“Eu diria que esta crise é um grande quebra-cabeças que, na verdade, não sabemos nem quantas peças são para serem montadas.” Assim resume o comandante do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), tenente-coronel Fernando Barcellos da Rosa, o momento enfrentado diariamente em todo o mundo por causa do novo coronavírus. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta terça-feira, 31, o tenente-coronel ainda explicou os apoios realizados na região e o que o 7º BIB tem feito para prevenir a doença no próprio efetivo.
Dentro das ações de apoio do batalhão aos municípios, segundo Rosa, foram emprestados pelo menos 95 beliches aos ambulatórios de campanha de cidades da região: 40 para Santa Cruz do Sul, 30 para Venâncio Aires, dez para Passo do Sobrado e 15 para Vera Cruz. Ainda haverá auxílio a Sinimbu. “Estamos, na medida do possível, tentando atender os pedidos realizados pelas Prefeituras do Vale do Rio Pardo”, disse o comandante.
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Os militares também emprestaram barracas, macas e o trabalho de três profissionais ao posto de triagem no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz, e apoio na montagem das estruturas em todos os municípios. Além disso, médicos do batalhão fazem plantões voluntários no Hospital de Campanha de Santa Cruz.
“Também estamos participando de uma medida muito importante que é a campanha de doação de sangue, para o Hemocentro de Santa Cruz, visto que a frequência dos doadores diminuiu bastante com essas restrições de movimento. Eram 30 doadores diários, hoje são uma média de cinco. Então os militares estão voluntariamente participando dessa campanha de doação de sangue, em uma média de dez militares por dia”, explicou o tenente-coronel.
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Comandante no gabinete de crise
O tenente-coronel Fernando Barcellos da Rosa participa, juntamente com representantes de vários setores da sociedade santa-cruzense, do gabinete de crise do novo coronavírus em Santa Cruz do Sul. “Está sendo feito um trabalho muito sério, muito profissional, que visa salvaguardar a vida das pessoas. É um momento em que todos estão tentando assessorar da melhor forma possível para chegar às decisões, que nunca são simples nestes períodos de crise”, explicou.
“Eu acredito que é um momento de união, de todos os segmentos da sociedade. Temos que entender o papel de cada um. Como qualquer momento de crise, não temos todas as peças deste cenário. Eu diria que esta crise é um grande quebra-cabeças que, na verdade, não sabemos nem quantas peças são para serem montadas, três, cinco mil peças, e a cada dia que passa a gente ganha um pouquinho mais de peças para ir montando esse cenário, para poder verificar qual é a figura final.”
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Cuidados internos
Para garantir que o efetivo possa auxiliar a comunidade neste momento, é imprescindível que os militares também tomem as medidas de prevenção, amplamente divulgadas e reforçadas pelos órgãos de saúde. Conforme o comandante do 7º BIB, manter os militares saudáveis é uma das prioridades do batalhão.
“Todos os dias, no início do expediente, todos os militares, desde o comandante até o soldado mais novo, passam por um centro de triagem, onde tentamos identificar algum sintoma ligado às síndromes gripais, ou mesmo à síndrome respiratória aguda, provocada pela Covid-19, e preservamos este militar, ele é dispensado para ficar em casa até que ele consiga se recuperar. Felizmente, não tivemos nenhum caso até o momento”, disse.
Além disso, segundo Rosa, é realizada a higienização dos materiais com frequência e foi instalado regime especial de trabalho, com revezamento dos efetivos e teletrabalho nas áreas em que a função executada o permite. Ainda foram tomadas outras medidas, como distanciamento no refeitório, revezamento do horário das refeições, distanciamento nas atividades, arejamento dos espaços internos, instruções somente ao ar livre, com turmas reduzidas, e aulas à distância para o núcleo de preparação de oficias da reserva. “Mantemos nossa prontidão em 100%”, finalizou.
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