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TÁ NA HORA

Momento de pensar nas práticas sustentáveis no meio empresarial

Foto: Guilherme Athayde

Considerado um dos maiores encontros do gênero, Tá na Hora tem como meta promover reflexão acerca de práticas inovadoras

Em um planeta com previsões ambientais bastante preocupantes para as próximas décadas, os termos sustentabilidade e ESG – de Environmental, Social and Governance – ganham evidência no âmbito empresarial. Ao mesmo tempo, atividades alinhadas a esses conceitos têm estimulado investimentos por parte da iniciativa privada.

Para fomentar as discussões sobre o tema e refletir acerca do que precisa ser feito, a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul promoveu a edição de agosto do Tá na Hora. A tradicional reunião-almoço realizada nessa terça-feira, 16, contou com a participação do diretor-geral da CMPC Brasil, Mauricio Harger, que falou ao público no restaurante do Hotel Águas Claras Higienópolis.

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Com formação em Engenharia Mecatrônica e especialização em finanças avançadas pelo New York Institute of Finance, Harger se diz um entusiasta da sustentabilidade. Através dos exemplos de sua empresa, o diretor-geral da CMPC afirmou que é possível transformar os negócios, ajudar a reduzir os impactos ambientais e ainda gerar emprego e renda.

Um dos maiores entraves à aplicação de práticas sustentáveis nas empresas, explicou, ainda é a desconfiança da indústria e de empreendedores que veem a adequação como custo, e não como investimento no futuro, principalmente entre pequenos e médios negócios.

Harger coordenou projeto de sustentabilidade com orçamento de R$ 2,75 bilhões | Foto: Guilherme Athayde

“Existe uma grande demanda da sociedade para que os negócios, os produtos e os processos industriais sejam transformados para a sustentabilidade. Não dá para ter um ‘pé atrás’, é necesário ter um ‘pé na frente’, porque o consumidor assim está demandando”, disse. Segundo ele, esse é o caminho, e quem estiver alinhado ao conceito vai ganhar mais mercados do que outros, além de fazer um bem para o planeta.

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Harger disse estar confiante de que as próximas gerações serão mais abertas ao termo sustentabilidade. Isso porque, segundo ele, as ações ligadas à preservação do meio ambiente serão formadoras de novos postos de trabalho e até de profissões.

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Segundo ele, as empresas que fizerem mais investimentos e estiverem mais alinhadas com as exigências da sociedade e do mercado terão mais oportunidades de prosperar. “Uma empresa alinhada com as novas demandas com certeza não será surpreendida por nova legislação, uma legislação mais dura, e também terá mais chance de vender seu produto aos consumidores”, salientou Mauricio Harger.

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Investimento bilionário

A CMPC Brasil é o braço nacional da CMPC, indústria global de celulose nascida no Chile e que atua em 11 países, vendendo seus produtos em outras 45 nações. A empresa chegou ao Rio Grande do Sul em 2009, quando adquiriu a unidade da Aracruz Celulose no município de Guaíba.

Na CMPC Brasil, Harger coordenou o projeto BioCMPC, ação ambiental com orçamento de R$ 2,75 bilhões que gerou R$ 350 milhões em impostos e criou 7,5 mil postos de trabalho, com priorização de mão de obra gaúcha. O programa tratou de reciclar 99,8% dos resíduos sólidos gerados a partir das mais de 600 mil toneladas de celulose que a empresa produz anualmente.

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O que não serve para a produção é transformado em 15 itens, como fertilizante orgânico para o solo, chapas de madeira MDF, matéria-prima para produção de cimento, palmilhas de calçados, caixas de ovos e outros.

Federasul coloca assunto em pauta

A diretora e gerente de relações institucionais das bebidas Fruki, Fabíola Eggers, também participou do encontro de ontem. Ela representou a Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, a Federasul. A entidade criou recentemente uma Divisão ESG, que será coordenada por Fabíola. Segundo a diretora, a iniciativa nasceu a partir de uma necessidade identificada pelos membros da Federasul.

“A entidade quer se envolver com essa causa. Neste momento, estamos bem na fase inicial”, explicou. O grupo foi criado para disseminar conhecimento para as demais filiadas. “Foi impressionante a procura. O pessoal quer se envolver por livre iniciativa, querendo participar do grupo. Era o que estava faltando, um impulsionador, e acho que agora vamos conseguir fazer um grande trabalho”, ressaltou.

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O evento

O Tá na Hora é realizado mensalmente. A próxima edição ocorrerá em setembro, ainda sem atração definida. O evento de ontem foi transmitido pela internet. Quem quiser conferir na íntegra a fala do CEO da CMPC Brasil pode acessar as redes sociais da ACI de Santa Cruz do Sul, no YouTube e no Facebook. O encontro dessa terça teve o patrocínio da JTI, BRDE, Phillip Morris Brasil, Unisc, BAT Brasil, Safe Investimentos – XP, Universal Leaf e Gazeta Grupo de Comunicações.

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