Embora Onyx Lorenzoni (PL) tenha vencido com folga o primeiro turno, a disputa no Rio Grande do Sul também se acirrou, o que deixa em aberto o resultado do próximo domingo, 30. Conforme Elis Radmann, o fenômeno no Estado é semelhante ao que, no seu entendimento, ocorre em nível nacional: com o aumento da temperatura da campanha, os eleitores passam a considerar mais a tese da continuidade.
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Isso é o que explica, segundo ela, o crescimento de Eduardo Leite (PSDB), que, após ficar 10 pontos atrás de Onyx no primeiro turno, lidera alguns levantamentos de intenções de voto nesta reta final. “Este tema não esteve presente no primeiro turno e a estratégia de Leite é de apostar no voto em prol da continuidade. Este segundo turno é, por essência, uma eleição plebiscitária, se o governo fica ou sai.”
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Já Carlos Borenstein acredita que a nacionalização do debate estadual, que favoreceu Onyx no primeiro turno, acabou criando um obstáculo para ele no segundo, já que os institutos sugerem uma migração em massa de eleitores de esquerda, que são em torno de um terço do eleitorado, para Leite. O tucano, lembra o analista, ajustou o conceito da campanha de forma a atrair eleitores da esquerda sem perder segmentos de direita e busca se descolar da corrida presidencial, tanto que se negou a declarar voto.
Outro fator que explica o acirramento são os desgastes sofridos por Onyx ao longo das últimas semanas, como no caso da “primeira-dama de verdade” e quando se recusou a apertar a mão de Leite após o debate na Rádio Gaúcha. Por conta disso, Borentein não descarta um cenário de segundo turno semelhante ao da eleição de 1998, em que a eleição, vencida por Olívio Dutra sobre Antônio Britto, foi decidida voto a voto e foi a única na história em que houve uma virada do primeiro turno para o segundo. “Leite tem acertado muito, enquanto Onyx ainda tem a força do bolsonarismo, mas cometeu erros”, coloca.
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Já José Carlos Sauer lembra que candidatos de oposição receberam 70% dos votos no primeiro turno e que Leite venceu em apenas 46 municípios, enquanto Onyx foi o mais votado em 299 e Edegar Pretto (PT) em 174. Com isso, os votos dos eleitores de outros candidatos, sobretudo de Pretto, devem ser decididos por exclusão: uma vez que não há identidade ideológica com nenhum dos candidatos, votarão em quem rejeitam menos. “Ou seja, podem tanto votar em Onyx quanto em Leite. Tal comportamento amplia a dificuldade das duas campanhas. Como na disputa presidencial, deve ganhar aquele que errar menos.”
Até o fim da campanha, Onyx e Leite ainda devem se enfrentar em quatro debates: Grupo Sinos (segunda-feira), Rádio Guaíba e TV Record (terça-feira) e RBS TV (quinta-feira).
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