“Pai, pai… Socorro!” O grito desesperado de uma jovem no telefone precede a fala de um homem: “Estou com a sua filha sequestrada. Se quiser ter ela de volta, deposite R$ 30 mil na minha conta.” Dos casos investigados pela Polícia Civil de Santa Cruz do Sul, o estelionato é, de longe, o crime com maior incidência de registros. Alguns golpes, embora antigos e simples, fazem muitas vítimas, como o do falso sequestro.
O roteiro já é manjado no meio policial e a trama criada pelos criminosos costuma ser exitosa, pois brinca com o emocional das pessoas. No geral, consiste em ligar para a vítima dizendo ter sequestrado algum familiar dela. Depois, os golpistas colocam outra pessoa para falar ao telefone, passando-se pelo refém; em seguida, pedem dinheiro para que seja libertada.
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“No meu caso, perguntei para a menina: ‘Como é teu nome?’. Não responderam. Aí, a voz masculina disse que iria na minha casa me matar e pegar o dinheiro. Perguntei então: ‘Onde eu moro?’. Terminaram desligando.” A frieza para desmascarar o golpista na manhã dessa sexta-feira com perguntas muito simples não é a regra quando se trata do golpe do falso sequestro, que continua fazendo muitas vítimas.
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Nesse fato em específico, o santa-cruzense alvo dos bandidos foi um policial civil aposentado. Experiente, o ex-inspetor de polícia de 78 anos, que trabalhou por muito tempo em investigações no município, entendeu rapidamente que a filha dele não estava sendo alvo de criminosos. O primeiro indicativo de golpe foi que um número desconhecido ligou para o seu aparelho celular.
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Por envolver o aspecto emocional, muitas pessoas acabam cedendo e, no desespero, depositam valores na conta de estelionatários profissionais, sem antes checar onde estão seus parentes. O ex-policial, que optou por manter seu nome em sigilo, conta que trabalhou na Brigada Militar por 11 anos, um mês e quatro dias, chegando ao posto de segundo-sargento.
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“Depois, fui para a Polícia Civil. Me aposentei em 1991, quando completei 30 anos de serviço e mais cinco referentes à vantagem de periculosidade, totalizando 35 anos de serviço público estadual. Quando me aposentei, o João José da Silva, o Juca, era o delegado regional.”
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O ex-inspetor revela ainda que se mantém atualizado sobre o noticiário da área de segurança pública pelas páginas policiais da Gazeta do Sul, pois é assinante. Pelas matérias, ele tira uma base de como estão acontecendo os casos de estelionato mais recentes.
“A gente entende como funciona. Em 2018, já haviam tentado fazer isso comigo. Achei importante contar essa história para alertar as pessoas de que os golpistas estão aí para aprontar, e precisamos ficar atentos”, salientou o morador do Centro. “Se fazem isso pra mim, fazem para outras pessoas também, e muitas podem perder o controle diante dos gritos de uma pessoa que imaginam ser sua filha”, complementou o santa-cruzense.
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