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Vera Cruz

Foragida da Justiça, mulher foi a mandante do assassinato do marido

Foto: Reprodução/Facebook

Casal tinha um filho de 2 anos

Um crime a sangue frio, planejado e organizado ao longo de meses, e que culminou no assassinato do montador de móveis Maicon Natan Gonçalves Marques, de 32 anos, na noite de 8 de novembro, foi desvendado por completo pela Delegacia de Polícia (DP) de Vera Cruz. Detalhes do caso foram apurados com exclusividade pela reportagem do Portal Gaz e revelaram uma trama orquestrada e premeditada por Tamara Cristina da Silva, de 26 anos, para assassinar o próprio marido.

Ao todo, quatro pessoas foram envolvidas no caso. Dois homens, de 26 e 31 anos, foram presos em Vera Cruz durante a chamada Operação Quinto Mandamento, deflagrada em sigilo na noite dessa quinta-feira, 24, pela Polícia Civil. Outro rapaz, de 28 anos, recebeu uma série de medidas cautelares em virtude da participação, que ainda vem sendo apurada por completo.

Executor foi preso na noite de quinta-feira, na chamada Operação Quinto Mandamento | Foto: Alencar da Rosa

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No entanto, a mentora intelectual do assassinato foi procurada pelos agentes, mas não foi encontrada na residência dela, na localidade de Linha Arroio Grande, no interior de Candelária. A polícia não revelou o nome dela, mas a reportagem apurou que trata-se de Tamara. A mulher tem um filho de 2 anos com Maicon. Para ela, há um mandado de prisão preventiva pendente de cumprimento no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Atualmente, ela é considerada foragida da Justiça.

O assassinato aconteceu por volta das 20 horas de 8 de novembro em uma estrada, nas proximidades do Trevo de Ferraz, no entroncamento da RSC-287 com a ERS-409. A última vez que a vítima havia sido vista foi uma hora antes de ser morta, quando disse para a avó que sairia para realizar um trabalho. Tinha combinado num ponto de encontro com uma pessoa e não retornou mais para casa e também não atendeu mais o telefone, nem visualizou as mensagens de WhatsApp. O corpo foi encontrado na manhã seguinte, 9 de novembro, por um homem que passava pela via.

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Mulher pagou R$ 1 mil para amigo de infância encontrar matador

Desde que o crime aconteceu, a DP de Vera Cruz vem apurando o fato. Conforme a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, durante as investigações, descobriu-se que a companheira de Maicon foi a mandante do crime. Ela confessou o delito em depoimento no início da semana, na DP de Vera Cruz, e revelou que teria acionado o homem de 26 anos, um amigo de infância, e oferecido R$ 1 mil para ele encontrar um matador para executar o marido.

Este então intermediou a contratação do autor do crime, o outro preso, de 31 anos, que já tinha antecedentes por furto, roubo e ameaça, e o levou para fazer a emboscada na estrada perto do Trevo de Ferraz, após chamá-lo para realizar um trabalho. Inicialmente, o crime era para acontecer na noite de 7 de novembro, mas Maicon teve um contratempo e precisou remarcar para o dia seguinte. No dia 12 de novembro, quatro dias após o homicídio, o amigo foi até a casa da mulher buscar o dinheiro para pagar o executor. Os motivos do crime, no entanto, são mantidos em sigilo pela Polícia Civil.

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Os dois homens foram presos na quinta-feira, no Bairro Cipriano de Oliveira, em Vera Cruz, em residências próximas. Ainda na última segunda-feira, 21, a motocicleta Honda CBX 200 Strada preta, de Maicon, roubada no dia do homicídio, foi recuperada em Linha Tapera, interior de Vera Cruz, sem a placa e com chassi raspado. Na noite seguinte, em Linha Arroio Grande, no interior de Candelária, na mesma localidade que a mulher mora, foi encontrado o Volkswagen Santana usado no dia 8 pelos dois homens para irem até o ponto onde encontraram a vítima e a assassinaram.

“Crime complexo”, afirma delegada

Delegada Lisandra confirmou que investigações prosseguem | Foto: Alencar da Rosa

Em entrevista à Gazeta do Sul, a delegada Lisandra de Castro de Carvalho revelou surpresa com o plano criminoso arquitetado pela esposa de Maicon. “É um crime complexo, a sangue frio, com planejamento a partir de uma mandante ao longo de um tempo em que foi aguardada a oportunidade certa. Felizmente, conseguimos puxar o fio da meada a partir da localização da moto e descobrir todos os detalhes desse plano criminoso”, comentou a delegada.

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“Outro detalhe é que a vítima havia iniciado recentemente a trabalhar como montadora de móveis, e esse fato deu a ideia dos criminosos em chamá-lo para montar uma estante, que foi uma emboscada a partir do trabalho”, complementou. Dentre outras apurações já realizadas, está que na noite do homicídio, o autor da execução, que era monitorado por tornozeleira eletrônica, havia bloqueado o sinal do equipamento com uso de papel alumínio, para não ser identificado na cena do crime.

Sobre o homem de 28 anos, que recebeu medidas cautelares a serem cumpridas, a delegada revelou que ainda apura outros detalhes. “Estamos averiguando por completo sua participação e envolvimento prévio, com o possível fornecimento do revólver para o crime, e também posterior, pois foi ele que recebeu a motocicleta da vítima entregue pelo executor. Faltam ainda algumas provas que devemos apurar nos próximos dias e vão nos levar aos detalhes do que falta desse quebra-cabeça”, salientou Lisandra.

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Buscas à foragida continuam

O nome da operação em que o executor e o comparsa foram presos é uma referência ao quinto mandamento da Bíblia, “Não matarás”. O homem de 26 anos, amigo de infância de Tamara, confessou à polícia que recebeu dinheiro dela para matar o marido. Detalhes dos depoimentos dos acusados não foram revelados pela Polícia Civil, em virtude do sigilo do processo.

Após registro das prisões da dupla presa na Delegacia de Polícia de Vera Cruz na quinta, eles foram levados para o Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. A Polícia Civil mantém as buscas a Tamara Cristina da Silva. Quem tiver informações que possam ajudar os agentes a encontrá-la, pode entrar em contato com a DP de Vera Cruz pelo telefone (51) 3718-1137, que também é WhatsApp. Esse mesmo número pode ser usado pela comunidade para denunciar crimes. O sigilo é mantido.

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