Figura histórica no Futebol Clube Santa Cruz, Luiz Carlos Marques, o Palito, até pensa em se aposentar. Porém, antes que isso aconteça, ainda há um objetivo que ele pretende alcançar em 2023. “Eu quero voltar para a primeira divisão. Seria a consagração”, diz o supervisor do Galo, integrante da administração do clube desde 1983. Depois da má fase que teve início em 2013, quando o clube caiu para a Divisão de Acesso e depois foi rebaixado à Série B do Campeonato Gaúcho, o momento é de recuperação. A expectativa é de voltar com força total no ano que vem.
A vida de Palito, hoje com 69 anos, está ligada ao futebol desde a adolescência. Nascido em Santa Cruz do Sul, criou-se na Rua Santo Antônio, quase esquina com a São José. Hoje mora no Bairro Bom Jesus, com a esposa e um dos três filhos. A trajetória como jogador começou em 1966, na categoria juvenil do Avenida. Pouco depois, foi chamado para treinar no Estádio dos Plátanos. Profissionalizou-se em 1970 e em 1971 participou de seu primeiro clássico Ave-Cruz, vestindo a camisa alvinegra. Na época, era um atacante que se destacava por fazer gols de cabeça.
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Após prestar serviço militar e trabalhar em uma empresa fumageira, Palito atuou no futebol amador de Venâncio Aires e Rio Pardo. Em 1975, passou a fazer parte da Associação Santa-Cruzense de Futebol, equipe que surgiu com a fusão de Avenida e Santa Cruz. Esse retorno ao futebol profissional ocorreu a convite do treinador Daltro Rodrigues Menezes, que foi técnico de Internacional e Grêmio. Sob o comando de Menezes, o time ficou em terceiro lugar no Estadual de 1975. Apesar dos bons resultados, a Associação teve vida curta e terminou em 1978.
Palito ainda defendeu clubes como Estrela, São Paulo de Rio Grande, 14 de Julho de Passo Fundo e, por fim, a Associação São Borja. A carreira de atleta se encerrou de forma inesperada e dolorosa. Em 1981, numa partida entre São Borja e Caxias, o santa-cruzense levou a pior em um lance com o goleiro adversário, Casagrande.
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Ele deu um carrinho e me atingiu em cheio na perna esquerda”, lembra. O resultado: fratura e ruptura de ligamentos. Luiz Carlos Marques levou dois anos para se recuperar e caminhar normalmente. Na época, não havia os tratamentos de reabilitação que existem hoje. Mesmo assim, frisa que nunca guardou rancores. “Foi um lance de jogo”, afirma. Anos depois, Casagrande veio jogar no time do Santa Cruz. Palito já era supervisor do clube e ambos puderam conversar sobre o que havia acontecido. “Eu desculpei ele.”
Berço de novos talentos
Aposentado como atleta, Palito começou a desempenhar funções administrativas no Galo em 1983. Foi instrutor de categorias de base e depois passou a trabalhar na secretaria do FC Santa Cruz, onde tratava, entre outras coisas, de contratações e rescisões. Na década de 1980, o clube obteve boas colocações no Campeonato Gaúcho e chegou a disputar a Série D do campeonato nacional.
Para Luiz Carlos Marques, o Galo sempre se destacou por revelar talentos. “Nós sempre descobrimos bons jogadores.” Como exemplos, cita Alexi Stival, o Cuca, ex-atacante que hoje é um treinador consagrado; Tião, que jogou nas categorias de base do Santa Cruz e se destacou no Internacional; Everton Severo e outros. “Por esse motivo procuramos manter as divisões de base, porque sempre fomos fortes nisso”, ressalta.
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A experiência na Sociedade Cultural União
Luiz Carlos Marques também já esteve à frente da Sociedade Cultural e Beneficente (SCB) União, o Uniãozinho, espaço da comunidade negra santa-cruzense que vai completar cem anos em 2023. Ele foi eleito presidente em 1992. Em seus dois anos de atuação, Palito orgulha-se de um feito em especial. “Fiz uma façanha em Santa Cruz: trouxe o Neguinho da Beija-Flor quando ele estava no auge. E não foi fácil tirar ele do Rio de Janeiro.” Lembra que o sambista carioca lotou o Pavilhão Central do Parque da Oktoberfest, em um show apresentado em 1992.
“Nós estávamos bastante motivados naquela época. Chegamos a ter 250 associados no clube”, recorda. Na sua gestão, ele também fez do jantar-baile um tipo de evento bastante concorrido. O primeiro ocorreu no Pavilhão Central, com 500 ingressos vendidos de forma antecipada. “Ainda bem, porque choveu o dia inteiro. Com um tempo daqueles, se não tivéssemos vendido antes, acho que ninguém ia aparecer.” Palito é um dos entrevistados de Pérola Negra, documentário de 2013 que conta a história da SCB União.
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