A Rússia possui uma fronteira de mais de 4,1 mil quilômetros com a China, onde se originou a pandemia do novo coronavírus. Apesar disso, o país alega que mantém a epidemia sob controle. Até essa quarta-feira, conforme informações oficiais, eram 8.672 casos confirmados da doença e apenas 63 mortes registradas. Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, reforçou ao mundo que conseguiu impedir a disseminação em massa do Covid-19 com medidas precoces e agressivas.
O primeiro caso de coronavírus registrado na Rússia foi em janeiro. Entre as ações adotadas para frear a pandemia estão a realização de testes rápidos desde o início de fevereiro, inclusive em aeroportos, a identificação de casos, o rastreamento de contatos e o isolamento. Além disso, o distanciamento social começou a ser colocado em prática cedo. O governo também cancelou eventos públicos e fechou as fronteiras para estrangeiros, liberando apenas algumas exceções. Putin ainda decretou feriado no país para todo o mês de abril, a contar do último dia 3.
A brasileira Tábata Ferreira Rosa Miglievich Leduc, de 26 anos, mora na cidade russa de Kursk, onde cursa medicina há dois anos e meio. Por lá, segundo a carioca, as aulas à distância da faculdade começaram na segunda quinzena de março e o pedido estendido à população é para que todos fiquem em casa. Outra medida preventiva adotada pelas autoridades daquele país foi o fechamento de escolas.
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Conforme Tábata, a situação ainda está tranquila onde mora, porém as pessoas estão mais cuidadosas, usando máscara e álcool em gel – tanto que não se encontram mais esse itens para comprar mais em lugar nenhum.
“Eu estou um pouco assustada porque não tenho noção sobre no que isso vai dar e nem por quanto tempo ficaremos assim. Mas estou tranquila ao mesmo tempo, porque aqui estamos quase levando uma vida normal.” A estudante destacou que não sabe exatamente como está o clima em Moscou ou São Petersburgo. Enquanto isso, também mantém contato com a família para acompanhar a situação: o pai mora no Rio de Janeiro, a mãe no município carioca de Araruama e a irmã reside na Finlândia.
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Paulista desconfia dos números
O paulista Rodrigo Hammarstrom Moreira, de 27 anos, também estuda medicina na cidade de Kursk. Na Rússia desde junho de 2013, ressalta que até o momento foram 8.672 casos de coronavírus reportados. “Creio que muitas informações não estão sendo passadas à população com números reais, para não espalhar o pânico. Muitas das informações são controladas”, comentou Moreira.
Na cidade em que mora, onde o número de estrangeiros é grande, a população é orientada a tomar medidas provisórias para se proteger. Na faculdade médica onde estuda, um sistema online de aulas foi desenvolvido em três dias para não atrasar a formatura – outros locais com aglomeração de pessoas também foram reduzidos. Para manter a sua família tranquila na cidade paulista de Jacareí, Moreira destaca que as conversas por vídeo são frequentes. “Pedi para meu pai ficar em casa e não ir para o escritório. Minha mãe é enfermeira, então ela continua indo trabalhar. Mas conhece os cuidados que deve ter quando chega em casa e para evitar o contato.”
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