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CADERNO GAZTRONOMIA

GAZtronomia: Em busca da carne ideal

O churrasco é considerado um dos símbolos do Rio Grande do Sul. Tanto que até ganhou uma data para ser lembrado (24 de abril). A tradição vem de longe, sendo um dos pratos mais antigos. Assim como passou o tempo, adaptações foram realizadas na hora de assar a carne. O fogo feito com lenha, em buracos no chão, deu lugar a churrasqueiras em alvenaria e até elétricas; os espetos de pau passaram a ser de metal e, em variação “importada” de outros estados, cogita-se o uso da grelha como substituta.

Nos moldes antigos ou nos atuais, temperada apenas com o sal grosso ou com outras iguarias, o fato é que a carne continua no topo dos menus escolhidos para a comemoração da Semana Farroupilha. Onde tem um galpão rodeado de peões e prendas, há uma churrasqueira pronta para dar início aos trabalhos. Na companhia, um chimarrão ou a caipira com limão.

Feitas as atualizações nas formas, também houve incremento no conteúdo. José Arlindo Rosado, da Casa de Carnes Zé Rosado, tem 28 anos de experiência e apresenta as novidades. A costela continua sendo o carro-chefe na preferência dos gaúchos, mas até ela teve variações. Pode vir nas versões costelão e temperada, desde que feita a encomenda. “Um casamento da costela com o entrecot fez surgir o prime rib”, cita. Outro corte que era indicado para a panela, a paleta, agora aparece desossada com o nome “coração da paleta”, também podendo ir ao espeto e dar um suculento churrasco. “O segredo está na forma como é cortada e assada. Deve ser selada e ficar ao ponto, daí, parece picanha”, diz.

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O tempo de trabalho faz com que Zé Rosado saiba do que está falando. Tanto é que, em seu estabelecimento, ele pouco utiliza a serra. A maior parte dos cortes é feita com o emprego de facas especiais. “Assim, é possível manter a umidade da carne e fazer o corte acertado das fibras”, ressalta. Dessa forma, com o corte ideal, a ponta de peito, que costuma sofrer certo preconceito, pode ter boa saída e utilização.

Mas como saber se a carne está boa, quando você olha o balcão do açougue? “Ela tem que estar bem vermelhinha. Não pode estar escura”, alerta. Uma opção para quem não conhece é a, tão tradicional como o churrasco, amizade com o açougueiro. É uma forma de ele saber o gosto do cliente e garantir a melhor peça. No caso de Zé Rosado, por exemplo, a compra pode ser feita até a distância, usando WhatsApp ou as redes sociais. Ele manda fotografia da carne e entrega.

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Enquanto escolhe a carne, já pode chamar os amigos e preparar o fogo para comemorar a Semana Farroupilha.

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