Relatos indicando a presença de corpos estranhos em embalagens de molho de tomate se multiplicaram na região depois da divulgação de um caso ocorrido no município de Viamão. Na maioria deles, os consumidores afirmaram ter adquirido produtos da mesma marca.

A suspeita de contaminação na Região Metropolitana é investigada pela Polícia Civil. Três embalagens de molho de tomate da marca Fugini, do interior de São Paulo, foram apreendidas e levadas para perícia. A delegada Jeiselaure de Souza, da 1ª DP de Viamão, orienta que as pessoas observem o produto antes do consumo e procurem a polícia em caso de qualquer irregularidade.

Na manhã dessa quarta-feira, 28, o Portal Gaz noticiou um caso parecido em Venâncio Aires. Moradora do Distrito Industrial do município, Erlita Vogt Assman também encontrou algo incomum no alimento. “Estávamos fazendo uma massa com molho e após eu e minha família comermos, passamos muito mal. Tinha couro dentro desse extrato de tomate, de qual bicho não soubemos identificar. Quero fazer um alerta para que as pessoas cuidem”, relatou Marco Antônio Assmann, filho da moradora de Venâncio que comprou o produto.

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Após a publicação da reportagem, internautas se manifestaram por meio das redes sociais dizendo ter adquirido produtos suspeitos. Leitores também entraram em contato com a Gazeta do Sul para falar sobre o assunto.

Entre os santa-cruzenses que tiveram a surpresa desagradável está Carla dos Santos, 45 anos. Ao chegar em casa à noite para cozinhar, encontrou um objeto estranho dentro da embalagem de extrato de tomate da Fugini. Parte do produto já havia sido consumida por seu filho. “Quando fui usar o restante, vi aquilo. Parecia um absorvente. Esse molho eu consumo há anos e nunca tive problema”, contou a moradora do Bairro Senai. Ela diz que congelou a embalagem com o corpo estranho para ver se irá tomar alguma providência.

Ao longo do dia ainda chegaram à redação integrada da Gazeta Grupo de Comunicações relatos de objetos estranhos em uma embalagem de milho, também da marca paulista. O Portal Gaz tentou contato com a Fugini, que fabrica o molho de tomate em questão, e pediu informações sobre a situação registrada em Venâncio Aires. Porém, até o fechamento desta reportagem, a empresa não havia retornado.

A entrevistada voltou a entrar em contato com o Portal Gaz informando que recebeu um e-mail da empresa. No texto a empresa Fugini lamenta o ocorrido e explica: “Como o produto não possui conservantes, esta contaminação pode ocorrer na embalagem (devido ao micro furo) ou também por período incorreto na geladeira (quando a embalagem estiver aberta e for consumida parcialmente), pois no verso do rótulo é informado o prazo do uso após sua abertura”. Ainda, a empresa promete em até 20 dias enviar via Correios uma nova embalagem do produto.

Em Vera Cruz, um fato parecido ocorreu com outra fabricante de extrato de tomate. Lena Ernst, de 67 anos, percebeu um corpo estranho em uma embalagem da marca Heinz quando cozinhava, há cerca de duas semanas. Segundo sua filha, Andria, também moradora de Vera Cruz, ninguém chegou a consumir o produto, cuja embalagem parecia trazer uma parte de um animal. “Ela disse que era parecido com um bicho, um couro de rã ou de sapo.”

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O que fazer

Segundo o coordenador do Procon em Santa Cruz do Sul, Marcelo Estula, a primeira atitude do consumidor ao perceber um objeto estranho em um produto é ficar atento à saúde. Caso apresente qualquer sintoma pelo consumo do produto, a recomendação é procurar ajuda médica. Estula destaca ainda que em Santa Cruz do Sul é possível recorrer à Vigilância Sanitária para fazer uma denúncia.

O órgão pode, assim, fazer uma vistoria no local que realizou a venda do produto e verificar se no mesmo lote não há outros casos de contaminação. “A pessoa tem o direito a pedir o dinheiro de volta, ou o produto em perfeitas condições, e pelo ocorrido, talvez até um tipo de indenização. Mas isso só em via judicial, teria que entrar com processo”, destaca.

Heinz se manifesta

Em contato com a reportagem do Portal Gaz, a Heinz destacou que segue rígidos controles de qualidade industrial na preparação de seus molhos, “tais como monitoramento de temperaturas, análises laboratoriais, filtros e raio-x, para assegurar a ausência de contaminações físicas durante o processo produtivo, oferecendo uma experiência positiva e segura a todos os seus consumidores”.

Com relação ao caso relatado, a companhia informa que entrará em contato com a consumidora para entender o caso e solicitar o envio do produto para análise laboratorial, tão logo faremos as conclusões técnicas cabíveis.

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