O sonho do hexacampeonato do Brasil segue mais vivo do que nunca. Após golear a Tunísia por 5 a 1, a seleção brasileira encerrou o ciclo pré-Copa do Mundo do Catar com um ótimo aproveitamento de 75%, sendo 37 vitórias, dez empates e apenas três derrotas. A equipe comandada pelo técnico Tite perdeu apenas para a Argentina, duas vezes, sendo uma delas a final da Copa América, além de um amistoso diante do Peru. No total, foram 111 gols marcados, com média de 2,2 por partida, e só 19 sofridos, aliando poder ofensivo com um sistema defensivo eficiente. Foram 33 jogos sem sofrer gol e 43 partidas em que a equipe balançou a rede adversária.
Principal jogador da equipe, Neymar foi o artilheiro do período com 18 gols, um a mais que Richarlison. O atacante também vive ótima fase no Paris Saint-Germain neste início de temporada e recebeu muitos elogios por seu bom desempenho em campo. Quem mais entrou em campo foi o zagueiro Marquinhos, com 44 participações em 50 jogos. Ele é um dos nomes de confiança da comissão técnica. O zagueiro revelado no Corinthians foi seguido por Richarlison (38), Casemiro (37), Paquetá (35), Gabriel Jesus (33) e Thiago Silva (33).
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Tite colocou em campo 63 jogadores desde o primeiro jogo após a Copa do Mundo de 2018 na Rússia até agora. A grande maioria dos nomes para a disputa do Mundial já está definida, restando poucas vagas das 26 possíveis. Hoje, são 45 jogadores no radar de Tite. Destes, 26 serão convocados para o Mundial. A CBF tem de enviar uma relação com 55 nomes para a Fifa até 21 de outubro. O anúncio da lista final, com 26 jogadores, será feito no dia 7 de novembro. Esse grupo pode ser modificado até o dia 14, quando o elenco se apresenta em Turim, na Itália, para começar a preparação para o Mundial.
Para garantir vaga na Copa do Mundo do Catar, o Brasil fez uma campanha histórica com o melhor desempenho da história do torneio. Foram 14 vitórias e três empates, sendo 40 gols marcados e apenas cinco sofridos. Para Tite, a manutenção do trabalho da comissão fundamental foi fundamental para alcançar números expressivos. “O próprio ciclo permitiu mais segurança, uma relação pessoal maior de confiança com os atletas porque a relação de confiança é passar por momentos difíceis e bons e saber que tipo de conduta se tem. A confiança se estabelece com o nível de conhecimento que as pessoas têm. O atleta sabe que nível de conhecimento a comissão tem, ele sabe as relações pessoais que se estabelecem. Isso gera uma confiança maior, além de que, no aspecto técnico e tático, a gente pôde oportunizar sistemas diferentes e atletas num número maior diferente que o ciclo anterior”, disse Tite em entrevista ao Estadão, em agosto.
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Atualmente, são 15 partidas de invencibilidade, com saldo de 12 vitórias e três empates, entre amistosos e compromissos das Eliminatórias. A seleção brasileira ocupa hoje a liderança do ranking da Fifa, à frente de Bélgica (2º), Argentina (3º), França (4º) e Inglaterra.
Tite pede punição em caso de racismo
A seleção brasileira aplicou 5 a 1 na Tunísia em seu último jogo antes da Copa do Mundo do Catar e mostrou bom futebol. Mas vaias ao hino brasileiro e uma banana atirada na direção do atacante Richarlison no primeiro tempo mancharam a festa no Parc des Princes, em Paris. A vitória por 5 a 1, os belos gols e outra vez o ritmo alucinante demonstrado pela seleção brasileira no primeiro tempo deveria ser o destaque da partida, mas o que era para ser uma festa desandou. Primeiro com as vaias por parte da torcida tunisiana, enquanto o hino nacional brasileiro foi executado.
Minutos mais tarde, durante a comemoração do segundo gol, de Richarlison, aos 19 minutos, bananas foram lançadas ao gramado. O jogo prosseguiu, com algumas jogadas ríspidas e clima quente no gramado e nas arquibancadas e motivou uma nota de protesto por parte da CBF. Tite e Juninho Paulista, coordenador técnico da seleção brasileira, e Cesar Sampaio, auxiliar técnico, também foram se manifestaram. “A CBF repudia todo e qualquer ato de racismo: está na hora de punir racistas”, disse Juninho Paulista, o primeiro a falar sobre o caso. Na sequência, Tite seguiu na mesma linha. “No futebol não vale tudo. Lugar de estádio não é para fazer o que se quer. O processo de educação e punição tem que ser, também, dentro do estádio, também com torcida”, afirmou. “Ninguém tem exposição pública a estar tomando qualquer que seja a situação. Que os órgãos responsáveis devem tomar providências, contra os que fazem coisas erradas”, completou o treinador. “Infelizmente a gente chega nesse ponto em que precisamos buscar a lei depois de tantas ações tentando fazer com o que o ser humano tivesse uma reflexão. Que esses infratores sejam punidos, passou do ponto já, é um desrespeito”, comentou César Sampaio.
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O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, também estava no estádio e se posicionou em comunicado. “Mais um vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”.
Richarlison, principal alvo do ato racista, falou sobre o episódio na zona mista. Na hora, ele não notou a banana atirada em sua direção. “Na hora eu não vi, graças a Deus, de cabeça quente não sei o que poderia acontecer. Espero que esse cara aí seja punido”, falou. “A gente fica triste por esse momento, espero que possam reconhecer esse cara aí, a pessoa que jogou a banana na hora da comemoração, e que ele possa ser punido e servir de exemplo para que não aconteça mais, ainda mais dentro de um estádio”, acrescentou o camisa 9, autor de um dos cinco gols da seleção brasileira. A banana atirada em direção a Richarlison lembrou a série de manifestações racistas enfrentadas pelo lateral-direito Daniel Alves, em 2014, quando ele atuava pelo Barcelona. E vem dias depois de um ataque racista perpetrado contra Vinicius Jr em um programa da TV espanhola, condenando seu hábito de celebrar seus gols com danças irreverentes.
Na zona mista, Neymar falou sobre o clima ríspido do amistoso contra a Tunísia. Houve jogadas duras, empurra-empurra e cartões amarelos e um vermelho por falta dura do zagueiro tunisiano Bronn em cima do camisa 10. No momento em que ele saía de campo, discutiu com Tite. “Acho que os jogadores da Tunísia se empolgaram um pouco com a torcida deles e exageraram um pouquinho na força”, disse Neymar. “Mas, tivemos cabeça boa, jogamos futebol e conseguimos vencer o jogo.”
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Comparando Neymar a Kobe Bryant, um dos melhores jogadores de basquete de todos os tempos (e que morreu em um acidente de avião), Tite fez questão de elogiar a maior estrela da seleção brasileira. Segundo ele, Neymar tem que ser elogiado pela sua consciência profissional, que incluiu o trabalho feito nas férias com Ricardo Rosa, seu preparador físico particular. “É como Kobe disse no seu livro ‘Mentalidade Mamba’, se preparar e continuar se preparando.”
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