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FALANDO EM DINHEIRO

Cartões de crédito: quantos ter e como usá-los

De acordo com a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 79,3% das famílias brasileiras estavam endividadas no fim do mês de setembro. Dessas, 30% inadimplentes, ou seja, não conseguiram pagar suas contas. A pesquisa incluiu contas a vencer no cartão de crédito, empréstimo pessoal, crédito consignado, cheque pré-datado, carnê de loja, prestação de carro e de casa.

Existem várias causas para esse endividamento que vão desde renda insuficiente ou inexistente (caso dos desempregados), passando por taxas de juros muito altas na tomada de empréstimos até a falta de educação financeira.

Os pagamentos pendentes se concentram em duas áreas principais: instituições financeiras e empresas de água e energia. Nas instituições financeiras, os cartões de crédito correspondem a quase 80% das dívidas inadimplentes.

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Seria o cartão de crédito o responsável por essa inadimplência? O cartão de crédito faz parte da vida de grande parte dos brasileiros. É raro encontrar alguém que não tenha, pelo menos, um cartão de crédito na carteira, quando não dois, três ou até mais. De fácil aquisição – geralmente, é oferecido aos clientes – e de ampla aceitação, a dúvida pode ser sobre qual cartão escolher.

É inegável que é mais fácil e seguro andar com um cartão de crédito na carteira do que com dinheiro em espécie ou sem dinheiro algum. Além disso, o prazo de pagamento que se tem até receber a fatura pode ser um tempo extra para respirar e organizar as finanças. Na verdade, o problema está no mau uso dessa ferramenta ao comprar e gastar com ela.

Uma das grandes atrações do cartão de crédito é a possibilidade do parcelamento de compras, principalmente quando envolve itens de maior valor. Pode ser um bom negócio para quem tem autocontrole e bom senso, assim, como também pode ser uma armadilha que pode levar a uma grande dívida.

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É fácil perder o controle se não houver um orçamento, prevendo as prestações futuras, ou pelo menos alguma anotação de compra realizada há mais tempo. Pior ainda, se forem várias compras parceladas de meses passados e que, debitadas na fatura, podem dar aquele susto no usuário. Por isso, antes de usar o cartão de crédito, é imprescindível saber o percentual dos ganhos pessoais ou familiares que já está comprometido. Geralmente, as pessoas desconhecem esse dado de suas finanças.

Uma das grandes armadilhas dos cartões, raramente percebida e pouco estudada, é mascarar o ato de gastar. Ao pagar com o cartão – inclusive de débito – não se tem a mesma sensação psicológica de gasto de quando se retira o dinheiro em espécie da carteira. Por isso, quem não tiver controle e disciplina sobre seus gastos, é melhor não ter cartão. O risco de algum desastre financeiro é menor.

Muitas pessoas ainda pensam que possuir vários cartões de crédito significa status e poder de compra. Ou, então, justificam a posse de diversos cartões pelo fato de não ter anuidade, pelos benefícios de trocar os gastos por pontos, prêmios, milhas, bônus, descontos, etc. Em meio a tantas vantagens, é tentador aceitar mais uma oferta  de alguma instituição, o que, entretanto, pode complicar a vida financeira em meio a várias faturas. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e pós-doctor em educação financeira, entende que o limite do cartão ou a soma de vários não pode ser superior aos ganhos. Ele recomenda:

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  1. um cartão para quem tem ganhos mensais, com vencimento de 10 dias depois da entrada do ganho;
  2. dois cartões para quem recebe quinzenalmente, com vencimento de 10 dias após a data dos ganhos;
  3. até três cartões para quem tem vários ganhos mensais (autônomos).

Mandar ver no cartão de crédito é, muitas vezes, a única forma de consumir, mesmo sem ter dinheiro, o que pode gerar problemas. Para manter o controle sobre o cartão de crédito e usá-lo de forma mais precavida, não se endividando, vale observar algumas dicas:

  • 1ª – Estabelecer seu próprio limite: mesmo que o limite disponibilizado pela instituição financeira seja maior, não usar mais de 50% da renda mensal;
  • 2ª – Definir um percentual do limite do cartão para cada tipo de gasto e respeitá-lo;
  • 3ª – Identificar as melhores datas para fazer compras e respeitar as datas de vencimento: pagar o valor total da fatura até o vencimento;
  • 4ª – Limitar em três o número de parcelas e registrar o valor de cada uma delas no orçamento dos meses seguintes, evitando “surpresas” de débitos;
  • 5ª – Ter um ou, no máximo, três, cartões, conforme periodicidade de ganhos, com datas de vencimento que ajudem na organização das contas;
  • 6ª – Cuidar da senha e com as compras em sites da internet;
  • 7ª – Jamais emprestar o cartão.

Um dos problemas que consumidores eventualmente enfrentam é a clonagem ou uso indevido de seus cartões de crédito, pela internet ou em lojas físicas. Caso perceba alguma operação indevida com o seu cartão de crédito – através de mensagens emitidas pelo banco, no ato da compra, ou apenas quando da chegada da fatura -, o consumidor deve entrar em contato com a instituição financeira para resolver o problema, o que inclui o cancelamento do cartão. É recomendável fazer um boletim de ocorrência para ter uma maior garantia de providências por parte da operadora do cartão.

O cartão de crédito, usado com consciência, permite maior controle sobre os gastos e melhor gestão do orçamento, sem falar nos ganhos secundários, como programas de recompensa ou milhagens. Em resumo, para manter o controle sobre o cartão de crédito, saber que:

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  • 1º – Trata-se apenas de uma ferramenta ou um meio de pagamento;
  • 2º – Requer organização e bom senso; e,
  • 3º – Exige controle rígido do orçamento. É importante entender que comprar com o cartão de crédito nada mais é do que tomar um empréstimo de curto prazo que apenas não paga juros se a fatura for paga até o vencimento.

Se, eventualmente, não conseguir pagar o total da fatura, procurar imediatamente fazer um empréstimo com juros mais baixos para quitar o valor devido e pagar menos encargos, porque o juro do rotativo, embora tenha caído um pouco em setembro, está atualmente em 388,7% ao ano, conforme informa o Banco Central. Por isso, antes de usar o cartão de  crédito na hora de gastar, é bom usar a cabeça o que uma boa educação financeira pode ensinar.

A DSOP – Educação Financeira desenvolveu uma metodologia própria, já testada e comprovada por milhares de pessoas, em todo o Brasil e até no exterior, disponível para ajudar nessa área tão importante: a financeira.

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