Por telefone, o técnico Renato Portaluppi vai passar instruções relativas ao jogo do Grêmio contra o Vila Nova nesta sexta-feira, 2, às 21h30, na Arena, pela 28ª rodada do Brasileiro da Série B. Ele participará ativamente das decisões sobre escalação do time e modificações. O técnico já fez uma videoconferência com César Lopes, treinador da transição que estará na casamata.
Durante a partida, o novo técnico do Grêmio assistirá ao confronto pela televisão no Rio de Janeiro e trocará ligações com a comissão técnica para passar suas ideias. Renato e seu auxiliar, Alexandre Mendes, viajam na segunda-feira, 2, para Porto Alegre, dia em que comandarão o primeiro treino. A reestreia será diante do Vasco, no domingo, 11, às 16 horas, na Arena.
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O treinador assinou contrato até o dia 5 de novembro com o clube. O vínculo não tem nenhuma cláusula para renovação automática para a próxima temporada. Se o novo presidente, que será eleito em novembro, quiser manter o técnico, terá de negociar diretamente com Renato. O contrato do treinador ainda inclui premiação pelo acesso a Série A. O Grêmio aumentou em 4 mil torcedores a projeção de público para a partida contra o Vila Nova. A atualização feita pela Arena do Grêmio é que 14 mil torcedores são esperados. Amigo do novo técnico gremista, Jair Bolsonaro está em Porto Alegre e confirmou que assistirá a partida.
Na entrevista coletiva desta sexta-feira, 2, Romildo Bolzan lembrou do atrito entre o vice-presidente Cláudio Oderich com Renato após a saída do treinador da Arena, em abril do ano passado, para descartar qualquer rejeição interna ao retorno do ídolo gremista. “Do Conselho de Administração foi por unanimidade. Não houve restrição para o retorno dele. Nem aqueles que podem querer criar tumulto com o Oderich ou algo assim, natural que se crie, mas não. Cada momento é um momento. Fizemos debate sobre o que precisávamos para o momento e houve convergência a respeito disso”, reiterou.
Renato Portaluppi, de 59 anos, retorna ao comando da equipe 504 dias depois de pedir demissão, em 14 de abril de 2021. O técnico traz na bagagem títulos como o da Copa do Brasil em 2016, Libertadores da América em 2017, Recopa Sul-Americana em 2018, três títulos do Campeonato Gaúcho, em 2018, 2019 e 2020 e da Recopa Gaúcha em 2019. Renato é o treinador com mais jogos no comando do Grêmio na história, com 411.
Ambiente fragilizado foi justificativa para mudanças
O presidente Romildo Bolzan Júnior justificou a demissão de Roger Machado pelo ambiente ruim com a torcida, disse que o foco do novo técnico está todo nos 11 jogos finais do ano e celebrou em uma espécie de desabafo ao valorizar o ídolo: “ainda bem que ele é gremista”. O dirigente fez elogios à capacidade técnica e de trabalho diário de Roger e garantiu que só fez a mudança no comando por entender que a pressão do ambiente externo estava tensionando demais o grupo de jogadores.
“Eu tenho um respeito, admiração e um conceito extremamente positivo do trabalho do Roger. Não mudei nada disso, muito pelo contrário, só tenho elogios a ele. Quero reconhecer publicamente toda a capacidade do trabalho do Roger. Não foi por isso que ele saiu. Temos 11 jogos extremamente complicados, um ambiente fragilizado. Temos que criar ambiente para gerar segurança de todos. O ambiente que pode comprometer o futuro deve ser ligado. Essa decisão foi tomada observando isso. Não era possível seguir com instabilidade”, afirmou.
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Romildo diz que a mudança no ambiente externo será positiva para o rendimento do time na Série B. “Não via erro no conteúdo no trabalho do Roger, mas o ambiente não dava segurança para o resultado. Você não sabe o quanto é ruim para o ambiente uma vaia antes do jogo. Isso é compreensível, mas atrapalha. Nós precisamos de ambiente de alegria para o jogo. Internamente, estávamos satisfeitos com o Roger, mas fizemos a mudança nesse sentido”, disse. “Quando o Renato saiu, também havia situação de instabilidade, mas quem tem áurea sempre tem áurea, quem tem o respeito da torcida tem o respeito. O Felipão não deixou de ter o respeito da torcida, o Roger não vai deixar. O Renato responde a todas essas questões. Ele mobiliza, agrada, dá estabilidade para todo mundo e a torcida compra a ideia dele. Isso nos dá um ambiente para enfrentar os próximos 11 jogos”, complementou o presidente.
Além de Roger Machado, dos auxiliares Roberto Ribas, James Freitas e Diego Jussan, e do coordenador da preparação física Paulo Paixão, o vice de futebol Dênis Abrahão e o diretor de futebol Sérgio Vasques foram desligados. Roger comunicou Paixão da decisão da diretoria de dispensar toda a comissão técnica. “Foi uma decisão tomada pela diretoria e as nossas vidas seguem. Vejo como algo normal no futebol a minha saída como membro de uma comissão técnica. Chegamos juntos e saímos juntos”, declarou. “O Roger me ligou e convidou para ir ao clube e agora me ligou para comunicar da decisão da diretoria. Vejo com naturalidade dentro do futebol”, complementou.
Denis Abrahão afirmou que a decisão deixar o Tricolor foi sua. “O presidente não definiu a saída. Quem definiu a minha saída fui eu. O Romildo me ligou dando a posição sobre uma situação na qual não estava satisfeito. Eu disse que o clube era presidencialista, que o meu cargo estava à disposição, que não tinha problema algum. Eu falei que já que iria acontecer uma mudança deveria ser total. Resolvi a minha saída pelo bem do Grêmio”, explicou. “Vamos torcer pelo Grêmio, que é o clube que eu amo. Eu dei o meu melhor, saí de cabeça erguida, fiz amizades, isso para mim é maravilhoso”, complementou.
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Denis Abrahão revelou que ele foi o responsável por comunicar Roger Machado da decisão da direção. “Fui contratá-lo e agora fui na casa dele avisar da demissão. Isso por uma questão de caráter com um cara que trabalhou comigo no Grêmio de 1994 a 2001. Aguardei até agora para poder conversar com a imprensa porque o presidente pediu para emitir uma nota no site”, afirmou. Conforme Abrahão, trabalhar com Renato Portaluppi poderia gerar dificuldades pela semelhança entre as personalidades dos dois. “O Renato tem uma característica parecida com a minha. Quando o Romildo me ligou lá atrás, eu perguntei se teria carta branca, ele respondeu que sim e eu fui. O Renato é parecido comigo. Ele tem o jeito de trabalhar dele, acredita no seu processo de gestão. Se vai ter um vice de futebol eu não sei”, esclareceu.
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