De 1969 até 1972 acontecia em Santa Cruz do Sul a Feira Intercolegial Estudantil do Livro (Fiel). Mesmo com a mudança na formatação, a Feira do Livro continuou levando visitantes para a praça. Na terceira edição, em 1996, liderada pela Associação das Livrarias do Vale do Rio Pardo (Alivarp), o evento foi aberto em 14 de dezembro. Realizada em uma época diferente, ela acabava competindo com as vendas de Natal, o que pode ser observado nas manchetes da Gazeta do Sul daquele ano. O comércio, incentivado pelo final de ano, com vendas a todo vapor, ganhava as principais chamadas de capa.

Em 1996, a comercialização de obras não foi tão positiva. “Poucos livros vendidos”, dizia o título da matéria da Gazeta publicada em 23 de dezembro. A expectativa naquela edição era de vender 3 mil exemplares, mas foram apenas 2 mil. Antes de 1996, a feira ocorria entre setembro e novembro, mas naquele ano a organização optou por realizá-la em dezembro. A ideia era aproveitar o público que já estava circulando no Centro devido às compras de final de ano. Contudo, parece que a organização voltou atrás e resolveu não seguir realizando a feira em dezembro.

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O retorno do amor pela literatura à Praça Getúlio Vargas

Neste ano, quem circula pela Praça Getúlio Vargas em tempo de Feira do Livro sente o que parece ser um abraço da Catedral São João Batista. A grande movimentação encontra-se com o espaço que o chafariz ocupa e que dá uma impressão ainda maior de lotação, embelezando mais.

Depois de dois anos sem que o tradicional evento cultural pudesse ser realizado, todo e qualquer detalhe se torna especial. Desde a majestosa igreja até o cantar dos pássaros, que vivem nas árvores da praça e do Túnel Verde, mas acabam tendo suas vozes abafadas. É por um bom motivo: o burburinho dos estudantes que pela feira passam salienta o sucesso desta retomada, tão importante após um 2020 e um 2021 de incertezas. Com o tema “Eu amo ler”, a 33ª Feira do Livro de Santa Cruz teve início na quinta-feira e segue até 7 de setembro.

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Neste ano, a feira tem como patrona a escritora Leticia Wierzchowski. Já o escritor homenageado é Demétrio de Azeredo Soster, e a professora Márcia Susana Simon é lembrada como a personalidade incentivadora da leitura. Além dos 18 livreiros, a programação é recheada de atrações culturais. Em seu discurso de abertura, a coordenadora da 33ª edição, Roberta Corrêa Pereira, enfatizou: “É a praça invadida pelos livros, pela cultura, pela música e por todas as linguagens que fazem parte
da nossa feira”.

Homenagem e muitos autógrafos na Feira do Livro

Na manhã de sexta-feira, subiram ao palco estudantes do sétimo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias. Eles fizeram uma apresentação em forma de homenagem para a patrona Leticia Wierzchowski. “A escola recebeu uma edição de Cristal polonês, que é uma das obras dela. A gente leu em aula, coletivamente, e a partir disso elaboramos uma apresentação. Também assistimos a alguns trechos de A casa das sete mulheres, lemos alguns trechos de outras obras dela. Resolvemos fazer um mix dos figurinos e das falas para incentivar o público leitor a continuar lendo e aprendendo sempre”, relata Patrícia Ramos Figueiró, professora de Língua Portuguesa.

A homenagem foi um momento de emoção para a escritora, que até deixou cair algumas lágrimas após as falas dos estudantes. Depois, a patrona conversou com as crianças e os jovens que estavam presentes, respondendo a questionamentos dos visitantes.

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