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SANTA CRUZ

“Não é pelo dinheiro, é por justiça”, diz advogado envolvido em episódio no HSC

Imagens de câmeras mostram confusão ocorrida no corredor anexo à sala vermelha | Foto: Reprodução/GS

O caso de desavença entre um médico e um advogado dentro do Hospital Santa Cruz (HSC), durante um atendimento realizado no dia 1º de junho de 2021, deve ganhar novos desdobramentos no Judiciário. Os detalhes da denúncia do Ministério Público na esfera criminal e da condenação em primeiro grau do profissional do Direito na esfera civil foram apurados e revelados com exclusividade pela Gazeta do Sul e causaram grande repercussão no município.

Nessa segunda-feira, 20, o advogado envolvido no episódio conversou com a Gazeta e garantiu que irá recorrer da decisão do Juizado Especial Cível do município, que o condenou a pagar indenização por danos morais de R$ 4 mil ao médico do HSC. Diferentemente da versão apresentada pela defesa do funcionário da casa de saúde, ele diz que não ameaçou nem tentou agredir ninguém. Conhecido pelo trabalho à frente de vários projetos sociais na cidade, o profissional do Direito preferiu manter o nome em sigilo, mas explicou sua versão.

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“Não é pelo dinheiro, é por justiça que vou recorrer. Apenas fui falar com o médico. Em nenhum momento ameacei de morte ou agredi ninguém. Disseram que eu estava com a minha carteira da OAB afirmando que era advogado. Não tem áudio nas câmeras, e entre minha chegada na porta da sala onde ela estava e a minha retirada pelo segurança deu seis segundos, pelo vídeo. Não tinha tempo para eu fazer nada daquilo, porque o vigilante já chegou me dando uma gravata, me derrubando no chão e colocando o joelho no meu peito”, disse o advogado.

A Gazeta do Sul teve acesso exclusivo aos vídeos juntados ao processo que mostram a confusão no corredor anexo à sala vermelha do Hospital Santa Cruz, em 1º de junho de 2021. “Todas as imagens de câmeras mostram que não agredi, mas sim que fui agredido covardemente pelo segurança e por mais dois médicos”, salientou ele.

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De acordo com o profissional, ele entrou por uma porta que estava aberta, que não havia vigilante fazendo a segurança, e foi procurar a mãe. “Acompanhei ela desde o início do tratamento até os últimos momentos. Minha mãe estava em coma. Apenas entrei para orientar o médico sobre os sintomas e histórico recente, pois quando ela chegou ao Pronto Atendimento ninguém questionou a família sobre o estado de saúde, se ela tomava algum medicamento ou qual tratamento estaria realizando. Só queria explicar o que ela estava passando, porque ela não podia falar naquele momento, devido ao seu estado”, complementou.

Para filho, houve negligência médica no atendimento à mãe

A mãe do advogado, que tinha 65 anos, faleceu no dia seguinte ao episódio, em 2 de junho de 2021, vítima de câncer no estômago. O advogado acredita que a morte ocorreu por negligência no atendimento médico realizado no Hospital Santa Cruz. Ele afirmou ainda que discorda da decisão do Juizado Especial Cível. “O juiz levou em consideração as testemunhas do médico, que são subordinadas a ele, e não considerou as minhas, que estavam lá na hora e viram todo o ocorrido. Sem contar as imagens, que mostram que não agredi ou ameacei ninguém.”

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Diferentemente do que foi apresentado pela acusação, de que o advogado teria invadido uma área restrita, o profissional do Direito diz que apenas entrou em uma porta que estava destrancada, sem segurança. “Pela minha mãe, pelo meu pai, pelas minhas irmãs, sobrinhas, eu entraria de novo na porta. O que aconteceu comigo poderia ter acontecido com qualquer um. Dinheiro nenhum vai trazer ela de volta, não vai apagar a dor de perdê-la. A ferida continua aberta, mas vou recorrer para isso não acontecer com mais pessoas”, frisou.

Segundo o profissional, a mãe dele precisava de uma UTI, pois veio transferida de uma clínica oncológica em coma, o que teria sido um dos motivos que o fizeram entrar na sala de atendimento para falar com o médico. Conforme o advogado, ao entrar na sala, teria se deparado com a mãe sobre uma maca sem atendimento e com os médicos e enfermeiros conversando e rindo. “Minha mãe era o esteio da família. Fazia cuca, pão e trabalhava bastante. Quando chegam as datas comemorativas, dói muito. No dia da audiência, eu já cheguei perdendo, sentenciado, porque perdi ela”, enfatizou.

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O advogado preferiu não revelar a tese que usará na argumentação do recurso, que deve ser despachado até o fim dessa semana, referente ao processo civil. “Tenho certeza que, subindo esse processo para o Tribunal de Justiça de Porto Alegre, vai haver outro entendimento. Deixo os meus sentimentos a todos os familiares que já perderam algum ente querido por falta de atendimento ou negligência médica”, finalizou. Quanto ao processo criminal, uma audiência deve ser marcada para ocorrer em Santa Cruz até a metade do ano.

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