A primeira testemunha a depor no julgamento de Jair Menezes Rosa, 62 anos, acusado do estupro e assassinato de Francine Rocha Ribeiro, de 24, foi Franciele Rocha Ribeiro, de 28 anos, que é irmã gêmea da vítima. A sessão acontece nesta sexta-feira, 18, no Fórum de Santa Cruz do Sul.
Em depoimento emocionante, ela relatou os momentos de terror vividos pela família quando descobriu o corpo de Francine no Lago Dourado. “Naquele momento eu não senti só a dor de perder uma irmã. Eu vi o desespero do meu pai de perder e de ter encontrado o corpo da Francine. E ele disse: ‘Filha, ela tá toda machucada'”, disse Franciele, emocionada.
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Foram vários os momentos em que a irmã gêmea precisou fazer pausas e tomar água devido à emoção. Questionada pelo promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos sobre como Francine era, Franciele explicou que a jovem de 24 anos era doce e amava muito a família.
“No final da nossa adolescência, nossos pais se separaram e ela entrou em uma depressão profunda por conta disso. Mas, no último ano de vida dela, tinha se recuperado e estava se cuidando. Estava vivendo a melhor fase da vida dela quando isso aconteceu”, comentou a irmã gêmea, que é dois minutos mais nova que Francine. “É muito triste ver que ela saiu pra caminhar em um dia e não retornou mais”, complementou.
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Irmã revela que mãe guardava perfumes de Francine para sentir cheiro da filha
O assistente de acusação, advogado criminalista Roberto Alves de Oliveira, questionou Franciele sobre o impacto do fato na vida dos familiares. “A gente olha e parece mentira. O que aconteceu com ela foi uma marca para todos da família. O fato de ela não estar mais presente tira possibilidades de vida de muitas pessoas. Hoje tenho um filho de 3 anos, que tem a cor dos olhos dela, e dói ver que ele não pode conviver com a tia dele”, disse Franciele.
O advogado Roberto explicou que o fato de os pais de Francine, Runer Rocha Ribeiro e Eronilda Machado, não estarem na sessão desta sexta-feira foi para não reviver a tragédia. Segundo Franciele, o impacto do caso na vida dos dois foi brutal. “Na casa da minha mãe tem coisas da minha irmã por toda parte. Tive uma conversa com ela um tempo atrás, porque até pouco tempo ela guardava os perfumes da Francine para tentar lembrar do cheiro. Até chegava a dormir abraçada num cachorrinho de pelúcia que minha irmã deixava em cima da cama.”
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Defesa do réu não faz questionamentos a irmã
O advogado Mateus Porto, que representa o réu, preferiu não fazer perguntas a Franciele. Na sequência, falam a delegada Lisandra de Castro de Carbalho e o delegado regional Luciano Menezes.
Jair Menezes Rosa é acusado de furto (teria levado um celular, óculos e uma blusa de Francine), estupro e homicídio quadruplamente qualificado. As qualificadoras, que podem ampliar a pena, foram definidas pelo feminicídio (o fato de a vítima ser mulher), meio cruel (asfixia), uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (ela ter sido amarrada) e ocultação da prática de outro crime (o réu teria tentado ocultar o estupro). Jair nega ter cometido os crimes. Ele está no plenário após ser levado por uma equipe da Polícia Penal do Presídio Estadual de Candelária, onde estava preso preventivamente.
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