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ALEXANDRE GARCIA

O povo paga

Em seu discurso de posse, Lula afirmou que não carrega ânimo de revanche. Logo em seguida se desmentiu. Não fez um único agradecimento pela herança bendita que recebeu nas contas públicas, na inflação menor do que Estados Unidos e Alemanha, no crescimento excepcional em anos difíceis, nas reservas externas. No enxugamento da máquina estatal obviamente não haveria agradecimento, porque o que promoveu é um inchaço do estado com 37 ministérios e o cancelamento de oito planos de privatizações. Desmentem a ausência de ânimo de revanche a revogação de decretos do governo anterior e até a ameaça, no discurso, que alguns poderiam interpretar como dirigida a si próprio: “Quem errou, responderá por seus erros”. Em seguida um partido da aliança com Lula, o PSOL, entrou no Supremo pedindo a quebra de sigilo e prisão do ex-presidente.

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O Lulinha paz e amor, que lhe deu o primeiro mandato, morreu. Voltou zangado. Botou um ministro da Justiça que promete enquadrar todos os que não se comportarem. O cidadão, é claro, espera de um ministro que é também de Segurança Pública, que nos dê segurança e tire as armas de guerra dos bandidos, liberte territórios legalmente brasileiros que estão emancipados da lei brasileira, que se manifeste prioritariamente contra males como drogas e corrupção. O senador Sérgio Moro, sobre o discurso de Lula perante o Congresso, estranhou que não tivesse sido mencionada a palavra corrupção; que o presidente pelo menos tivesse expressado que seu governo não toleraria corrupção. Mas não se fala em corda em casa de enforcado.

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Lula continua a usar seu chavão de três refeições por dia. Graças ao mundo digital, a gente vê que esse foi seu discurso na primeira posse. Agora acrescentou a picanha com cerveja. Talvez esse venha a ser um dos problemas que ele próprio cria ao gerar a esperança. Graças à propaganda disfarçada de notícia, o povo não se deu conta de que após 14 anos de governo petista, continua pairando o chavão de três refeições por dia. A mesma notícia-propaganda mostra a biografia da catadora que pôs a faixa presidencial em Lula, que tem 33 anos de idade. Ou seja, quando começou o primeiro governo do PT, tinha 13 anos. Até chegar aos 27 viveu em governo petista. E não teve alternativa senão catar lixo. É verdade que não se livrou dos lixões nos governos Temer e Bolsonaro. É verdade também que o último presidente igualmente criou esperanças, como as recentes, duramente frustradas, e está pagando por isso. A diferença é que os dois não se promoveram na demagogia.

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Gratidão é um sinal de caráter. Faltou agradecer ao governo anterior pela herança bendita que recebeu. Ao contrário, Lula diz, no discurso, que recebe “terríveis ruínas”. Agora resta gastar para não frustrar esperanças. Por isso já se dispôs a acabar com “a estupidez do teto de gastos”. Sua ministra da Gestão confirma isto: teto de gastos só atrapalha quem quer gastar. Mas a consequência é que vai atrapalhar também o controle da inflação, dos juros e da dívida pública. Apostam que a origem do poder, o povo, não sabe que o Estado gasta mas não produz os recursos. Que a fonte de pagamento é só uma: o povo – rico ou pobre.

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