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PROJETO REPENSAR

Instalação de sistemas de irrigação nas lavouras é alternativa para épocas de pouca chuva

Foto: Bruno Pedry

Opção pela aspersão implica em uso de mais água, mas é ideal para áreas maiores

Os próximos meses devem ser de pouca chuva no Rio Grande do Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Para se ter uma ideia, a precipitação em Santa Cruz do Sul em janeiro deste ano foi de 135 milímetros, enquanto a previsão do Inmet para novembro e dezembro de 2022 e janeiro de 2023 indica que a média de cada mês não deve ultrapassar 60 milímetros. Até o próximo dia 15, os prognósticos indicam 54,6 milímetros no município, a maioria concentrada entre os dias 3 e 5.

O boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul (Copaaergs), ligado à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, também prevê a continuação do fenômeno La Niña em dezembro, o que reduz a quantidade de chuva no Estado. Diante desse cenário, a preservação do meio ambiente, mediante a manutenção dos cursos de água como rios, riachos, arroios e nascentes, torna-se a principal forma de buscar o equilíbrio dos ecossistemas.

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Já está comprovado que a derrubada de árvores contribui para diminuir a quantidade de chuva de determinada região. Em relatório do governo estadual sobre a estiagem, divulgado em junho, nos primeiros seis meses do ano mais de 17 mil famílias e 253 mil propriedades foram afetadas pela falta de chuva. As perdas do primeiro semestre resultaram em 15 milhões de toneladas de soja e milho que não foram colhidas, impactando diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

Aliada da preservação

Uma das principais causas de perdas na produção agrícola é a falta de chuva. Além de preservar fontes de água como rios, riachos e nascentes, ter uma reserva em açudes ou poços artesianos torna-se fundamental em regiões frequentemente afetadas pela estiagem, algo que tem se repetido nos últimos anos no Rio Grande do Sul.

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Plantação de alfaces de Derli, em Cerro Alegre, conta com irrigação por gotejamento | Foto: Bruno Pedry

A instalação de sistemas de irrigação nas lavouras é benéfica tanto para o produtor quanto para o ambiente. No Sítio Recanto Alegre, em Cerro Alegre Baixo, zona rural de Santa Cruz do Sul, o empreendedor Derli Souza Machado, de 37 anos, planta hortaliças, milho e pastagem para as ovelhas. Utilizando a irrigação tanto no modo de gotejo, quando as plantas são irrigadas através de tubulações inseridas junto à raiz, como por aspersão, na qual a água é lançada sobre as mudas, o agricultor vê resultados benéficos em diversos aspectos.

Em uma estufa com 600 metros quadrados, Derli planta alface e outras hortaliças, usando a irrigação por gotejamento, que é acionada de forma eletrônica. Por meio de um aplicativo de celular, ele consegue programar o tempo e a quantidade de água que será lançada ao solo, ao lado do caule da planta. O sofisticado modo de irrigação evita o desperdício. Sem ele, Derli calcula que gastaria o triplo de água para obter o mesmo resultado, e ainda poupa tempo de trabalho pela automatização do sistema, que consegue incluir até o adubo que a planta precisa.

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Na pastagem Tifton que o produtor utiliza para alimentar as ovelhas, e na área de 1,2 mil metros quadrados onde produz milho, a irrigação é por aspersão. Apenas na produção do cereal, Derli calcula que consegue obter 30% a mais graças ao emprego da irrigação.

Kuentzer: sistema racionaliza uso da água | Foto: Bruno Pedry

O engenheiro ambiental Alex Kuentzer lembra que a implantação de um sistema de irrigação na lavoura racionaliza o uso da água. Além de gastar menos, a utilização pode diminuir o tempo que a planta demora para crescer, como ocorre na estufa de hortaliças do produtor Derli Machado. Kuentzer observa que a instalação pode ser financiada via empréstimo bancário.

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Sócio-proprietário da empresa Agroner, em Santa Cruz, ele destaca que primeiro é importante realizar o projeto de instalação do sistema de irrigação, que pode variar de custo, de acordo com as condições da propriedade.

Reserva de água é importante, mas depende do tipo de solo

Investir em reservatórios artificiais é uma estratégia interessante para armazenar água para irrigação, diz o engenheiro agrônomo Josemar Parise, da Emater. Porém, existem limitações quanto ao relevo e tipo de solo. Em locais montanhosos e pedregosos, a reserva fica dificultada, sendo viável para pequenas estruturas com baixa capacidade de acumulação de água no terreno. A construção de açudes deve ocorrer em lugares com solo que permita a retenção da água.

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O solo, lembra o agrônomo, é um reservatório natural de água, e é possível realizar ações para que a infiltração da chuva seja aproveitada ao máximo. “Em um solo bem estruturado se perde pouca água por escorrimento superficial. Ao mesmo tempo, se tem um sistema radicular mais profundo das culturas, que podem buscar água em profundidades maiores. Água que infiltra no solo é aproveitável. Fortalece nascentes e as culturas podem acessar via sistema radicular. Não se evita a estiagem, mas as perdas são menores.”

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