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Relembre fatos que fizeram de Pelé o “Rei do Futebol”

Aos 82 anos, o melhor jogador de todos os tempos não resistiu a um câncer no cólon. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Pelé morreu sedado nesta quinta-feira, 29, sereno, tranquilo e calmo, como sempre se comportou diante dos zagueiros e goleiros que tentaram impedir os gols dele.

Pelé nunca desistiu da vida. Ela sempre lhe deu muito. E ele ao mundo. Pelé queria viver mais. Ele terminou os dias amparado pela mulher, Márcia, com o carinho dos filhos e rezando no quarto do hospital, um hábito que sempre o acompanhou, mas que nos últimos tempos era quase uma obsessão. Pelé rezava com os médicos. Levou a fé até o fim e a Deus nunca deixou de agradecer pelo dom dado sem pedir nada em troca.

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O futebol está de luto. O dia da morte de Pelé será lembrado para sempre, assim como a história dele, que continuará sendo contada de geração em geração até o fim dos tempos. O corpo do craque será velado na Vila Belmiro. A família pediu para o corpo ser cremado. Ele deixa mulher e sete filhos. O maior prazer do Rei era reunir a família nos almoços de domingo.

As histórias dele vão virar lenda. Pelé foi o maior jogador da história do futebol. Onde há uma bola, há reverência a Pelé, ao talento e à história. Os feitos de Pelé como jogador correram o mundo e se tornaram maiores do que ele próprio, um sujeito simples que gostava de reunir a família em volta da mesa aos domingos, de cantar e contar histórias.

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A fama o precede desde os 17 anos, quando estreou pela seleção brasileira na Copa de 1958. Em vida, recebeu muitos homenagens. A última delas, uma coroa na camisa do Santos. Ele deixa milhões de admiradores e seguidores nas redes depois de viver os últimos anos numa luta quase que diária contra doenças.

Há anos, a saúde estava cada vez mais debilitada, com altos e baixos, com momentos estáveis e outros nem tanto. Pelé foi definhando em vida, longe da bola e cada vez mais distante dos compromissos profissionais. Nos últimos momentos, nem de longe lembrava aquele atleta esbelto e dono de movimentos precisos. Reduziu a agenda a quase zerá-la, não viajava mais e não aparecia no Museu Pelé, em Santos, onde tinha uma ampla sala para dar expediente.

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Pelé iniciou tratamento contra um tumor no cólon em 2021. Ele precisava ir ao hospital com frequência para dar seguimento ao atendimento e fazer avaliações. Já havia sido submetido a uma cirurgia para retirada do tumor no mesmo hospital em setembro daquele ano. No início de 2022, os médicos constataram metástase que atingia o intestino, o pulmão e o fígado.

Um dos últimos boletins médicos relatava um Pelé mais enfraquecido e debilitado. “Internado desde 29 de novembro para uma reavaliação da terapia quimioterápica para tumor de cólon e tratamento de uma infecção respiratória, Edson Arantes do Nascimento apresenta progressão da doença oncológica e requer maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca. O paciente segue internado em quarto comum, sob os cuidados necessários da equipe médica”, informava o boletim do dia 21 de dezembro.

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Um câncer o derrubou, mas não somente. Ele tinha outras doenças graves, uma delas nos músculos das pernas. Tentou um tratamento nos Estados Unidos, mas não deu certo. Também tinha enfermidades no coração.

Copa do Mundo do Catar

Ele acompanhou alguns jogos da Copa do Catar, ‘abraçou’ Neymar após a eliminação do Brasil e festejou a conquista da Argentina, do amigo Messi.

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Maior de todos

Aclamado “Rei do Futebol” e “Atleta do Século 20”, o ídolo brasileiro tinha fãs pelo mundo todo. O apelido de quatro letras era conhecido muito mais do que qualquer personalidade das mais diversas áreas e gerações, mais até do que presidentes, reis e rainhas, além dos papas. Pelé carregou a fama de ter parado uma guerra na África, apertado a mão dos últimos presidentes americanos e sido abençoado pelos papas que ocuparam o Vaticano em sete décadas, do italiano São João 23 ao argentino Francisco Bergoglio, para quem Pelé sempre foi melhor do que Maradona.

A história de Pelé já foi contada de diversas maneiras, com inúmeros recortes e fatos, todos eles fascinantes. Ensinou a arte do futebol nos Estados Unidos por um caminhão de dinheiro, quando vestiu a camisa do Cosmos de 1974 a 1977. Fez a Seleção Brasileira conhecida e reverenciada nos rincões do planeta ao ser tricampeão do mundo nas Copa de 1958, então com 17 anos, 1962 e 1970, cujo time é apontado como o melhor de todos os tempos.

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Vida e obra

Pelé nasceu Edson Arantes do Nascimento, na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, filho de dona Celeste Arantes, que no dia 20 de novembro deste ano completou 100 anos, e de João Ramos do Nascimento, mais conhecido como seu Dondinho.

A família tinha vida simples. Pelé era um entre três filhos. O nome foi uma homenagem ao inventor da lâmpada, Thomas Edison. O pai era um grande jogador do futebol amador. Ele incentivou o garoto nos campinhos da cidade. Com apenas quatro anos, Edson se mudou com a família para Bauru, no interior de São Paulo, e lá ganhou o apelido que marcaria a vida inteira.

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Quando brincava no gol, a cada defesa que fazia, gritava o nome de Bilé, em referência ao goleiro do São Lourenço, time mineiro em que o pai jogava. A proximidade sonora e o erro na fala fizeram com que os amigos passassem a chamá-lo de Pelé. Bilé virou Pelé. O pequeno Edson não gostava da gozação e por isso mesmo o apelido pegou. O mundo conhece essas quatro letras desde então.

A paixão pelo futebol o acompanhou na mudança de cidade. E logo Pelé começou a jogar nas categorias de base do Bauru Atlético Clube, o BAC ou Baquinho. Não demorou para os amigos repararem no talento dele, até que o técnico Waldemar de Brito o levou para um teste no Santos, que já tinha jogadores como Manga, Zito, Formiga, Jair Rosa Pinto, Pagão, Del Vecchio e Pepe.

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Em 1956, Pelé fez estreou no profissional. Marcou um gol na goleada por 7 a 1 no amistoso contra o Corinthians de Santo André. Em pouco tempo, o novato já era titular. No ano seguinte, estreou com a camisa da Seleção Brasileira, quando novamente deixou uma marca logo de cara, na derrota por 2 a 1 para a Argentina, pela Copa Roca. O Santos e a seleção mudaram a vida de Pelé, e ele mudou a história do time da Baixada e do escrete nacional. Pelé mudou o futebol: Antes de Pelé, Depois de Pelé.

Estreia na Copa de 1958

Pelé sempre brilhou em estreias. Essa condição o acompanhou na primeira Copa do Mundo, em 1958, na Suécia, quando tinha 17 anos apenas. Era um moleque franzino e de cabelo estilo reco, raspado nas laterais. O presidente do Brasil era Juscelino Kubitschek. Tudo na vida dele foi precoce. Num ano ele estava no Santos. No outro, fazia a primeira partida pela seleção. E na temporada seguinte, lá estava Pelé em um Mundial da Fifa. Ele foi destaque na equipe brasileira na primeira conquista, aquela que abriu caminho para as outras quatro. Foi comandado pelo técnico Vicente Feola e esteve ao lado de lendas como Garrincha, Zagallo, Bellini e Vavá. Pelé fez um dos gols mais bonitos do torneio na final contra a Suécia, com vitória por 5 a 2.

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Na Copa do Mundo do Chile, quatro anos mais tarde, Pelé já não era mais aquele menino desconhecido em meio a jogadores formados. Pelé já era Pelé. Todos queriam vê-lo jogar. A lenda corria o mundo com as cores do Santos e da seleção campeã do mundo, mas ainda estava longe de ser uma celebridade como se tornaria mais tarde. Mas ele se machucou na segunda apresentação do Brasil naquele Mundial. Então, sob o comando de Garrincha, a seleção chegou ao bicampeonato. Pelé e Garrincha nunca perderam um jogo juntos.

Em alta na seleção, Pelé mantinha também a grande fase no Santos. Ao lado de Pepe, Coutinho e tantos outros craques do clube da Baixada, levou a equipe paulista a dois títulos do Mundial da Fifa e outros dois da Libertadores da América, em 1962 e 1963. Não se cansava de ganhar o Paulistão. Foram nove conquistas estaduais entre 1958 e 1969 e mais uma em 1973. Por 11 vezes, Pelé foi artilheiro do torneio. Em 1958, marcou 58 gols. Boa parte dos 1.281 gols está registrada no filme Pelé Eterno, de 2004, dirigido por Anibal Massaini Neto, com roteiro de José Roberto Torero e Armando Nogueira.

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Pelé tinha um talento sobre-humano

Com tanto sucesso, ele deixava de ser meramente um jogador de futebol para se tornar uma lenda. Campanhas de publicidade, músicas gravadas com grandes artistas e até participações em filmes e novelas passaram a fazer parte da rotina de Pelé entre um treino e outro. Casou três vezes. Tudo na vida dele era um grande acontecimento, desde o primeiro casamento com Rosimere dos Reis Cholbi ao nascimento dos filhos. Depois namorou com Xuxa, ícone da televisão brasileira. Onde ia, Pelé arrastava multidões. Acertou e fracassou em negócios fora de campo, virou garoto-propaganda de marcas importantes.

Em campo, manteve a qualidade até o fim. Pelé seguia o enredo de liquidar com os rivais e aumentar a coleção de vitórias, conquistas e gols. Nunca teve outro objetivo a não ser ganhar o jogo. Os companheiros contam que ele chegava a dormir no vestiário antes das partidas. Diziam que Pelé sonhava com as jogadas. Quando isso acontecia, era vitória na certa. Em 1969, no Maracanã, contra o Vasco, ele fez o milésimo gol. Foi um acontecimento. E tinha de ser de bola parada, em cobrança de pênalti, para o mundo ver, e no palco maior do futebol nacional, o Maracanã.

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Mas foi na Copa do Mundo de 1970, no México, que a vida ganharia contornos épicos. Depois do fiasco brasileiro no Mundial de 1966, quando se machucou novamente, Pelé foi o destaque daquela que é considerada por muitos a melhor seleção de todos os tempos. Ele fez da Copa de 70 a pincelada final de sua obra. Após viajar para o México sob desconfiança, conduziu o time ao tricampeonato. Tinha 29 anos. Já era chamado de Rei. Sabia que aquela seria a última Copa e fez com que todos comprassem a ideia de se despedir com mais uma conquista.

Pelé após o tri

Pelé se despediu da seleção um ano depois, em 1971, e do Santos logo em seguida, em 1974, mas ainda teria mais um desafio. Em 1975, aceitou convite do Cosmos de Nova York para reforçar a equipe e popularizar o futebol nos Estados Unidos. Tornou-se campeão americano de soccer em 1977, ano da aposentadoria definitiva. Descalçava as chuteiras para vestir os ternos. Assim, tornou-se ministro dos esportes no governo Fernando Henrique Cardoso. Assinou uma lei tão ou mais importante do que os próprios gols: a Lei Pelé, que libertava os jogadores das amarras contratuais dos clubes. Era o fim do passe e o começo dos direitos dos atletas.

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Mesmo aposentado no fim dos anos 1970, o futebol nunca sairia da vida do craque. Pelé tornou-se presença frequente em jogos do Santos, programas televisivos e campanhas publicitárias, sempre apoiado pelo carisma e apelo popular. Viajou o mundo para levar sua marca e as marcas que o patrocinavam. Chegou a se envolver em polêmicas familiares e discussões públicas com desafetos, como Maradona e Romário, mas nada que não se resolvesse com o tempo. Foi gentil ao mandar flores na morte do argentino, quem mais perto esteve de sua coroa. Disse ter perdido um amigo quando Diego morreu, em novembro de 2020.

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