Há menos de um mês, o espaço conhecido por sediar eventos importantes de Santa Cruz do Sul, como a Oktoberfest e o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), ganhava um novo significado. O Ginásio Poliesportivo deixou os ares festivos para receber pacientes com suspeita de Covid-19. O Ambulatório de Campanha, como é chamado, foi um dos primeiros hospitais temporários criados especialmente para enfrentamento da pandemia no Rio Grande do Sul.
Nesta quinta-feira, 23, o local completará um mês de funcionamento. Até agora, já foram atendidas 440 pessoas, em uma média de 15 por dia. Isso significa que, somente no espaço, a cada uma hora e meia, aproximadamente, uma pessoa foi atendida. As consultas no local resultaram em cinco observações e 87 notificações ao Ministério da Saúde, dentro dos critérios estabelecidos pelo órgão. Dentre elas, o primeiro caso confirmado de novo coronavírus no município, cujo resultado chegou no último dia 5.
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A diretora da Secretaria Municipal de Saúde, Raquel Rozeno, destacou que a implantação da estrutura teve como objetivo direcionar atendimentos de unidades de saúde e plantões, principalmente nesta época em que problemas respiratórios são comuns, além de criar um local mais seguro para que as pessoas pudessem ser atendidas. “Neste período de troca de temperatura é normal que mais pessoas procurem os serviços de saúde por causa de resfriados e gripes. O ambulatório permite que concentremos esse público, facilitando que a rede mantenha os demais atendimentos”, explicou.
Para montar a estrutura e colocá-la em funcionamento, o espírito de solidariedade foi a principal ferramenta, desde o empréstimo de insumos e equipamentos até a alocação de mão de obra e a doação de alimentos. Já nos primeiros dias, técnicos em enfermagem, enfermeiros e um médico – do quadro da Prefeitura e também voluntários – colocaram em prática os seus conhecimentos e a força de vontade de ajudar o próximo. “Também contamos com a ajuda de empresas que doaram recursos para investirmos no local. São mais de R$ 500 mil para aplicarmos na manutenção do ambulatório nos primeiros meses”, comentou Raquel. “Este é um momento em que precisamos juntar forças. Não sabemos até quando a pandemia vai. Estamos nos preparando caso não seja possível evitar um número mais alto de infectados, mas prevenção ainda é o melhor caminho e deve ser responsabilidade de cada cidadão.”
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Números
28 dias de funcionamento
440 pessoas atendidas
15 é a média de consultas diárias
5 pacientes em observação
87 casos notificados
1 caso confirmado
21 profissionais por turno
Saiba mais
Quem deve ir ao Ambulatório de Campanha?
Moradores de Santa Cruz do Sul, com idade a partir de 13 anos e com sintomas leves a moderados de novo coronavírus – tosse, febre, calafrios e coriza, dentre outros –, mas que não apresentem ainda insuficiência respiratória. O ideal é ligar para o seu posto de saúde antes e conversar com a equipe do local para receber orientações. Se for fora do horário do posto, pode ligar para a Vigilância Epidemiológica (telefones 2109 9547 e 98444 9875) ou para o Tele Cuidado da Unisc, número 3717 7300, opção 2.
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Quando devo buscar outros serviços de saúde?
Crianças com até 12 anos devem ser levadas para o Centro Materno Infantil (Cemai), onde há atendimento especializado. Se apresentarem sintomas leves, mesmo que gripais, o ideal é ligar para a sua unidade de saúde ou para a Vigilância Epidemiológica. Já adolescentes e adultos com sintomas mais graves de novo coronavírus, com insuficiência respiratória intensa e febre alta, devem ir direto ao Pronto Atendimento (PA) do Hospital Santa Cruz, o Hospitalzinho ou a UPA do Esmeralda.
Onde fica e qual o horário de atendimento?
O ambulatório funciona 24 horas por dia. A entrada deve ser feita pelo portão 7 do Parque da Oktoberfest, na Avenida Independência.
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Quantas pessoas trabalham no local?
São mais de 60 profissionais, divididos em três turnos.
O que a estrutura possui?
Sala de recepção, consultórios médicos, sala de acolhimento e triagem, sala de medicação, sala de observação com 50 leitos, salas de enfermagem e de apoio, almoxarifado, rouparia, sala de gerenciamento e vestiários adequados para segurança dos funcionários.
Qual o fluxo de atendimento?
1- O paciente retira uma senha na recepção, faz o cadastro e recebe uma máscara.
2- Depois, passa por uma triagem na sala de enfermagem. No local, ocorre a medição de temperatura e da pressão arterial. O enfermeiro ou técnico faz a classificação de risco (muito urgente, urgente e pouco urgente).
3- O paciente aguarda pela consulta com médico.
4- Após o diagnóstico, ele passa para a sala de medicação, onde recebe o tratamento para sintomas; é liberado para isolamento domiciliar ou é encaminhado para o hospital (depende da conduta médica).
5- Caso o paciente precise ficar em observação por um tempo maior, será encaminhado para um dos leitos disponíveis na quadra do Poliesportivo, onde também haverá equipe com médico, enfermeiro e técnico para acompanhar o quadro.
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