Foi aberta nessa segunda-feira, 20, a exposição “200 anos Fritz Müller e mostra de acervo biológico”, que pode ser conferida na Biblioteca Central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Müller foi um naturalista e biólogo que viveu em Santa Catarina durante 45 anos. É um precursor do ambientalismo e autor de mais de 250 trabalhos sobre a fauna e a flora catarinenses. Ele também tornou-se conhecido como um dos principais colaboradores de Charles Darwin, com quem trocou correspondências por 17 anos.
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A ideia da exposição partiu do cônsul da Alemanha em Porto Alegre, Milan Simandl, durante visita à Unisc em outubro do ano passado. Informações e fotos sobre Müller e parte do acervo biológico ficarão na biblioteca até o próximo dia 31. Para quem deseja prestigiar a exposição, o horário de funcionamento da Biblioteca Central é de segunda a sexta-feira, das 7h40 às 22h30. Já para as escolas que queiram encaminhar turmas, as visitas guiadas ocorrem por agendamento prévio para a tarde do dia 27 ou manhã do dia 28, pelo telefone (51) 3717 7568.
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Na abertura da exposição, estiveram presentes o reitor da Unisc, Rafael Frederico Henn; o coordenador do Núcleo de Arte e Cultura, Luiz Augusto Costa a Campis; a chefe de gabinete, Silvia Raquel Rocha; a coordenadora da Assessoria Internacional, Cristiana Verônica Mueller; e o professor Andreas Köhler.
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Müller era um grande observador da natureza
Para o biólogo Andreas Köhler, professor do Departamento de Ciências da Vida da Unisc, Fritz Müller, que contribuiu para a Teoria de Evolução de Charles Darwin, bem poderia ser o pai da Ecologia. “Ao longo de sua atuação como naturalista, ele visitou várias vezes o Rio Grande do Sul. Distante de sua terra natal e completamente imerso na natureza brasileira, Fritz descobriu-se um observador nato. Passou a interpretar e documentar toda a fauna e a flora das matas, dos rios e do mar, aprofundando-se em aspectos biológicos, ecológicos, anatômicos e evolutivos das espécies”, explica.
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Em 1861, Müller recebeu uma correspondência do amigo Max Schultze. “Era um exemplar do livro A Origem das Espécies. Maravilhado, ele decidiu contribuir com os estudos de Darwin para provar a Teoria da Evolução, que era pouco aceita na comunidade científica da época”, diz Köhler. “Em 1864, reuniu os estudos realizados e publicou seu primeiro e único livro, Für Darwin (Para Darwin). A obra o colocou nos holofotes da ciência mundial como o pioneiro a testar e comprovar a proposta de Darwin sobre a evolução das espécies.”
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História
Johann Friedrich Theodor Müller, mais conhecido como Fritz Müller, nasceu em Windischholzhausen (Alemanha), em 31 de março de 1822. Faleceu em Blumenau, no dia 21 de maio de 1897. Como não existia a Biologia, ele estudou Matemática e Ciências Naturais no curso de Filosofia, em que se formou. Estudou Medicina para participar como médico de expedições pelo mundo.
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Veio para o Brasil por causa do pedido de um conhecido da família que estava fundando uma colônia no sul do Brasil: Hermann Blumenau. Aos 30 anos, Fritz emigrou para Santa Catarina com a esposa, a filha mais velha e um irmão também casado.
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Como outros colonos pioneiros, Fritz abriu clareiras no mato, construiu a própria casa e plantou alimentos. Quatro anos depois, naturalizou-se brasileiro e foi contratado para dar aulas de Matemática e Ciências Naturais no Liceu Provincial, uma escola em Desterro, hoje Florianópolis.
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Além de um dos naturalistas mais importantes da época, Fritz Müller foi o primeiro a testar em campo as ideias de Darwin. Utilizou como objetos de estudo crustáceos marinhos, o que resultou em trabalhos comparativos de embriologia, ontogenia, ecologia, fisiologia e morfologia. Esse longo e minucioso estudo resultou no livro Für Darwin, que foi publicado cinco anos após a Origem das Espécies de Darwin e ajudou a propagar e defender a teoria darwiniana.
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