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Vitória

Aos 99 anos, sobrevivente da 2ª Guerra é curado da Covid-19

Foto: Reprodução

Piveta deixou o hospital de boina e com o brasão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) sobre o colo

O dia 13 de abril passou a significar uma dupla conquista para as Forças Armadas. Além de marcar o início da Tomada de Montese, em 1945, batalha ocorrida na Itália em que a tropa brasileira enviada à 2ª Guerra Mundial foi decisiva na vitória dos aliados sobre os nazistas, a data agora representa o dia em que um dos ex-combatentes brasileiros venceu a própria luta, contra a Covid-19.

Aos 99 anos, Ermando Piveta recebeu alta médica nessa terça-feira, 14, após oito dias internado no Hospital das Forças Armadas (HFA) em virtude de complicações causadas pelo novo coronavírus. Ele é o pacientes mais velho a ser curado da doença no Brasil. “Essa guerra não foi fácil”, resumiu a filha, Vivian Piveta.

Para celebrar o momento, o Exército providenciou honras militares. Em uma cadeira de rodas e com a mão direita apontada para a cabeça, em gesto de continência, Piveta deixou o hospital de boina e com o brasão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) sobre o colo.

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Com braços erguidos em comemoração, emocionou-se ao ouvir da corneta de um militar o toque dedicado a ex-combatentes e aplausos da equipe médica. O praça havia chegado à unidade com febre e falta de ar.

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O ex-integrante da FEB enfrentou uma longa batalha médica. “O paciente chegou ao hospital no dia 6 de abril, com um quadro de infecção pulmonar, já era sabidamente covid positivo e teve uma infecção bacteriana secundária. As primeiras 48 horas foram mais complicadas porque teve que ficar no CTI, em observação ventilatória. O desconforto era grande, mas não chegou a evoluir para ventilação mecânica”, disse Nestor Francisco Miranda Júnior, Diretor Técnico de Saúde do Hospital das Forças Armadas.

“A partir disso, houve uma grande melhora, respondendo bem aos antibióticos empregados e hoje [essa terça-feira, 14] ele recebe alta já curado e pronto para seu convívio familiar”, acrescentou. O militar da reserva permaneceu por oito dias na Ala Covid do hospital, exclusiva para os casos positivos da doença.

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“Vencer esta batalha para mim foi maior do que vencer a guerra, porque essa é uma peste, como em 1918 [Gripe Espanhola], é mundial. Eu saí dessa. Para mim, foi uma luta tremenda, mais do que na guerra. Na guerra você mata ou vive. Aqui você tem que lutar para viver e eu saí dessa luta vencedor”, disse Piveta ao deixar o hospital, conforme divulgou o Exército brasileiro.

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Ele agradeceu os cuidados da equipe de saúde. “Quero dar os parabéns à equipe médica que tanto me ajudou e a força que o Exército me deu, acompanhando minha saúde. Estou com uma emoção tremenda.”

Cloroquina

Para vencer a Covid-19, no entanto, Piveta não precisou fazer uso da cloroquina.

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A equipe do HFA concluiu que a medicação poderia criar efeito reverso no paciente, dadas as complicações de saúde que ele apresentava.

Durante o período hospitalizado, o ex-combatente também acabou tendo uma infecção pulmonar. Em outros três pacientes com coronavírus que receberam a alta no mesmo dia a substância foi administrada e os resultados foram satisfatórios.

O uso do medicamento é um dos motivos da desavença entre Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente faz propaganda da cloroquina e da hidroxicloroquina como drogas essenciais no tratamento de pacientes. O ministro, por sua vez, fala desses produtos com cautela.

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Missões

Ermando Piveta, que hoje é segundo-tenente do Exército, é de Laranjal Paulista, em São Paulo, mas vive em Brasília. Ele tornou-se militar em 1940, quando se incorporou ao Batalhão de Itu (SP). Durante a guerra, participou de treinamentos em Dacar, no Senegal, e atuou em missões de guarda na costa brasileira.

Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo.

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