As pesquisas no arquivo da Gazeta do Sul sempre rendem boas histórias. Na edição de 21 de fevereiro de 1970, o professor Carlos Wagner Sobrinho contou um fato trágico, o assassinato de dois índios na região de Linha Araçá, no atual distrito de Monte Alverne.
Wagner, que foi correspondente do jornal, relatou que quando as famílias se reuniam e contavam causos de antigamente, este sempre era lembrado. Na primavera de 1870, o imigrante Miguel Bauermann e um vizinho teriam enveredado pelas matas em busca de mudas de árvores frutíferas, para plantar nas propriedades.
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Perto das margens do Arroio Araçá, depararam-se com dois índios que estavam caçando. Assustados e temendo serem mortos, Bauermann abateu os “bugres” com tiros certeiros, disparados com uma espingarda de vareta (alimentada pela boca) de dois canos.
Se o fato é lenda ou verdade, não se sabe. Bauermann morava em Linha Schwerin, onde faleceu em 1921. Ele costumava ser lembrado pela coragem e por ser exímio caçador. O professor conheceu Bauermann e dizia que a história era real.
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Wagner ressaltou que animais como veados, antas, capivaras, javalis, macacos, pumas e outros eram comuns e que grupos de índios nômades caçavam na região. Muitas peças índigenas foram encontradas por lá.
A história permite avaliar a vida e os temores dos colonos nos primeiros anos da colonização no Brasil. Os portugueses e outros povos, que vieram a partir de 1500, chamavam os índios de “bugres” (herege, pagão, sem alma) e de canibais. Eles não eram considerados humanos e abatê-los era normal. O conceito foi disseminado na Europa e os imigrantes, quando vinham para o Brasil mais tarde, chegavam com medo e não hesitavam em se defender com violência.
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