Todas as pessoas têm problemas a serem resolvidos. Em alguns casos eles podem ser superados com um pouco de dinheiro, noutros é preciso a ajuda de terceiros; há, também, quem necessite de um abraço e atenção. A forma como são encarados é o que diferencia os seres humanos.
Luci Romeiro dos Santos tem 50 anos. É exemplo de quem encontra, a cada novo dia, um novo desafio. Natural de Rio Pardo, mudou-se para Santa Cruz do Sul há cerca de duas décadas. Não foram tempos fáceis. “Cheguei a morar por um tempo em barraca, ali no fundo do mato”, recorda. Uma enchente fez com que a estrutura onde estava ficasse danificada. A Prefeitura de Santa Cruz tinha projeto de moradia popular e sua família foi beneficiada.
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Até então, sua história é como a de milhões de brasileiros, que encontram dificuldades para a subsistência familiar. Aos 44 anos, porém, surge um diferencial. Após o anúncio de que havia tido uma interrupção involuntária na gestação, foi informada de que seria bem difícil engravidar, novamente.
“Pouco depois, tive uma sensação estranha e fui à médica. Ela disse que eu estava grávida”, recorda. Viria o sexto filho da família, o terceiro com o atual marido Elair Machado, 45 anos. “Depois dos exames, um médico perguntou se eu tinha caso de pessoas especiais na família. Disse que não”, conta. A suspeita dos profissionais da saúde foram confirmadas, quando houve uma ruptura do colo de útero e o nascimento do menino Kevin.
Atualmente, com seis anos, ele é portador da síndrome de Down, tem transtorno do espectro autista, alergia à proteína do leite, asma severa e problemas intestinais e cardíacos. Tudo isso fez com que a mãe lhe dedica-se tempo integral. “Em Rio Pardo eu trabalhei em um supermercado e tinha posição de liderança; aqui, atuava como safrista nas empresas, mas tive que parar para poder me dedicar ao Kevin”, afirma.
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O marido trabalha em regime informal, fazendo com que não tenha vencimentos quando há chuva. Dessa forma, o rendimento da família diminui, mas os custos continuam altos, quando não aumentam. É nesses momentos que Luci entra na batalha para garantir melhor qualidade de vida para o menino e os outros dois filhos pequenos, que ainda estão em casa – os três mais velhos casaram-se e têm suas famílias.
“Já vendi coisas pessoais para conseguir algum dinheiro para não faltar nada para eles. Teve uma ocasião em que o Estado suspendeu o repasse do leite e medicação, daí tive que vender até brinquedos deles para auxiliar”, relata.
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Atualmente, após disputa judicial, consegue uma série de auxílios, como o leite especial, que custa R$ 370,00 a caixa – e Kevin toma uma a cada dois dias -, suplemento alimentar, que demanda mais R$ 250,00, além de outros medicamentos.
Ainda assim, os gastos são altos, pois o menino tem algum problema de pele que inviabiliza usar as fraldas distribuídas pelo Estado. É necessário comprar na farmácia sempre. “Às vezes, dá vontade de sair correndo, mas não posso fazer isso, pois meu foco é minha família”, garante.
Histórico
Essa atenção aos familiares não faz parte da vida de Luci, somente, agora. Quando tinha por volta dos 20 anos, deixou seu trabalho para poder cuidar dos pais, que estavam com problemas de saúde. Hoje, essa é uma realidade dela. O estresse fez com que passasse a registrar hipertensão, tem diabetes e anemia profunda, que pode evoluir para algo mais grave. “Mas como vou cuidar de mim, se tenho que dar atenção e direcionar para o Kevin?”, questiona.
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Todo empenho é bem visto pelos filhos mais velhos, pelos vizinhos e até por integrantes do sistema público, que percebem as dificuldades enfrentadas no dia a dia. Luci tem uma explicação para isso. “Se eu não puder te ajudar, não me meto na tua vida”, frisa.
Sua nova empreitada está vinculada com a necessidade de dar suporte para uma cirurgia que Kevin deverá fazer em Igrejinha. “Ele precisa fazer exames e tomar uma vacina, que custam R$ 600,00, mas eu não tenho de onde tirar”, ressalta. Além disso, por ter dificuldade de alimentação, o menino está com 19 quilos, beirando a desnutrição. Uma atenção especial tem de ser dada para isso.
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São mais batalhas para vida de Luci, que as enfrenta. Tira forças nem sabe de onde, mas, com seu esforço e o auxílio de pessoas do bem, vence.
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