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SAÚDE DA MULHER

Coletores menstruais: tire suas dúvidas sobre o acessório

Foto: Pexels

A menstruação pode ser um período problemático na vida das pessoas que menstruam. Pesquisa realizada em 2018 no Brasil, por uma marca de absorventes, mostrou que 51% das entrevistadas sentem mal-estar intenso durante “aqueles dias”. O impacto disso é que uma a cada dez deixa de ir para a escola ou o trabalho e apenas 26% se sentem produtivas durante o período menstrual.

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Nesse contexto, qual mulher não teve receio de o absorvente vazar e manchar a roupa? “É raro, mas acontece muito”. Alguns “perrengues” relacionados à Síndrome Pré-Menstrual (SPM) e à menstruação incluem cólicas, dores de cabeça, edema das mamas e sensibilidade. Atualmente, existe uma infinidade de opções para lidar com o período, de calcinhas a copos menstruais, absorventes orgânicos internos e externos, além dos tradicionais. À medida que cresce a preocupação com o impacto ambiental dos produtos descartáveis, muitas pessoas têm recorrido aos métodos reutilizáveis.

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História

O primeiro absorvente descartável chegou ao Brasil em 1930, mas somente 20 anos depois, na década de 1950, o produto começou a se popularizar. Representando maior conforto e praticidade, as propagandas relacionavam as mulheres que usavam absorventes com a ideia de modernidade. De fato, foi um avanço significativo para o universo feminino, uma vez que o método utilizado anteriormente, os “panos menstruais”, já era visto negativamente por conta do desenvolvimento bacteriano. Apesar de parecer revolucionário, o copo menstrual já tem história.

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Entre 1854 e 1915, mais de 20 patentes de produtos menstruais foram apresentadas, incluindo os primeiros “copos menstruais”, geralmente feitos de alumínio ou uma borracha rígida. Em 1956 um avanço aconteceu. Leona Chalmers, atriz, escritora e inventora americana, atualizou o copo coletor, utilizando materiais mais macios, similares aos usados hoje. Porém, a popularidade só começou nos últimos anos, com uma lista crescente de marcas e opções para todos os tipos de anatomia e fluxo.

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Como saber se coloquei certo?

Priscilla Emmel, ginecologista

“Ele [o coletor] não fica desconfortável, fica imperceptível, o canal vaginal é grande. Se for mais confortável, mais para baixo ou para cima, é cada mulher quem decide. Em qualquer lugar da vagina que não cause desconforto, ele está no lugar certo”, explica a ginecologista.

Tira-dúvidas

Como funciona

O acessório funciona de forma simples: retém o sangue graças ao reservatório. Ao contrário dos absorventes descartáveis, é um método reutilizável e pode ser usado por até 12 horas, se bem cuidado e esterilizado. “O que vai ditar esse período de uso é o fluxo menstrual de cada mulher, mas no início e no fim da menstruação, que tendem a ter menos sangue, pode utilizar por até 12 horas seguidas”, afirma a ginecologista Priscilla Emmel.

Quem pode usar

O uso de coletores menstruais é democrático. “Todas as mulheres podem usar. Salvo em casos muito raros de má-formação vaginal ou de útero”, segundo a ginecologista. Nos casos de meninas que ainda são virgens, também não existe contraindicação. “Podem usar, inclusive existe um tamanho específico, o coletor míni, que pega só a entrada da vagina e não interfere no rompimento do hímen”, pontua.

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Tamanho

“Existe um parâmetro, principalmente se a mulher teve filhos ou não, além do tamanho míni, que é para a menarca (primeira menstruação). Algumas marcas separam por faixa etária, por exemplo, 18 a 35 anos, mas sempre tem as especificações na embalagem do produto”, diz Priscilla.

Cuidados

A limpeza é feita de maneira simples, com uso de água corrente e sabão neutro. “Pode ser lavado na pia ou no chuveiro”, conta a ginecologista. A profissional ressalta que, para evitar problemas de saúde, ao fim de cada ciclo, é necessário esterilizar o produto antes de guardá-lo. “As empresas que vendem inclusive oferecem um copo esterilizador para colocar no microondas, é prático.”

Riscos

Conforme Priscilla, eventuais danos à saúde estão relacionados à falta de limpeza do produto. “O item deve ser bem higienizado, senão pode acumular sujeira e aumentar o risco de vaginoses, como candidíase. Mantendo a troca certa e higienizada, não há perigo.”

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Dói ou machuca?

Na ânsia de testar o produto, algumas mulheres experimentam mesmo sem estarem menstruadas, e isso é um erro. “O ideal é utilizar quando se está menstruada, pois a vagina fica mais lubrificada nesse período”, explica Priscilla. Outra vantagem que pode auxiliar no conforto é o aplicador de coletor. “O aplicador é bem vantajoso no início, até que a mulher aprenda a lidar bem com ele.”

Benefícios

Além de ser uma opção sustentável ambiental e financeiramente, o método é saudável e prático. Os coletores são feitos de material hipoalergênico, ou seja, não causam alergia. Outra vantagem é que o produto permite realizar ações do cotidiano, como ir à academia e fazer exercícios físicos, sem risco de vazamentos.

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