Com a colheita do tabaco na reta final no Vale do Rio Pardo, o setor mostra expectativa positiva em relação à comercialização da safra diante das tendências de mercado. A próxima rodada de negociação do preço, com a participação das entidades representativas dos produtores e as empresas, está marcada para os dias 16 e 17 de janeiro. O primeiro encontro ocorreu no dia 19 de dezembro apenas com duas empresas cigarreiras, de forma individual, mas não houve acordo.
A JTI propôs um reajuste sobre a tabela de preços da safra passada, abaixo da variação do custo de produção, e a BAT não apresentou proposta. A reivindicação das entidades foi pelo reajuste de acordo com o aumento do custo de produção, mais cinco pontos percentuais para a lucratividade do produtor.
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O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, em entrevista ao programa Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9, nessa quinta-feira, 5, disse que precisa haver, no mínimo, a reposição do custo de produção, mas as entidades tentarão obter um percentual de aumento para repor as tabelas de preços das empresas. Werner explica que dez empresas participaram do levantamento do custo de produção em conjunto com representantes dos produtores e houve a conciliação dos dados. Por essa razão, entende que há expectativa positiva quanto à negociação do valor de comercialização da safra.
Segundo o dirigente, um dos itens do custo de produção cujo valor aumentou bastante é a lenha, pois passou a ter grande concorrência no último ano, especialmente para a secagem de grãos. Mas a perspectiva de haver novamente um ano de boa comercialização tem como base a demanda do mercado internacional.
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Conforme o presidente da Afubra, informações da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA) mostram que no Ocidente houve diminuição de 0,2% no consumo de cigarros nos últimos anos, enquanto em outros períodos chegou a até 3%. Além disso, o Extremo Oriente teve aumento de 1,55%. Dessa forma, Werner afirma que a oferta de tabaco atualmente está abaixo da demanda necessária em nível global, fator que aumenta a expectativa pela comercialização com bom rendimento ao produtor.
Em um balanço sobre o último ano, Werner explica que a safra passada foi relativamente boa para grande parte dos produtores, com exceção de alguma ou outra região onde houve excesso de chuva ou período de estiagem. Conforme o presidente da Afubra, os fumicultores conseguiram comercializar a colheita com boa lucratividade. A única ressalva é que o período de preços melhores aconteceu de fevereiro até o final de maio, e em junho os valores passaram a ser menores. Dessa forma, a média dos primeiros meses de R$ 18,00 o quilo caiu para em torno de R$ 16,00 nos meses de junho e julho.
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A receita bruta com a produção na última safra cresceu 44%, chegando a R$ 9,536 bilhões, enquanto na safra 2020/2021 os produtores nos três estados do Sul receberam R$ 6,623 bilhões. “Em termos de comercialização, foi um ano tranquilo e sempre será quando a demanda é maior que a oferta”, destacou Werner. O aumento da receita ocorreu em função da maior valorização do tabaco, pois o volume total de produção da safra 2019/2020, de 628.489 toneladas, caiu para 560.181 toneladas no ano passado.
Ranking dos produtores
Enquanto municípios de outras regiões nos últimos anos subiram de posições no ranking dos maiores produtores de tabaco do País, no Vale do Rio Pardo aconteceu o contrário. O presidente da Afubra, Benício Werner, explica que a Zona Sul do Estado e o Planalto Catarinense possuem terrenos mais planos e isso facilita a colheita. Em consequência, houve crescimento na produção.
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Já no Vale do Rio Pardo, houve a concorrência da demanda por mão de obra pelas indústrias. Como exemplo, cita Candelária, onde a fábrica de calçados Beira Rio instalou duas unidades e ocupa grande número de trabalhadores que atuavam com tabaco e desistiram da cultura, apesar de seguirem nas propriedades produzindo alimentos. Da mesma forma, Venâncio Aires atualmente se constitui em um polo metalúrgico e de proteína animal, o que provocou queda no número de produtores de tabaco por terem outras oportunidades dentro de indústrias.
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