O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, apresenta R$ 2,2 milhões de obrigações em atraso e um déficit de caixa médio mensal, considerando o período janeiro-junho de 2019, de R$ 650 mil. Os dados fazem parte do relatório detalhado da Comissão de Apoio à Gestão Administrativa, Financeira e Operacional. Criado há um mês, o grupo estudou a saúde financeira da instituição.
A comissão encontrou um descompasso entre o crescimento da receita e da despesa. Conforme apresentação dos dados, no período 2014-2018 a receita cresceu em termos reais 4,45% (média anual de 1,12%) e a despesa, 16,20% (média anual de 4%). “Esse descompasso causou o resultado deficitário crescente da instituição que, a cada ano, agrava mais a sua liquidez, ou seja, a capacidade de pagar suas obrigações”, explicou a auditora interna da Prefeitura e integrante da Comissão de Apoio à Gestão Administrativa, Financeira e Operacional do HSSM, Juliana Marcuzzo.
A auditora destaca que, atualizados, os números para o mês de outubro apontam que as obrigações em atraso somam R$ 2,5 milhões e o déficit mensal pode chegar a R$ 900 mil em função de variações no ingresso das receitas.
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Para que o Hospital São Sebastião Mártir possa crescer, conforme a auditora, ele precisa estar primeiro saudável. Juliana endossou o plano de apoio à casa de saúde apresentado na quinta-feira para lideranças, entidades e comunidade na sede da associação do hospital.
Fundo
A administração municipal, com o objetivo de dar maior transparência na gestão dos recursos que serão buscados para a recuperação financeira do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), instituirá um Fundo Especial. Por meio dele ingressarão os aportes que venham a ser realizados pelos poderes públicos, recursos de doações e contribuições de pessoas físicas e jurídicas. Os repasses ocorrerão na forma de subvenção social ao HSSM para custeio das despesas previamente definidas em plano de trabalho.
Plano de ações
A Comissão de Apoio à Gestão Administrativa, Financeira e Operacional do HSSM apresentou diversas ações para conseguir atingir a meta e reduzir a dívida da casa de saúde. Uma delas é a redução dos custos com profissionais. Outra ideia é analisar a estrutura administrativa por setor, com os coordenadores, para identificar possível redução de pessoal e fazer a implementação das mudanças. O grupo ainda sugeriu diminuir o valor das gratificações de chefia, reduzindo-as em 50% por um período de seis meses. Ainda faz parte do plano a diminuição de horas extras concedidas para cobertura dos períodos de folga dos profissionais que trabalham em regime de 12 x 36 horas.
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Outra medida, que já começou a vigorar desde essa sexta-feira, é a retirada de um plantonista de 12 horas do pronto atendimento, redirecionando os pacientes com grau de risco azul e verde para a UPA. Outras ações sugeridas são a redução dos gastos com honorários médicos em 10% e revisão da verba de insalubridade mediante laudo técnico e devida implementação.
Também foram apresentadas as propostas de venda de imóvel com parte comprada e outra doada pelo Município em 2015, e busca de recursos mediante emendas parlamentares e doações de empresas e pessoas físicas. O grupo quer ainda desenvolver material publicitário e definir estratégias, além de formar agentes multiplicadores que atuarão na busca de doações para auxiliar o hospital.
O hospital busca ainda um maior controle e avaliação na solicitação de exames e procedimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde. Haverá a promoção de melhorias nas acomodações e hotelaria destinadas a pacientes particulares e convênios, e melhorias no controle das internações pelo SUS que não seguem o fluxo determinado.
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A direção também deseja implantar da informatização da farmácia e prescrições do HSSM, assim como o projeto de energia fotovoltaica. Para esses propósitos, busca apoio financeiro.
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