Depois de três anos sem acontecer em razão da pandemia, um dos maiores eventos de negócios e serviços do Rio Grande do Sul terminou quinta-feira, 25, com resultados surpreendentes, na opinião dos organizadores. A Convenção Gaúcha de Supermercados (Expoagas) ocorreu no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, e bateu recorde de público. Foram 62 mil visitantes oriundos de 23 estados brasileiros e 12 países. Durante três dias, 458 expositores dos ramos de serviços e equipamentos para o varejo puderam interagir com clientes para apresentar novidades e tendências no setor de supermercados. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o volume de negócios realizados durante o evento superou o montante de R$ 580 milhões.
Além da Feira de Negócios, os participantes puderam assistir a uma série de palestras sobre o setor supermercadista, englobando os movimentos do varejo e as tendências do mercado, além das relações pessoais que permeiam o mundo dos negócios. A Gazeta do Sul foi a Porto Alegre conferir as novidades e conversou com profissionais de diferentes setores, que mostraram grande otimismo para as vendas do segundo semestre de 2022 e para o verão 2022/2023.
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Momento de se reconectar com os clientes
Com duas décadas de participação na Expoagas, a Fruki é uma empresa de bebidas do Vale do Taquari que se aproxima dos cem anos de história. Nascida em Arroio do Meio no ano de 1924 e atualmente situada em Lajeado, possui centros de distribuição de bebidas em todo o Rio Grande do Sul, e também em Santa Catarina. Ainda em 2022, a empresa vai inaugurar um novo centro de distribuição em Osório, para atender o Litoral Norte.
Segundo o diretor comercial da Fruki, João Miranda, a participação na Expoagas representou um momento de conexão com os clientes. Ele destaca que, para o comércio, o cenário de pandemia já foi superado. “Em um período de 12 meses, tivemos recordes de vendas nos últimos dez meses. Obviamente o momento ainda exige cuidados, mas comercialmente falando, já passamos pela pandemia. Viemos de dez meses de recordes, e o faturamento da mesma forma. Foi um momento delicado, mas com planejamento, estratégias, conseguimos superar”, comentou.
Um dos responsáveis pelo sucesso de vendas da empresa foi o lançamento do guaraná com bergamota. O Fruki Berga seria uma produção limitada de inverno, mas caiu nas graças do consumidor e os estoques logo se esgotaram. Miranda contou que a ação deve se repetir no próximo ano. “Começamos a vender no dia 21 de junho, quando entra o inverno, para durar até 21 de setembro, quando entra a primavera”, afirmou. Porém, em dez dias simplesmente acabaram os estoques planejados para durar três meses. “Nós dobramos a produção da Fruki Berga, e de novo terminou. Agora fizemos uma nova produção que esperamos que vá até o final do inverno.”
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Além de fabricar refrigerantes, sucos e até cerveja, a empresa aposta fortemente no setor de bebidas energéticas. O estande na Expoagas 2022 destacou o Elev, energético lançado há seis anos e que recentemente ganhou novas versões, na lata de 473 mililitros e garrafa pet dois litros. Para 2023, a Fruki planeja seguir crescendo. Uma nova fábrica será inaugurada no município de Paverama, no Vale do Taquari.
Setor de energéticos aquece o mercado de bebidas
As bebidas energéticas vêm se consolidando no mercado e agregam o público jovem, que se interessa pelas novidades e ampla gama de variedades. São diversas marcas e sabores. Sediada em Caxias do Sul, com parque fabril em Anta Gorda e central de distribuição em Porto Alegre, a Maori Bebidas é responsável pela produção e distribuição dos energéticos Fire Night e Aquece Drink. O diretor da empresa, Lucas Ballardin, projeta um incremento nas vendas com a chegada do fim de ano, época para a qual há previsão de calor antecipado.
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“Este ano será um verão liberado 100% da pandemia, então a tendência é incrementarmos em torno de 30% a 35% em relação às vendas do ano passado”, afirma. Além dos energéticos, a Maori tem sua linha de bebidas alcoólicas. A empresa aproveitou uma dificuldade do período da pandemia para inovar. Com a falta de matérias-primas no mercado para fabricação de garrafas de vidro, a Maori lançou a vodca, o uísque e o gim em garrafas pet de um litro.
Novos hábitos do consumidor impulsionam o setor de alimentos
Com a pandemia e a menor circulação de pessoas nas ruas nos últimos anos, o setor de alimentos ganhou um impulso nas vendas. Assim como o distanciamento social, o momento atual, de alta nos preços dos alimentos, leva o consumidor a fazer em casa suas refeições – algo positivo para os supermercados e fornecedores de alimentos, como a multinacional Nestlé.
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O gerente regional de distribuição para a Região Sul do Brasil, Jovandro Nicolli, ressalta que as dificuldades modificaram também o modo como o consumidor compra, com os negócios online ganhando ainda mais importância. “Evidente que uma pandemia não é algo positivo, mas foi positiva em relação aos negócios. Eventos como a Expoagas são importantes para nos reaproximarmos e entender melhor as particularidades de cada cliente nessas novas formas do consumidor se comportar. Ele está mudando de canais para fazer suas compras”, frisa. Além disso, diz, há toda a questão inflacionária, que também está mudando o hábito das famílias. “Muito do que o consumidor começou a fazer durante a pandemia, ele vai manter nos próximos tempos”, observa.
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Para Nicolli, o momento é de superação de dificuldades. Ele destaca que o setor de alimentos começa a superar os efeitos de desabastecimento causados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, apesar de as consequências ainda afetarem a produção, aumentando o preço para o consumidor. “Ainda temos os impactos. A gente vê que a questão da guerra vem se normalizando no curto prazo, mas impactou toda a cadeia. Seja no combustível ou em fornecimento de matérias-primas.” O reflexo disso é o custo da indústria. “É um desafio e um aprendizado seguir levando para o consumidor nossos produtos de uma forma que ele consiga comprar e o preço caiba no bolso”, avalia.
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Apesar disso, a multinacional aposta em sua forte atuação no Rio Grande do Sul, onde possui cinco centros de distribuição que atendem a toda a demanda dos gaúchos. “Estamos fazendo o plano para 2023. Independentemente do cenário econômico ou político, a Nestlé sempre mostrou que consegue se reinventar e apoiar o consumidor em todos os cenários.”
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Indústria de Venâncio Aires apresenta lançamentos de olho no próximo ano
Representante do Vale do Rio Pardo na Expoagas, a Nacional Frio, empresa do Grupo Refrimate, de Venâncio Aires, levou até a feira muitas novidades. Ligado ao setor de alimentação, através da fabricação de equipamentos de conservação e exposição de alimentos, a empresa atende todos os estados do Brasil e mais 25 países no segmento.
Neste ano, a Nacional Frio já participou de feiras em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor-financeiro, Vinicius Brandão, destaca que a empresa aproveitou a retomada da Expoagas em modo presencial para levar suas inovações aos clientes e ao público. “Estamos trazendo muitas novidades, muita tecnologia nova. A linha 2023 começa a ser lançada aqui, então conseguimos um contato próximo, que na pandemia acontecia de forma digital, sem aquela pessoalidade que o gaúcho preserva muito”, ressalta Brandão.
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Quem também comemora a retomada do contato com os clientes é o proprietário da A.C. Müller, de Estrela, um dos revendedores da Nacional Frio. A A.C. Müller Comercial Ltda. soma 25 anos de atuação no mercado, comercializando produtos de mostruário e máquinas para supermercados, restaurantes, bares, lancherias e até móveis para escritório.
O sócio-proprietário Antônio Carlos Müller ressalta que sua empresa participa pela décima vez da Expoagas, em conjunto com parceiros como a própria Refrimate, Venâncio e Toledo do Brasil.
“Após dois anos sem feira, estamos vendo muita gente presente no evento, e vamos divulgando novidades e tendências. Atuamos com representantes comerciais em praticamente todo o Estado. Estamos estudando possibilidades para a abertura de uma filial.”
Investimentos com foco na retomada econômica
A Mili é uma indústria 100% brasileira que resolveu investir durante o período da pandemia. A empresa atua no ramo de lenços de papel, papéis higiênicos, guardanapos, papéis-toalha, absorventes e fraldas, entre outros. A gerente de marketing Renata Maciel frisa que empresa apresentou resultados positivos nos últimos dois anos, mesmo com as dificuldades da economia brasileira.
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“Apesar de todo o cenário, a Mili tem vivido um momento bem interessante, aliás, de ascensão nos últimos 24 meses. Embora insumos como a celulose tenham aumento semanal, ela é cotada em dólar. Mas anda não estamos sofrendo nenhum tipo de racionamento. No início da pandemia sim, mas tínhamos estoque, e não afetou a produção”, contou. Com fábricas nas cidades de Três Barras (SC), Curitiba (PR) e Maceió (AL), a empresa comprou novos equipamentos e investiu em produtos de maior valor agregado, os chamados produtos premium, distribuídos nos mais de 100 mil pontos de venda no País.
Gestão e tecnologia são fundamentais para o sucesso
Há 30 anos, a empresa paranaense Ciss opera com gestão, criando softwares para facilitar a operação interna e externa de supermercados, lojas, atacados e redes de fast-food. Ter em mãos um sistema que auxilia na tomada de decisões é considerado um diferencial para os lucros. Para o gerente de marketing Renan Bisato, quem emprega soluções práticas nos momentos mais difíceis acaba saindo na frente da concorrência. “Hoje ajudamos vários varejistas do Rio Grande do Sul e do Brasil a melhorarem a gestão, ter números mais confiáveis de forma mais rápida, para conseguir gerir e tomar as melhores decisões.
Quanto mais temos velocidade na parte estratégica, mais conseguimos responder ao ambiente externo.” Atuando no mesmo setor, a empresa gaúcha Pleno KW já trabalhou com grandes clientes do ramo de supermercados, através da criação de softwares de gerenciamento – tanto na parte de vendas aos clientes, através de pontos de venda (PDVs) automatizados, como no gerenciamento interno, com o controle de estoque e finanças. Para o gerente de contas da Pleno KW, Maikol Rosa, o uso de programas de computador nos pontos de venda e nos sistemas de controle é uma realidade que não pode mais ser deixada de lado para quem quiser competir no mercado.
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