O recém-empossado ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta sexta-feira, 17, que o foco de atuação da pasta serão as pessoas. Teich disse que os que mais vão sofrer os efeitos da pandemia são os mais pobres e destacou que assumir o comando da Saúde é o “maior desafio” de sua carreira profissional.
“O foco que a gente tem aqui é nas pessoas. Por mais que se fale em saúde e economia, não importa o que se fale, o final é sempre gente”, disse. O ministro reforçou a necessidade de reunir informações para conhecer melhor a covid-19.
Teich destacou que há uma “pobreza” de informação sobre o novo coronavírus e defendeu a integração de informações dos ministérios sobre a doença para embasar melhor o planejamento de combate ao vírus. O novo ministro também defendeu que a pasta acompanhe indicadores sociais. “Pessoas que perderem planos de saúde vão impactar no SUS”, disse.
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Com tom otimista, Teich citou que já existem medicamentos em estudo para o tratamento da doença e que a solução para a pandemia pode ser encontrada “mais rápido do que se imagina”. Nelson Teich é médico oncologista e foi consultor da área de saúde da campanha à Presidência de Jair Bolsonaro em 2018. Ele chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época. Teich agradeceu as ações da gestão anterior, do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, e destacou que trabalhará na formação de uma equipe escolhendo “as pessoas certas para os problemas certos”.
Demissão de Mandetta
Teich assumiu o cargo no lugar de Mandetta após sucessivos desentendimentos entre Bolsonaro e o ex-ministro sobre as diretrizes das políticas públicas de combate à pandemia do novo coronavírus. Mandetta é a favor de medidas de isolamento social, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já o presidente defende flexibilizar as medidas de distanciamento para a retomada da atividade econômica.
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O ex-ministro também pedia cautela no uso da cloroquina para tratar a covid-19, com o argumento de que não há pesquisas científicas sobre a comprovação da eficácia contra o vírus. Bolsonaro aposta no medicamento, usado no tratamento contra a malária, como um tipo de cura para a doença.
Nesta quinta-feira, 16, após o anúncio da demissão de Mandetta, Teich afirmou em pronunciamento que não fará mudanças “bruscas” na pasta. O novo ministro disse ainda que existe um “alinhamento completo” dele com o presidente. “Saúde e economia: as duas coisas não competem entre si. Quando polariza, começa a tratar pessoas versus dinheiro, o bem versus mal, emprego versus pessoas doentes”, afirmou Teich.
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Mandetta deseja sabedoria a novo ministro e agradece Bolsonaro
Demitido após semanas de desgaste com o presidente Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM) participou nesta sexta-feira, 17, de cerimônia de troca de ministro da Saúde, cargo desde ontem ocupado pelo oncologista Nelson Teich.
Mandetta desejou a Teich “toda a sabedoria para conduzir esse nosso País” e fez agradecimentos a Bolsonaro pelo convite em 2018 para integrar o governo. Mandetta e Bolsonaro divergiram sobre a estratégia para combate à Covid-19. O presidente pede isolamento apenas para idosos e doentes crônicos, além de reabertura de serviços. Já Mandetta sugere postura mais cautelosa e afirma que ainda é necessária quarentena mais ampla.
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No discurso, Mandetta citou que o Brasil precisa de autonomia científica, para não ser mais dependente de produtos comprados no exterior, especialmente da China. Ele afirmou que a Fiocruz se revela “necessária à soberania do País”.
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Mandetta disse ainda que o ministério repassou em 40 dias mais de R$ 6 bilhões para Estados e municípios contra o novo coronavírus. O ex-ministro afirmou também que os primeiros 180 respiradores feitos pela indústria nacional estão sendo entregues para tratamento da covid-19. “No mês de maio teremos sistema mais eficaz”, disse, ressaltando ainda que o governo fechou parceria com a Opas/OMS para compra de 10 milhões de testes RT-PCR.
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