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SANTA CRUZ DO SUL

Helena mexe na equipe com olhos voltados a 2024; entenda

Foto: Jacson Stülp/Câmara de Vereadores

Após meses de especulações, a prefeita Helena Hermany (PP) apresentou na tarde dessa quarta-feira, 1°, a nova composição do primeiro escalão do governo. Além das duas novas secretarias, a de Habitação e Regularização Fundiária e a de Serviços Públicos, também houve troca no comando do Meio Ambiente e da Agricultura, que estavam com o PP. As mudanças, que foram arquitetadas por Helena para fortalecer a base aliada com vistas à eleição de 2024, marcaram o ingresso de um novo partido no grupo, o PSB, e ampliaram o espaço do PSD, União Brasil e PSDB no governo.

Dois dos quatro nomes anunciados já estavam encaminhados desde o ano passado. A pasta de Serviços Públicos será comandada pelo vereador Luís Ruas (PSD). Embora tenha duas cadeiras na Câmara e venha sendo fiel a Helena nas votações desde o início do governo, o PSD não tinha representantes no secretariado e ficou fora do rodízio na presidência do Legislativo, acordado entre as maiores bancadas. A secretaria vai responder pela zeladoria urbana, uma das principais pautas de Ruas na Câmara.

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Já para a Habitação, o anunciado foi o professor de Direito Fabiano Dupont (PSB), que concorreu a vice-prefeito em 2020 na chapa de Alex Knak (MDB). Helena vinha mantendo conversas com os socialistas desde a eleição e formalizou o convite ao partido pouco antes do Natal. O diretório chancelou a aliança com o PP na semana passada por unanimidade.

Os outros dois nomes foram definidos apenas nos últimos dias. A prefeita havia oferecido o Meio Ambiente ao Republicanos, que indicou o vereador Raul Fritsch. O parlamentar esteve à frente da secretaria em duas oportunidades no governo Telmo Kirst, mas agora optou por permanecer na Câmara, que era o seu desejo original. Além disso, a alguns colegas Fritsch avaliou que a pasta foi esvaziada com a transformação da Central de Serviços em secretaria.

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Com isso, o novo secretário será o ex-vereador e presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), César Cechinato, que também foi candidato a vice-prefeito em 2020, na chapa de Mathias Bertram (PTB, hoje no PL). Os tucanos também estavam fora do secretariado, embora também apoiem Helena no Legislativo – à exceção do vereador Carlão Smidt, que se posiciona de forma independente, votou contra a criação das duas secretarias e cogita deixar a sigla no ano que vem.

Em relação à Agricultura, a ideia inicial era entregar a pasta ao vereador Ilário Keller (PP), mas ele preferiu manter-se na Câmara. Helena, então, convidou na semana passada o União Brasil para assumir o cargo e o indicado foi o atual presidente da legenda, Décio Hochscheidt.

Único vereador da sigla, Cléber Pereira chegou a ser sondado para assumir alguma secretaria. No entanto, a ideia foi afastada porque o primeiro suplente da bancada é o ex-vereador Nasário Bohnen, que concorreu pelo antigo DEM mas atualmente está no PL, principal partido de oposição.

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Os novos secretários

Serviços Públicos – Luís Ruas (PSD)

Atualmente no terceiro mandato de vereador, Ruas foi presidente da Associação de Moradores do Bairro Faxinal Menino Deus, seu principal reduto eleitoral. Elegeu-se pela primeira vez pelo PDT, depois pelo PTB e em 2020 migrou para o PSD, a convite do então prefeito Telmo Kirst. Foi subsecretário de Habitação no governo Kelly Moraes. É conhecido por liderar mutirões de recolhimento de lixo no Faxinal e dedica boa parte do mandato a levantar demandas de zeladoria urbana.

Habitação – Fabiano Dupont (PSB)

Professor de Direito na Unisc, nunca ocupou cargo eletivo, mas concorreu a prefeito em 2016, quando ficou em terceiro lugar, e a vice-prefeito em 2020, na chapa de Alex Knak (MDB). Milita há mais de 20 anos pelo PSB, no qual ingressou a convite de seu padrasto, o advogado Ademar Antunes da Costa. Por duas décadas, atuou na Assembleia Legislativa.

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Agricultura – Décio Hochscheidt (União Brasil)

Atual presidente do União Brasil, é militar da reserva, foi agricultor e trabalhou na construção civil. Também é conhecido por atuação em entidades como a Liga de Futebol Amador de Santa Cruz (Lifasc), da qual foi presidente, a Associação Esportiva Linha Santa Cruz, a Associação de Moradores de Linha Santa Cruz (Amorlisc) e o Clube de Subtenentes e Sargentos.

Meio Ambiente – César Cechinato (PSDB)

Tem passagem por empresas como Metalúrgica Mor, Banrisul e Itaú e é o atual presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI). Foi vereador em duas ocasiões. No governo Telmo Kirst, foi secretário de Desenvolvimento Econômico por seis anos e procurador-geral por um ano.

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“Necessidade de abrir espaço”, diz prefeita

A decisão de contemplar o PSDB e o União Brasil, que não estavam nos planos iniciais do governo, foi tomada só nas últimas semanas, após integrantes da base governista manifestarem descontentamento nos bastidores com a indicação de um secretário do PSB. A alegação era de que um partido recém-chegado na base e sem representação na Câmara já ganharia espaço, enquanto outros, que têm garantido votos ao governo desde o início, ficariam de fora. Para evitar arestas, Helena resolveu contemplar todas as siglas.

Em discurso nessa quarta, a prefeita agradeceu aos agora ex-secretários de Meio Ambiente, Jaques Eisenberger, e de Agricultura, Hardi Lúcio Panke. “Eles entenderam a nossa necessidade de abrir espaço para que todos os partidos tenham uma secretaria”, disse.

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Helena também afirmou que 2023 é estratégico para o governo. “O que fizermos em 2024, a comunidade vai interpretar que é para ganhar voto. Então este é o ano em que temos que trabalhar muito”, alegou.
Tanto Eisenberger quanto Panke vão assumir diretorias a partir de agora. Além deles, foram anunciados outros três diretores, incluindo o suplente de vereador Jeferson de Souza. Ele assumiria uma vaga na bancada do Republicanos na Câmara com a nomeação de Raul Fritsch e agora vai ocupar um cargo no Desenvolvimento Econômico.

No início da semana, alguns diretores ligados ao PP foram demitidos. A ideia é preencher esses espaços com pessoas vinculadas aos partidos aliados nos próximos dias. A distribuição deve ser proporcional à representatividade de cada sigla.

Com o ingresso do PSB, a coligação passa a ter sete partidos: PP, PSD, Republicanos, PDT, União Brasil, PSDB e PSB. Além disso, dois secretários são ligados ao MDB, mas o partido não integra formalmente a base aliada e, inclusive, aproxima-se do PL.

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