A 34ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, cuja realização foi anunciada para maio, promete ser um palco por excelência para as boas, instrutivas e formadoras histórias. O novo período do evento, que em suas últimas edições ocorria no segundo semestre, foi confirmado na quarta-feira pela Comissão Organizadora. Em sintonia com o mês, quando acontece entre os dias 5 e 14, na Praça Getúlio Vargas, a feira também vai celebrar as mamães, em torno do slogan “Leitura, mãe do conhecimento”.

Junto com a nova data e com o slogan, a comissão igualmente anunciou o nome da patrona, que será a escritora e professora Marô Barbieri. Aos 78 anos, essa escritora, nascida em Bento Gonçalves, é compreendida como uma das mais importantes autoras gaúchas de livros direcionados a público infantil e adolescente.

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O sucesso de sua obra, que já alcança 35 títulos, rendeu-lhe muitas premiações e o reconhecimento na forma de honrarias, entre elas a de ter sido patrona da 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2019, esse que é um dos maiores eventos culturais e literários a céu aberto das Américas, na Praça da Alfândega.

E, agora, ela chegará em maio para ser a grande atração de outra feira organizada em uma praça, a de Santa Cruz do Sul. Serão dias nos quais ela poderá interagir com leitores e com os demais escritores que estarão na agenda do evento. E, naturalmente, iluminará o público, de todas as idades, com seu carisma, seu entusiasmo e sua sabedoria.

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A cidade na qual cumpriu a primeira agenda como escritora

Em um depoimento por vídeo veiculado na quarta-feira, 15, pela Comissão Organizadora, durante o anúncio de seu nome, a patrona Marô Barbieri evidenciou a emoção e a alegria por poder estar na Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, em maio. À Gazeta do Sul, por telefone, na quinta-feira, 16, reforçou o quanto Santa Cruz fala alto ao seu coração pelo fato de ter vindo dessa cidade o primeiro convite que recebeu como escritora, para uma atividade, no início de sua carreira literária. Agora, três décadas depois, retornará como a grande atração da 34ª edição.

Na expectativa pelo reencontro com os leitores, depois de um período em que não visitou a região, ela antecipa que certamente trará consigo dois novos lançamentos, agora em finalização editorial. São eles um novo título mais voltado a crianças, Olhos de mel, e uma nova aventura de sua consagrada Tinoca Minhoca, que fez sua estreia em 1991 e reapareceu em Tinoca Minhoca e o Campeonato de Ondas Gigantes, em 2019, nesse caso ambientado em Portugal. Agora, com Tinoca Minhoca – Aventuras no Skate, a personagem descortinará a bela orla revitalizada da orla do Guaíba, na capital.

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Mãe de Luís Felipe, falecido, e da farmacêutica Alessandra, Marô ainda não é vovó, mas compartilha com muita energia e muito carinho suas incríveis histórias com leitores de todas as idades. Presença assídua em feiras e eventos literários e culturais de cidades de todos os portes, das pequeninas de interior às capitais, Marô é também uma interlocutora de seus pares, como integrante da Academia Rio-grandense de Letras. Para os santa-cruzenses, deve ser considerado um enorme privilégio ter a oportunidade de conversar com Marô e ler suas iluminadas histórias durante a 34ª Feira do Livro, no mês de maio.

Cidadã do mundo

Ainda que nascida em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em 21 de abril de 1944, Marô, ou Maria Eunice Garrido Barbieri, é, desde a mais tenra infância, uma cidadã do mundo. Com seus pais ela residiu em diversas regiões do Estado e do País, até se fixar em Porto Alegre. Formada em Letras pela PUCRS, tornou-se professora de português, francês e literatura; em paralelo, passou a se dedicar a contações de histórias, com inúmeros projetos relevantes na área, também como consultora. E, claro, mergulhou na escrita, com obras que se tornaram best-sellers junto a crianças e adolescentes, tanto nas escolas quanto nas feiras em geral. Sua personagem Tinoca Minhoca firmou-se no imaginário de gerações.

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Entrevista – Marô Barbieri – patrona da 34ª Feira do Livro de Santa Cruz

• Magazine – Por que ler? Porque a leitura faz com que a gente enriqueça a nossa experiência de mundo, faz com que possamos nos conhecer melhor, nos projetarmos de alguma maneira naquele mundo maravilhoso, ficcional, que tudo permite. Certamente faz com que a gente se torne um melhor observador da vida, uma pessoa um pouco mais consciente, crítica talvez, acho que a leitura sempre vai nos fazer bem.

• O que ler? Ler o que lhe dê prazer, leia aquilo que lhe interessa. Não precisamos determinar o que você deve ler, cada um deve procurar a leitura que lhe interessa, que de alguma maneira maravilha, enfeitiça, faz com que o leitor pegue e não consiga largar. Isso se faz muito na infância, há um trabalho muito grande por parte das escolas e entidades culturais em mostrar para a criança aquele interesse, o maravilhamento que existe dentro de um livro. Se isso se mantém, acho que a gente deve continuar lendo aquilo que escolhemos, aquilo de que gostamos.

• Por que ir à Feira do Livro? Porque a feira é a casa do livro, faz com que o livro venha até você. Na verdade, como nós não temos tantas livrarias hoje em dia, é interessante que exista a festa do livro, que está na raça, ao seu dispor, enquanto você passa para ir de um lado a outro da cidade. A feira merece uma visita, e é isso que a gente vai dizer para os amigos e amigas aí de Santa Cruz. Venham para a feira, para a leitura, para a vida, porque tudo o que está na leitura, na ficção, também está na vida de alguma forma.

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