Dos imigrantes alemães pioneiros que chegaram à Colônia Santa Cruz em 19 de dezembro de 1849, dois deles, August Wutke e August Raffler, eram oriundos da aldeia de Klopschen, localidade que hoje pertence à Polônia. Wutke inclusive era o único que vinha acompanhado de esposa e filhos, constituindo a primeira família na colônia. E essa localidade está em vias de completar 800 anos de história, com festejos agendados para os dias 15 e 16 de outubro.
Quem esteve por lá recentemente, em visita a autoridades e a instituições, foi o alemão Johannes Marschke, que há vários anos passa os meses de verão em Santa Cruz. E, nessa ocasião, levou até essas lideranças notícias da cidade e da região surgidas a partir daquela migração pioneira de mais de 170 anos atrás.
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Após seu retorno de Santa Cruz, no início de março passado, Marschke teve reunião em junho com o prefeito de Klopschen, o historiador local e o secretário de cultura. Na ocasião, Marschke deu informações sobre sua estadia em Santa Cruz e sobre os dois colonizadores, August Wutke e August Raffler, que vieram daquela aldeia e estão listados no monumento dos imigrantes em Santa Cruz.
Klopschen agora pertence ao estado polonês, uma vez que foi cedido à Polônia após a Segunda Guerra Mundial. Essa região da Silésia, à qual Klopschen pertence, tem um passado turbulento, que se caracteriza por múltiplas mudanças de poder e se desenvolveu em uma unidade ao longo do tempo como resultado da história. A Silésia pertenceu politicamente a diferentes estados: Boêmia, Áustria, Hungria, Império Alemão e hoje Polônia. Todos esses povos, estados e culturas moldaram a Silésia e foram também moldados pela Silésia.
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A vinda de silésios para a região sul e para Santa Cruz representa porcentagem muito pequena da imigração total para o Brasil. Mas uma característica especial é o fato de que apenas Santa Cruz pôde provar uma primeira imigração, combinada com a fundação de uma cidade, principalmente por colonizadores da Silésia, como frisa Marschke. Por essa razão, segundo ele, impõe-se para o futuro, desde já, estreitar laços culturais e institucionais entre as duas localidades.
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Presente aos festejos
Na última segunda-feira, 26, como a Gazeta do Sul noticiou em sua edição do fim de semana, o santa-cruzense Luciano Schmidt viajou para a Alemanha. Por lá, encontrará Johannes Marschke, e juntos aproveitarão para participar das comemorações dos 800 anos de fundação da cidade de Klopschen. Para Schmidt, que é também genealogista, há algo especial em visitar a área e o local de seus ancestrais, uma vez que ele descende de August Wutke. Marschke sintetiza esse esforço de contato e de relacionamento com aquela região. “Construir pontes e conhecer diferentes culturas e desenvolvimentos são a base para a compreensão no presente e no futuro”, salienta o alemão.
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