Homem, casado, na faixa dos 40 anos, branco e com ensino superior completo. Assim como em anos anteriores, esse é o perfil predominante entre as 29.089 pessoas que concorrem nas eleições de outubro em todo o Brasil. As estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), porém, indicam que, embora a subrepresentação de mulheres e negros persista, a proporção de candidaturas aumentou em relação ao pleito de 2018.
Os números mostram que o percentual de candidatas mulheres cresceu de 32% para 34%, enquanto os postulantes que se declararam pretos passaram de 11% para 14%. Os índices, porém, ainda estão distantes da realidade do eleitorado: segundo o próprio TSE, mulheres correspondem a 53% dos eleitores. No que toca à cor/raça, a disparidade é ainda mais gritante: conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54% da população brasileira é negra.
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Análise
Conforme o cientista político Carlos Borenstein, da Arko Advice, ainda que a participação de mulheres e de pessoas pretas seja baixa, os números da eleição deste ano sinalizam um avanço. “Isso indica uma disposição maior desses grupos em participar do processo eleitoral. Com mais candidatos, potencialmente temos uma possibilidade maior de serem eleitas mulheres e pretos e pretas”, observou. O salto da presença feminina entre as candidaturas é ainda maior quando comparado a pleitos mais antigos. Em 2002, por exemplo, as mulheres eram apenas 14% dos postulantes.
A pauta dos direitos das mulheres vem sendo um tema recorrente na disputa presidencial este ano. Foi, por exemplo, um dos principais tópicos do único debate entre os candidatos até agora, transmitido pela Band no último dia 29. Segundo Borenstein, isso reflete o protagonismo que as mulheres vêm conquistando na sociedade e o fortalecimento de grupos identitários.
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“Quando olhamos o tecido social, vemos uma participação cada vez mais ativa das mulheres, o que traz a discussão de gênero para a pauta. E isso tende a aparecer com mais frequência, até porque os partidos, vendo essa situação, vão acabar abrindo mais espaço para candidaturas de mulheres”, analisou.
As estatísticas do TSE também mostram que os candidatos estão mais escolarizados e ligeiramente mais maduros do que há quatro anos. O percentual de postulantes com ensino superior completo passou de 49% em 2018 para 55% neste ano, enquanto a participação de pessoas na faixa de 20 anos caiu de 5% para 4% e a de pessoas na faixa de 30 anos recuou de 19% para 17%. Outros fatores mudaram pouco. A respeito de ocupação, por exemplo, empresário e advogado ainda são as mais comuns.
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O perfil em 2022
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