A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) está organizando um acervo de obras de arte para inaugurar uma pinacoteca. Trata-se de um espaço aberto à visitação pública onde a comunidade poderá apreciar e conhecer mais sobre o trabalho de artistas gaúchos e de outros estados. Inicialmente as obras serão expostas na Biblioteca Central da instituição em eventos periódicos até que seja concluído o espaço definitivo junto ao Memorial.
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Responsável pelo projeto, o professor Ronaldo Wink explica que o conceito de pinacoteca envolve mais as pinturas, mas o acervo terá também esculturas e cerâmica. Em função da falta de recursos para a compra, as peças estão sendo obtidas por meio de doações de colecionadores e dos próprios artistas. Wink enfatiza que enquanto principal polo educacional na região, uma das missões da Unisc é reunir, catalogar e expor acervos com fins didáticos e preservação da memória, como já ocorre com os documentos históricos do Centro de Documentação (Cedoc) e os artefatos do Centro de Pesquisas Arqueológicas (Cepa).
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Destaca ainda a importância de proporcionar à população o acesso à arte. “Temos que começar a motivar. Temos estudantes que vêm de municípios da região e nunca viram uma obra de arte.” As mostras terão curadoria e visitas guiadas, nas quais será possível aprender sobre artistas e técnicas utilizadas. Além de promover o conhecimento e a cultura, um dos objetivos é formar apreciadores de arte entre as novas gerações, bem como incrementar a produção nas atividades voltadas a essa área não apenas na universidade, mas na cidade e na região.
Wink conta que o desejo de criar uma pinacoteca vinha desde a época em que ele presidiu a Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, mantenedora da Casa das Artes Regina Simonis. Nesse período, descobriu que a Unisc possuía em seu acervo diversos trabalhos da artista santa-cruzense e que poderiam servir de base para a criação do novo espaço. A ideia saiu do papel em 2019 a partir de projeto de extensão, mas acabou interrompida pela pandemia. Em 2021, o projeto foi retomado com a criação de uma reserva técnica junto à Biblioteca Central, onde as obras arrecadadas até o momento estão armazenadas da maneira correta.
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Após a inauguração da reserva, em 13 de dezembro do ano passado, as captações de novas peças prosseguiram ao longo deste ano e já foram captadas 30 obras, sendo 25 pinturas, dois desenhos, duas cerâmicas e uma escultura. O total geral até agora é de 70 peças (45 pinturas, 22 desenhos, duas cerâmicas e uma escultura). Além da expansão da reserva técnica, o próximos passo é a captação de recursos para a execução do mobiliário para exposições na Biblioteca Central. Passada essa etapa, as exposições terão início, ainda sem datas definidas.
Colaboradores salientam importância do projeto
Coordenador do Núcleo de Arte e Cultura da Unisc, o professor Luiz Augusto Campis ressalta que uma das tarefas da instituição é preservar e oportunizar a visitação às expressões artísticas. Em sua compreensão, ganha também a comunidade, que terá espaço cultural tão raro e relevante. “Essa atividade é fundamental para a região ter na nossa universidade a possibilidade de conhecer essas obras. Com isso, estamos cumprindo a função de resgatar e zelar pelo patrimônio artístico e cultural.” Falou ainda sobre os trabalhos realizados para buscar recursos para viabilizar a conclusão do Memorial e o espaço onde ficará definitivamente a Pinacoteca.
Uma das mais renomadas artistas do município, Márcia Marostega colaborou doando algumas de suas obras para a reserva técnica. “Quando o Ronaldo me contatou, logo aceitei, porque acho muito importante e relevante, sobretudo quando analisamos a desvalorização atual da cultura.” Ela lembrou do período da pandemia, no qual as produções artísticas e culturais foram de grande valor para a sociedade durante o isolamento. “Se faz arte de ótima qualidade em Santa Cruz, mas precisamos de um espaço para divulgar esses trabalhos. Acho que pode ser o embrião de uma coisa grandiosa que está por vir”, completa.
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Principal colaborador até o momento, o colecionador Sérgio Nilo Schmitt doou diversas obras de seu acervo pessoal para a Pinacoteca. Ele diz que as obras de arte são um patrimônio da humanidade e que não devem permanecer sob a mesma posse por tempo indeterminado. “Um dia quero repassar todas as obras que tenho, para que elas continuem encantando e despertando a cultura e a sensibilidade em outras pessoas.” Schmitt afirma que um espaço como esse qualifica uma comunidade. “É um bem maior, que não tem um valor mensurável. Foge a todos os limites possíveis, e todo o valor financeiro é só um detalhe.
Como doar
Os interessados em doar obras de arte para a Pinacoteca da Unisc devem enviar fotos e os principais dados da obra, como nome do artista, técnica utilizada e ano da criação, para o e-mail [email protected]. Para assegurar a qualidade do acervo, que tem como foco a arte gaúcha e nacional, uma comissão fará uma análise prévia, com o objetivo de garantir que somente as mais significativas e contextualizadas com a proposta sejam incorporadas à coleção.
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