É consenso que se alimentar de forma saudável é fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos. Em um país onde a fome e a desnutrição ainda são graves problemas, ao passo que aumentam os casos de obesidade, o tema da educação alimentar e nutricional é central, e a escola é um agente fundamental. As instituições são um espaço privilegiado, uma vez que acompanham as diversas fases do desenvolvimento desde a primeira infância, etapa em que começam a se moldar os hábitos alimentares que repercutirão por toda a vida.

Elizabeth Rodrigues, uma das nutricionistas do quadro técnico do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, destaca que esse programa é a mais antiga política pública de segurança alimentar e nutricional do Brasil. São mais de 60 anos em construção, e uma das vitórias para o cumprimento dos objetivos foi a inserção do nutricionista na equipe técnica. Ou seja, a presença do profissional que é responsável por elaborar e aplicar ações voltadas à promoção de saúde com enfoque na alimentação e nutrição das crianças de forma coletiva. Essas intervenções buscam a promoção da autonomia e contribuem no processo de escolha de alimentos.

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De acordo com ela, o PNAE é muito mais do que a oferta de refeições. “O papel do nutricionista do PNAE é promover a saúde na escola, contribuir para o crescimento e desenvolvimento biopsicossocial dos alunos, seu rendimento escolar através do cardápio saudável com as necessidades de calorias, vitaminas, minerais e outros nutrientes adequadas a cada faixa etária.”

Reflexo positivo

Elizabeth atesta que a oferta da alimentação escolar adequada reduz os índices de insegurança alimentar observados no período pós-pandemia. E que é muito importante identificar quais famílias têm na merenda uma das únicas ou a única oportunidade de alimentação, bem como alunos que se encontram em sobrepeso.

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Diante disso, a escola tem o papel de fornecer a refeição com base nas recomendações nutricionais de cada criança, considerando o tempo em que está naquele espaço. Também é importante promover ações capazes de introduzir novos alimentos.

“O grande desafio é desmistificar a ideia de que a alimentação saudável, a comida de verdade é cara ou menos saborosa, sendo necessária a conscientização da comunidade escolar. Quando nos deparamos com esse período de retomada das aulas após a pandemia, outro desafio a ser vencido foi tranquilizar os profissionais das escolas e famílias de que as quantidades recomendadas no cardápio são suficientes para saciar a fome e manter a saúde. A participação da agricultura familiar garante a aquisição de alimentos frescos e de alta qualidade nutricional nas escolas”, reforça.

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Saiba mais

O PNAE oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos, melhoria do rendimento escolar e ações educativas para construção de hábitos saudáveis. Em Santa Cruz do Sul, a rede municipal é composta de 46 escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental e um Cemeja, contemplando mais de 10.100 alunos na rede urbana e interior. “O diferencial da alimentação escolar é a universalidade de atendimento, de forma que todos os alunos matriculados em escolas públicas e filantrópicas têm direito à alimentação escolar”, frisa a nutricionista.

A data

Comemorado nesta quarta-feira, 31, o Dia do Nutricionista é uma homenagem a esses profissionais que auxiliam as pessoas a conquistar qualidade de vida por meio de uma alimentação saudável. A data marca o nascimento da Associação Brasileira dos Nutricionistas (ABN), que ocorreu em 1949. Posteriormente, a ABN foi substituída pela Federação Brasileira de Nutricionista e, depois, pela Associação Brasileira de Nutrição (Asbran).

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