Antes de se preocupar com mudas ou sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, quem vive da terra precisa estar atento à qualidade do solo onde serão feitos os cultivos. Por conceito, um solo fértil é aquele que consegue fornecer todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento de determinada cultura. Essas exigências variam com a espécie, e por isso a análise de solo é uma prática tradicional que busca identificar quais são as disponibilidades e deficiências existentes em um espaço para que possam ser corrigidas de acordo com o objetivo.
Conforme explica Josemar Parise, engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS-Ascar, quando se fala em qualidade não se pode pensar somente no aspecto mineralista – isto é, adubos químicos –, mas sim no conjunto de propriedades, que começam pelas biológicas. Como exemplos, cita o aporte de palhada por meio da rotação de culturas, complementado com plantas de cobertura sem objetivos de colheita, como aveia, azevém, ervilhaca e nabo forrageiro. “Elas melhoram as propriedades físicas. Como consequência, cresce o aproveitamento pelos vegetais dos elementos químicos existentes no solo.”
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Trata ainda sobre o aspecto conservacionista como um dos pilares fundamentais. “Quando se conserva o solo e a água na lavoura, busca-se a sustentabilidade da atividade agrícola”, ressalta. Segundo ele, práticas como a construção de terraços ou o plantio em nível ajudam nessa conservação, mas ela perde a eficiência quando o solo está compactado. “Assim, a água não consegue infiltrar, e água que escorre no terreno é perdida. Já a água infiltrada é aproveitável em todos os sentidos.”
Parise salienta que o solo é um reservatório natural de água que abastece lençóis freáticos, poços artesianos e nascentes, bem como regula e mantém estáveis os níveis dos cursos hídricos. Além de tudo isso, as raízes conseguem absorver essa umidade por meio do sistema radicular e se tornam mais resistentes às estiagens, mantendo a produção agrícola em níveis satisfatórios mesmo com baixas precipitações.
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Para saber se o solo é fértil, o mais recomendado é realizar uma análise química com amostras coletadas da área de cultivo. O agrônomo explica que esse processo possibilita verificar a quantidade de macro e micronutrientes presentes, além do teor de matéria orgânica. “Também se obtém informações sobre a acidez, que deve ser corrigida com a aplicação de calcário e as formulações específicas de minerais.” Reforça ainda a importância de abrir trincheiras para verificar as camadas e, se necessário, realizar a descompactação mecânica com o objetivo de tornar o solo esponjoso, para que haja absorção da água e as raízes consigam penetrar mais fundo.
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