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ECONOMIA

Pesquisa aponta que micro e pequenas indústrias estão otimistas

Direção da CWR Soluções Industriais acredita em um ano bem positivo nos negócios

O Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) divulga, mensalmente, os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha sobre o índice de satisfação dos empresários. O primeiro apontamento desse ano mostra uma queda de 11 pontos, de 135 para 124, com diminuição na avaliação positiva de faturamento e na margem de lucro.

Apesar disso, 52% dos entrevistados acreditam em melhora nos negócios no curto prazo. O índice é maior do que no final de 2022, quando eram 46%. O Sul, porém, mostra-se mais pessimista: 41% pensam em dias melhores.

Presidente do Simpi, Joseph Couri

O presidente do Simpi, Joseph Couri, entende que a tendência é a elevação do otimismo, mesmo com a queda no faturamento nos dois primeiros meses. “Há diferenças significativas entre as respostas de cada região. Algumas, por exemplo, podem chegar a 26%”, explica, ao avaliar o motivo para o Sul não estar confiante.

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Presidente da Associação Comercial de Industrial (ACI) de Santa Cruz, Cesar Cechinato crê não se tratar de pessimismo, mas de um pragmatismo mais acentuado dos sulistas. “Creio que a preocupação com efeitos da estiagem no Sul, o que não ocorreu nas outras regiões, que impactam também a indústria, pois é fornecedora do agro; a alta taxa de juros e o endividamento das famílias tenham contribuído para este índice estar descolado em relação às outras regiões”, exemplifica.

Os sulistas também são os mais incrédulos na possibilidade de controle da inflação. O levantamento mostra que 57% pensam que irá aumentar, ao ponto que a média nacional fica em 50%, índice abaixo dos 56% apontados em abril/maio de 2022.

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As situações mencionadas por Cechinato são perceptíveis no resultado da pesquisa. A taxa de inadimplência aumentou de 35% para 37%, fazendo com que 29% das micro e pequenas indústrias deixem de pagar fornecedores, dívidas bancárias, impostos, contas de consumo e despesas em geral. Cresceu, ao mesmo tempo, o número de organizações com capital de giro insuficiente para a manutenção das atividades. Ampliou de 43% para 47%.

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A solução é buscar dinheiro no mercado, mas as altas taxas de juros têm feito com que esse recurso seja escasso, ou caro. Um dos mecanismos, o cheque especial, virou alternativa para 8% das indústrias. Tanto Couri quanto Cechinato observam nessa opção um grande risco. “É suicídio. São 400% de juro, e isso é imoral”, avalia o presidente do Simpi. “Usado continuamente, é o caminho mais curto para o encerramento das atividades”, resume Cechinato.

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As questões macro

A dificuldade de conseguir crédito no mercado é um dos apontamentos percebidos na pesquisa do Simpi. “Empresas boas, bem administradas, independentemente do seu tamanho, sempre terão oferta de crédito. Para cada fase do negócio existem linhas específicas. Tem que pesquisar”, garante Cechinato.

Cita que, além dos bancos tradicionais, de fomento, existem os fundos de investidores interessados em aportar recursos, não apenas em atividades inovadoras, como as promovidas pelas startups, mas em negócios de setores “tradicionais”.

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A falta de recurso é explicada por Couri como consequência da alta taxa de juros. “A posição do governo federal e do ministro Fernando Haddad, na briga com as taxas, é importante, porque a Selic é referencial para quem aplica, mas para quem toma o crédito esse percentual é bem maior do que os 13,75%, e isso coloca em risco a indústria”, exemplifica. A adequação dos juros aos praticados no mundo e mais investimentos em inovação, ciência, tecnologia e pessoas são entendidos pelo presidente do Simpi como fatores importantes para o desenvolvimento industrial brasileiro.

No cotidiano das empresas, soma Cechinato, devem ser intensificadas ações de planejamento, gerenciamento dos processos, cuidado com estoques e fluxo de caixa e foco em inovação e nas pessoas.

Empresário de Santa Cruz acredita que 2023 será positivo

O casal Carlos Eduardo Nunes Veleda e Vanessa Ribeiro, de Caxias do Sul, veio para Santa Cruz do Sul para empreender. Percebendo o potencial local, trouxeram o know-how no setor metalomecânico. Há cinco anos, administram a CWR Soluções Industriais e empregam, atualmente, 20 profissionais.

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“Fazemos peças para atender a empresas e, de acordo com necessidade do cliente, podemos planejar alguns equipamentos”, explica. Diz que, entre o período após a eleição passada e os meses iniciais, houve uma queda expressiva na demanda. “Atuamos forte com o agro, que acabou dando uma freada”, justifica.

Mesmo assim, a empresa segue investindo. Foram importados três equipamentos para atender ao mercado local. Passado o momento de maior incerteza, em relação à troca de governo, Veleda conta que novos players começaram a aparecer e representar a retomada dos negócios, o que faz crer que 2023 será muito positivo.

Questão tributária

A dificuldade com a administração tributária é apontada como motivo de muita dificuldade por 17% das indústrias. A possibilidade de uma reforma, a partir das duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 45 e 110, é vista com bons olhos pelo Simpi. Couri defende a instituição de um imposto único, mas sabe que isso seria utopia. Então, foca a atenção em defender que seja mantido o Simples Nacional e que seu teto seja elevado, haja vista que não tem reajuste há seis anos.

“O não aumento empurra as indústrias para a informalidade. Hoje, são 30 milhões de pessoas na informalidade, e o Simples foi criado para viabilizar o nascedouro de empresas e dar condições para pagar tributos, crescer e gerar empregos”, reforça.

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