O PDT anunciou nesta terça-feira, 4, que vai apoiar o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno e pautou a campanha por fortes críticas ao petista, seguiu a decisão da legenda.
A decisão do PDT foi tomada após uma reunião da Executiva Nacional, que foi realizada de forma semipresencial, com uma parcela do partido na sede nacional da sigla, em Brasília, e outra parte participando por videoconferência. Ciro foi um dos que não estiveram na capital federal.
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Desde 2018, Ciro tem escalado nas críticas ao PT e a Lula, de quem já foi ministro da Integração Nacional. Em diversas entrevistas e eventos, o pedetista chamava o petista de “enganador de serpentes” e disse que viu Lula “se corrompendo”.
Pronunciamento – “Gravo este vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT”. pic.twitter.com/Ttmx06wCWo
— Ciro Gomes 12 (@cirogomes) October 4, 2022
O presidente do PDT, Carlos Lupi, minimizou as críticas de Ciro ao PT. “O processo político às vezes se acirra de uma maneira, eu vivi isso com Brizola e Lula lá em 1989. Um teria que engolir o sapo barbudo, o outro fugiu com a saia da mãe. Uma coisa muito forte. Isso não impediu Brizola de estar com Lula na campanha”.
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De acordo com o dirigente partidário, quem for convidado pelo PT para subir no palanque de Lula, deverá ir. Lupi evitou dizer como o ex-governador do Ceará vai contribuir com a campanha do petista, mas afirmou que o ex-ministro não irá para a Europa, como fez em 2018. “O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou esse apoio”. Lupi foi convidado pelo PT e deve ir para São Paulo se reunir com outros apoiadores do ex-presidente.
Ciro também concorreu à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Na campanha de 2022, ele teve o pior desempenho e perdeu até no Ceará, base eleitoral dele e onde sempre liderava os votos nas eleições presidenciais anteriores. A disputa deste ano também encerrou a hegemonia do grupo de Ciro no governo cearense e, pela primeira vez em 16 anos, o candidato apoiado por ele perdeu. Roberto Cláudio (PDT) ficou em terceiro lugar para governador, atrás de Capitão Wagner (União Brasil) e de Elmano de Freitas (PT), que comandará o Estado a partir de 2023.
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No entanto, logo na noite de domingo, 2, após o resultado do primeiro turno, Ciro disse que nunca viu um cenário político tão “complexo” e “ameaçador” e pediu tempo para se posicionar. “Quero dizer a vocês que estou profundamente preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, declarou.
Apesar do apoio, a participação de Ciro na campanha do petista ainda é dúvida. Em 2018, ele evitou se posicionar. Há a possibilidade de que ele repita 2018, quando declarou voto em Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro, mas viajou para a Europa durante o segundo turno e não se engajou na disputa.
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O partido de Ciro também anunciou que vai apresentar propostas para incorporar ao plano de governo do candidato do PT. Uma delas é a do programa de renda mínima de R$ 1 mil por família. A ideia foi batizada pelo ex-governador do Ceará de “Renda Mínima Eduardo Suplicy” em homenagem ao vereador e deputado estadual eleito pelo PT de São Paulo, que é um dos principais defensores de que o governo garanta uma renda mínima.
Outra proposta que será levada a Lula é o programa que pretende zerar as dívidas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O programa do petista já havia adotado uma ideia similar e a batizou de “Desenrola”. A terceira sugestão do PDT ao programa de governo do ex-presidente é estabelecer um projeto de educação em tempo integral.
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Lupi falou em uma quarta ideia, que ainda não foi conversada com o PT, mas que será debatida. “Hoje aprovamos também a proposta que não foi falada ainda com o PT, mas que será colocada. O Código Nacional do Trabalho, que para nós é fundamental. Somos um partido trabalhista, é natural que PT também tenha a mesma visão, que é o partido dos trabalhadores. Que é a defesa do direito dos trabalhadores e a revogação de tudo que é contrário aos trabalhadores. A tendência é de que as ideias sejam incorporadas pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena o plano de governo de Lula.
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