Uma moradora do Bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul, passa por um drama que já dura cerca de cinco anos, desde que começou a sentir fortes dores na região das costas. Foram idas e vindas a Porto Alegre e incontáveis consultas até que Sirlei Lúcia Elias, de 58 anos, recebesse o diagnóstico de doença renal crônica. Hoje busca uma cirurgia para retirada de pedras nos rins na tentativa de salvar o órgão que resta, pois o outro já teria parado de funcionar, segundo ela.
Sem o tratamento, Sirlei convive com dores diárias que são tratadas à base de analgésicos. Em novembro passado, ela deixou o Hospital Santa Cruz após ficar quase um mês internada. Por causa de seu estado, a santa-cruzense precisa passar a maior parte do tempo sentada, o que aumenta as dificuldades para procurar o serviço de saúde.
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A situação, explica, começou a se complicar depois de 2017. Naquele ano, em consulta no posto de saúde do Bairro Avenida, teria sido identificada uma infecção responsável pelas dores agudas na região lombar. “Me travava as pernas e eu não conseguia caminhar. Inicialmente me disseram que isso seria do intestino, e eu pedi para a médica um especialista”, conta.
A partir daí, a dona de casa recorda que passou por uma série de profissionais, que identificaram que o problema seria nos rins. Ela se queixa dos procedimentos adotados no seu caso. Segundo Sirlei, foram diversos exames e consultas até ser encaminhada para uma consulta em Porto Alegre, em 2021. Desde então, foram cinco idas à Capital para atendimento médico. Em uma das oportunidades, ela diz que precisou custear a viagem.
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“Primeiro eu fui em uma clínica no Bairro Restinga, onde o médico me pediu exames. De lá fui mandada para a Santa Casa. Me pediram mais exames, que eu tive que levar, e me passaram para uma médica anestesista. Cada uma dessas consultas demorava mais ou menos seis meses”, recorda.
Operação seria complicada, segundo avaliação
A dona de casa explica que foi incluída na lista de espera para cirurgia de cálculos renais. Porém, mesmo com o problema diagnosticado e uma possível solução encaminhada, a realização da intervenção tornou-se uma incógnita. Isso porque, segundo ela, os médicos que a atenderam não entraram em consenso sobre onde o procedimento cirúrgico poderia ser feito – em Porto Alegre ou em Santa Cruz do Sul.
“Me colocaram em uma lista de todo o Estado para eu fazer a cirurgia, mas nenhum cirurgião deu sinal. Disseram que meu caso poderia ser feito aqui (em Santa Cruz), pois tem dois cirurgiões no Cisvale. Só que o doutor daqui disse que teria que ser em Porto Alegre. Lá, o médico disse para entrar na Justiça.” Com problemas como diabetes e hipertensão, a cirurgia seria arriscada para Sirlei. A operação teria que contar com uma equipe médica especializada, para evitar complicações em caso de problemas no procedimento.
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Segundo Sirlei, sua filha já levou o caso à Defensoria Pública e foi orientada a juntar ao pedido um orçamento da cirurgia. Ao tentar conseguir os documentos, a dona de casa diz que foi avisada de que a documentação estaria em Porto Alegre, e não em Santa Cruz do Sul. Enquanto espera por uma definição, teme que sua vaga na fila de cirurgia seja perdida. Ela conta que são cerca de 160 pessoas na lista.
“A médica daqui disse que eu tinha que conseguir um cirurgião. Vou sair da fila de cinco anos para arranjar um cirurgião? Tenho que entrar na fila para um cirurgião de novo? Vai saber Deus quando vão me chamar?”, lamenta.
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Secretaria de saúde acompanha o caso
A Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul emitiu nota informando que auxiliou a paciente desde a porta de entrada na rede de Atenção Básica, quando atendida na unidade de saúde em que é referenciada, até o encaminhamento para avaliação cirúrgica com especialistas no Hospital Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre. A instituição é referência no Estado para a sua situação clínica.
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Segundo a secretaria, em razão das condições clínicas da paciente nessas avaliações em Porto Alegre, ela foi orientada pelos médicos a realizar um tratamento pré-operatório.
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Nessa terça-feira, , ao tomar conhecimento de que o procedimento ainda não foi realizado, a Secretaria Municipal de Saúde entrou em contato com a Santa Casa e aguardava retorno. Uma equipe de profissionais foi à residência de Sirlei para avaliar seu estado de saúde e prestar toda a assistência necessária. O Município também informa que ela foi atendida no início de dezembro por outras razões clínicas em Santa Cruz, quando foram solicitados exames e pré-agendado retorno ao médico.
A nota informou ainda que, em razão da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), demais detalhes clínicos da paciente não são divulgados.
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