Há duas semanas, quando estreou a série de terror Dahmer, na Netflix, o público se defrontou, novamente, com a figura de um assassino serial. Produto notável da indústria cinematográfica, os serial killers têm seus transtornos explorados em séries com potenciais de audiência. De clássicos como Freddy Krueger, um assassino fictício que mata crianças em sonhos, a histórias reais, como a de Andrew Cunanan (assassino do estilista Gianni Versace), o sadismo parece entreter o espectador que tem estômago forte.
A nova série que viralizou nas redes sociais é Dahmer: Um Canibal Americano, protagonizada por Evan Peters, que ficou irreconhecível na pele do assassino de 17 homens homossexuais no Estado do Wisconsin. Então, conhecido como “Canibal de Milwaukee”, Jeffrey Dahmer, além de matar, comia suas vítimas e armazenava os restos mortais em sua casa.
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O começo
As investigações mostraram que Dahmer começou cedo a fazer suas vítimas. Afinal, ele tinha 18 anos quando estrangulou e se desfez do primeiro rapaz, três semanas após se formar no colegial. Isso em 1978. Com a família em crise, a separação dos pais, e a instabilidade na vida do rapaz, Jeffrey Dahmer, na década que se seguiu, cometeu uma série de delitos. Abusos sexuais, pedofilia, atentado ao pudor foram alguns dos crimes que constavam em sua ficha. Nesse meio tempo, preso pela primeira vez em 1986, Dahmer, que foi diagnosticado com uma série de transtornos, foi colocado em condicional no ano seguinte. O ano do começo dos assassinatos em série.
De 1987 a 1991 Dahmer aprimorou o método que aplicava nos rapazes com quem saía. Abordava-os em bares e saunas gays e inventava um pretexto para tirar fotos dos garotos em troca de algum dinheiro. Por fim, depois de ganhar a confiança dos jovens, ele os drogava e estuprava. Fez isso com mais de uma dezena deles, a maioria negros, isso até 22 de julho de 1991, quando um homem chamado Tracy Edwards, de 32 anos, conseguiu fugir e pedir ajuda para dois policiais nas imediações.
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No primeiro capítulo da série, a captura de Dahmer mostra os detalhes do apartamento lúgubre em que ele vivia. Caixas de ácido clorídrico, manchas de sangue pelo lugar e um enorme tonel com cheiro de carne humana eram algumas das provas que o assassino mantinha em casa.
Ao colocar a série Dahmer na categoria LGBT+, a Netflix foi duramente criticada por seus usuários. Embora mostre a vida de jovens gays que foram vítimas do assassino, a temática passa longe do histórico das produções em cartaz. Produzida por Ryan Murphy, que levou às telas a vida do assassino de Versace, Dahmer mostra detalhes mais cruéis em uma atmosfera longe do glamour de Miami Beach.
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Trauma
A produção da Netflix causou revolta na família de uma das vítimas. Eric, o primo de Errol Lindsey, que foi morto aos 19 anos pelo assassino, revelou nas redes sociais que o seriado trouxe à tona os traumas da família. “Eu não estou dizendo a ninguém o que assistir, eu sei que a mídia de crimes reais é enorme, mas se você está realmente curioso sobre as vítimas, minha família (os Isbell) está revoltada com essa série”, iniciou.
“Está nos retraumatizando uma e outra vez, e para quê? De quantos filmes/shows/documentários precisamos?”, indagou. Além disso, Eric comentou ainda sobre a repercussão de uma cena do seriado no Twitter, onde usuários compararam a produção com imagens reais do julgamento em 1992. “Recriar minha prima (Rita Isbell) tendo um colapso emocional no tribunal diante do homem que torturou e assassinou seu irmão é insano”, lamentou.
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