Com o objetivo de capacitar o efetivo da Brigada Militar para aquela que é considerada a ocorrência mais grave a ser enfrentada por uma comunidade, o Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP) realizou um simulado de assalto a banco que envolveu cerca de 300 policiais militares e agentes de outras instituições.
Para o comandante do CRPO/VRP, coronel Giovani Paim Moresco, a atividade, realizada na noite de segunda-feira junto ao Banco do Brasil, Protege Transporte de Valores e Parque de Eventos, foi um sucesso. “Dentro da expectativa que se teve quando idealizamos o simulado, alcançamos 100% dos objetivos propostos. O sucesso do evento vem corroborar a capacidade que a segurança pública tem de atender a essas demandas que, vez ou outra, podem aparecer, mas que estão drasticamente caindo”, destacou.
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O simulado vai de encontro ao delito conhecido como “domínio de cidades”, que é a nova tipificação para uma situação da natureza que foi testada em Santa Cruz. O texto que altera o Código Penal foi aprovado no início do mês passado e agora vai para o Senado. A intenção é enquadrar grupos armados que cercam cidades para praticar assaltos, normalmente com roubo a agências bancárias ou caixas eletrônicos. O crime será punido com pena de reclusão de 15 a 30 anos.
O maior exemplo do novo delito aconteceu em 30 de novembro de 2020, no mega-assalto à tesouraria regional do Banco do Brasil em Criciúma. Cerca de 30 assaltantes queimaram veículos, atiraram para o alto com armas pesadas, fizeram reféns e levaram R$ 125 milhões. Em menor proporção, neste ano, quadrilhas assaltaram agências bancárias em Santana da Boa Vista, no dia 8 de abril, e em Amaral Ferrador, no dia 13 de maio.
“Em 2018, eram 62 casos de assalto a banco que tínhamos. Neste ano, estamos no fim de setembro e tivemos esses dois casos. Vemos que o trabalho preventivo, realizado mensalmente por meio da Operação Angico, está sendo muito bem-feito. E um simulado como esse vem agregar ao trabalho de prevenção e repressão qualificada, bem como à integração com outras instituições de segurança que, em um delito como esse, também seriam acionadas”, salientou Moresco.
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“Sabemos que em cidades do interior, quando acontece algo do tipo, a ordem social do município alvo da ocorrência é quebrada e os PMs gastam muito tempo para restabelecer a ordem naquela região, bem como o nível de tranquilidade. Por isso, desde 2017 a BM vem fazendo um trabalho visando esses municípios, para coibir o chamado ‘novo cangaço’, ou o agora ‘domínio de cidades’, como tivemos em Criciúma”, frisou o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares.
Santa Cruz do Sul foi a sexta cidade do Estado a receber o simulado de assalto a banco da BM. Antes, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santo Ângelo e Santana do Livramento tiveram essa atividade. De acordo com o coronel Douglas, serão dez ações neste ano. A última ocorrerá em Porto Alegre.
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Comunidade pôde ver trabalho na prática
Um dos fatores que mais chamaram a atenção no simulado foi a quantidade de pessoas que assistiram à ação nas imediações do Banco do Brasil e também no Parque de Eventos. Para o coronel Moresco, foi uma oportunidade para que a comunidade pudesse entender como funciona parte do universo da segurança pública.
“Muitas pessoas estiveram presentes nesses dois momentos e puderam entender um pouco de como é o trabalho policial. Às vezes, elas só conhecem por uma imagem, um comentário, ou a leitura de uma reportagem produzida pela mídia, mas nunca vivenciaram de perto. E nessa noite viram, por exemplo, como o IGP fez uma coleta de digitais na porta do carro. Isso, dessa forma, só se vê em filme”, salientou o comandante.
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Entre as peculiaridades da ocorrência, embora a BM já tivesse conhecimento do roubo, parte da estratégia policial está em aguardar a saída dos assaltantes da cena do crime. “Muitas vezes a comunidade pode perguntar ou achar que a repressão demorou alguns minutos a mais, quando na verdade ali, em frente ao banco, não é o momento do enfrentamento, pois há muitas pessoas no entorno. A Brigada é uma instituição que trabalha com a prevenção. Se falhou nesse aspecto, será feita a repressão qualificada, e isso tem que ser com cuidado, para que não se tenha nenhum tipo de dano colateral a ninguém”, salientou o sub-comandante Douglas.
“O objetivo é preservar as vidas das pessoas, inclusive daqueles que estão causando a ocorrência de roubo, e depois aplicar a lei. Não vamos com um objetivo diferente de fazer a prisão deles. O enfrentamento é causado por eles, não por nós”, complementou o coronel Douglas.
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