país chinês? Heitor Schuch – Eu já estive na Coreia do Sul, no Vietnã e em países da Europa e da América. Na China, será minha primeira vez. Vou neste domingo para Brasília resolver algumas questões burocráticas, e na madrugada de terça a gente embarca.
Qual será o foco principal do senhor durante a visita? Nossa agenda principal vai tratar daquilo que é básico para um país que é produtor de alimentos. Além disso, vamos tratar das commodities, visto que o Brasil e o Rio Grande do Sul possuem uma forte participação nesse fator da economia. Vamos falar sobre capital estrangeiro e empresa multinacional, pois temos muitos exemplos em nossa região, como empresas do ramo do tabaco, que contam com capital americano, inglês, japonês e chinês. Se olharmos em nível nacional, isso ainda está no início; diferente da nossa região, que está neste mercado há tempo. Sabemos que a produção de tabaco não ocorre em toda parte do Mundo, e, por isso, a China é um grande consumidor nosso.
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Como o senhor avalia o momento atual da indústria brasileira? Nós, brasileiros, deixamos a nossa indústria cair muito. Hoje, ela responde apenas por 11% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional; em outra época, era mais de 30%. Temos o luxo de comprar as coisas de outros países, e o maior aprendizado tivemos durante a pandemia de Covid-19, quando tínhamos que comprar máscaras e luvas de outros países e nos cobraram valores extremamente elevados. Por isso, precisamos organizar a nossa industrialização, porque vender grãos, carnes e tabaco não é tão bom como se fosse possível vender, por exemplo, o óleo de soja e o cigarro como produtos já elaborados e com valor agregado.
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Na condição de presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, de que pontos o senhor vai tratar? Temos uma agroindústria riquíssima; um exemplo é o queijo, em que o Rio Grande do Sul se destaca com muitas queijarias, mas temos essas empresas em Minas Gerais e São Paulo. Meu propósito, nesta missão, vai ser ampliar mercados e espaços comerciais de produtos que passem pela indústria, para agregar valor ao produto, e fazer com que a gente possa ter uma participação maior. Então, o governo brasileiro quer ampliar as portas comerciais com o Mundo e com a China, dizendo o que temos a oferecer e o que precisamos reforçar nesta relação comercial.
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O Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco dos Brics, pode impulsionar a comercialização de produtos da nossa região? Nesta viagem, queremos agregar isto, para podermos usufruir melhor deste Banco dos Brics, que vai ser presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff. Vamos ver como isso pode ajudar empresas que não têm capital de giro para entrar no comércio internacional. Precisamos fazer com que este banco esteja mais perto do cotidiano; inclusive, estamos na expectativa do acordo que deve ser assinado para termos uma moeda específica para negociações, sem precisar usar o dólar.
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