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CRONIQUINHA

A copa no quarto

Sou mais um dos tantos que se empolgaram com este renascimento do futebol de botão motivado pela série de reportagens que a Gazeta do Sul vem fazendo a respeito. Muito massa!

E no isolamento social fui buscar companhia nos antigos “atletas” do meu time, depois de revirar as gavetas do porão aqui de casa. Um porão afetivo, abarrotado de íntimas memórias, de lembranças de um passado recente.

E de muitas teias de aranha, também!

Estavam todos lá, os atletas, vivendo no sufoco de um saco plástico já meio amarelado pelo tempo, presos por um daqueles elásticos de cabelo, com vista para um cachimbo que nunca foi usado, dois rolos de filme Kodak (que nunca foram revelados) e vários montinhos de serragem moldados das sobras dos almoços e jantas da farra dos cupins.

Quantas boas recordações! À medida que os esparramava sobre a mesinha da sala, fui lembrando-me de seus nomes, em um modo automático: Orlando, Osmar, Luisinho e Jorge Valença; Chicão, Toninho Cerezo e Palhinha; Renato, Reinaldo e Éder. João Leite, o “Goleiro de Deus”, uma caixa de fósforos da marca Olhão recheada de pequenos cascalhos, teve um destino cruel – culpa dos cupins! – e virou um daqueles montinhos referidos aí em cima.

Que time, meu senhor! Quem conhece um pouquinho de futebol já percebeu que foi inspirado no Galo Mineiro da metade da década de 1970, que só perdia para o Inter.

Modéstia à parte, meu pelotão era o terror do Bairro Cristo Rei, em São Leopoldo, nos embates históricos que se estendiam noite adentro na casa do Almiro (dono do campinho, o Estrelão, e do time do Inter. Aquele Inter!) e que só terminavam quando o seu Alaor, o vô do Almiro, nos expulsava a tapas, do seu quarto (local onde as delegações se reuniam), só porque queria dormir… Que absurdo!

Eu era o presidente, treinador, massagista e… psicólogo! Sim, aquelas chapinhas redondas e coloridas, de acrílico, unidas por finíssimas camadas de cola, tinham alma, sentimento, atuavam quase que de forma autônoma, independente, com muita personalidade e precisão. Ou falta dela, também.

Passei um bom tempo de minha vida girando em torno de uma mesa de futebol de botão. Foram quilômetros de caminhadas e de sólidas amizades nascidas ali, naquele circuito empolgante e interminável. E sempre lembro com muita saudade da dona Cleide, a mãe do Almiro, invadindo a arena e depositando os copos de Toddy geladinho sobre o “gramado”, para o desespero do Almiro – e para a satisfação geral de seus adversários, principalmente quando o Toddy vinha acompanhado de um belo e farto bolo de chocolate.

Mas teve uma vez que a dona Cleide quase afogou o Falcão e…

CONTAÇÃO
Viva e deixe viver

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Olha só que legal! Os contadores de histórias da Associação Viva e Deixe Viver (Viva) estão abraçando os recursos do ambiente digital para se manterem próximos do público infantojuvenil, driblando as dificuldades impostas pelo isolamento social.

A entidade está promovendo todas as terças e quintas-feiras uma série de contação de histórias com seus voluntários, por meio de seus canais próprios no Instagram (@vivavdv) e YouTube (associacaoviva). Nesses dias, durante as manhãs, às 10h30, eles contam #históriasdebomdia.

Já no final da tarde, às 18h30, é a vez das #históriasdeboanoite.

De forma lúdica, os voluntários da Viva estão contando histórias e dando dicas de prevenção do coronavírus sem assustar os pequenos.

“Como a doença se tornou um dos principais personagens nos noticiários, as crianças estão tensas com a situação, assim como os adultos. Por isso, entre uma história e outra, os voluntários falam, por exemplo, sobre a importância da higienização correta das mãos. Esse hábito, às vezes, é deixado de lado e previne não só o contágio pela Covid-19, mas também outras viroses”, me contou o Valdir Cimino, fundador da Viva.

Além disso, a Viva está disponibilizando por meio do website – www.bisbilhotecaviva.org.br, a versão digital do livro Viva Futebol Clube – O time das mãos limpas. A obra, lançada pela Viva no fim de 2019, de autoria de Dulce Rangel, com ilustrações do renomado artista Paulo Zilberman, explora um tema popular como o futebol para mobilizar crianças e adolescentes, bem como seus familiares e a sociedade, em torno da importância da higienização e lavagem das mãos na prevenção de doenças causadas por vírus, fungos e bactérias.

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