Comemorado nesta quarta-feira, 20, o Dia do Amigo ganhou força no Brasil na década de 1990, quando algumas cidades, como o Rio de Janeiro, incluíram-no no calendário oficial através de lei. Criada na Argentina na década de 1970, em iniciativa atribuída ao psicólogo, músico e dentista Enrique Ernesto Febbraro, a data surgiu inspirada na chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969. Na ocasião, segundo Febbraro, o fato serviu para “fazer amigos em outra parte do universo”, em alusão à viagem espacial.
Em 2011, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional da Amizade, a ser comemorado no dia 30 de julho. Mas quando essas datas são festejadas, pouco importa para quem se reúne para confraternizar. Em Santa Cruz do Sul, é comum vermos grupos se reunindo em bares e cafeterias. Para algumas dessas pessoas, o encontro com amigos acaba virando parte da rotina.
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O empresário e comerciante Mauro Spode participa de um grupo que se reúne há mais de 17 anos. Ele conta que, em épocas anteriores, o pai também mantinha o costume de confraternizar no antigo Quiosque, na Praça Getúlio Vargas, local que hoje está fechado. Mauro não lembra o ano exato em que a turma começou a se reunir, mas os encontros, às vezes, chegavam a ter mais de dez integrantes no restaurante.
“Não lembro exatamente a data, mas foi antes da reforma do Quiosque, em 2005, que começamos a nos reunir. Eram duas turmas, uma que se reunia às 9 da manhã e outra depois do meio-dia. Muitos iam almoçar lá e depois ficavam para o café.”
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Com o encerramento das atividades do Quiosque, os amigos passaram a se reunir com frequência no Café Dorinho, na Rua 28 de Setembro, também no Centro. Na “pauta” dos encontros, apenas um tema é rejeitado, segundo Spode: “Só não pode falar de trabalho (risos). A proposta é a camaradagem, a brincadeira. A gente até fala sobre assuntos corriqueiros, o tema do momento da cidade é debatido também, mas normalmente o assunto não é muito sério.”
Rede social aproximou colegas de escola
Quem também tem muita história para contar é o grupo da comerciante Giseli Luz Lima. Hoje com 56 anos, ela segue próxima das amigas que fez quando ainda estudava no Colégio das Irmãs, atual Dom Alberto. São cerca de dez mulheres que se encontram mensalmente para relembrar a época da adolescência.
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Giseli lembra que todas haviam perdido contato após alcançarem a vida adulta. Porém, graças às redes sociais e à vontade de rever pessoas especiais, o grupo, denominado por elas como “Amigas Especiais”, conseguiu se reunir há cerca de dez anos. “Depois de uns 30 anos, a gente se reencontrou nas redes sociais. Uma das meninas, a Jeanine Thier, foi procurar no Facebook, encontrou uma por uma e foi chamando. Desde então, a gente se reúne quase todo mês.”
As reuniões serviram inclusive para o grupo reatar a aproximação com uma das professoras da época de colégio, a irmã Eugênia, que deixou Santa Cruz em 1977 para se mudar para Cidreira, no Litoral Gaúcho. Apesar de não participar ativamente do grupo, Giseli destaca que fala constantemente com a ex-professora.
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Importante em todas as fases da vida
A psicóloga Alessandra Steffens Bartz explica que as relações de amizade e confiança são fundamentais no desenvolvimento humano. A profissional lembra que desde a infância é preciso o contato com os pais e a família para que essa relações sejam estabelecidas. “Nós temos essa necessidade. Precisamos de contato humano e afetivo. Os amigos são a ‘família que a gente escolhe’, como a gente diz na fala popular. Então é muito importante manter esse relacionamento com os amigos, pois eles proporcionam grandes trocas afetivas, de conhecimento, valores, experiências de vida.”
Alessandra observa que, com a pandemia, muitos problemas de saúde foram agravados. Os casos de depressão e ansiedade se multiplicaram, afetando pessoas de todas as idades. Segundo a psicóloga, sobretudo na questão dos idosos, manter-se ativo através de amizades e relações de confiança é essencial para a saúde mental. “Estamos tramados em uma rede social que é muito importante para todos, no sentido de dar e receber. As amizades nos enriquecem muito. Nos idosos, é possível perceber o quanto a qualidade de vida melhora quando eles mantêm relacionamentos com amigos, inclusive a própria estimulação do cérebro. Existe uma indicação de que manter atividades, estar com os amigos, estimula o cérebro da pessoa idosa. Essa é uma medida preventiva quando se fala em declínio em função da idade, mostrando o quanto é importante a amizade dentro do nosso funcionamento. Manter boas relações é um critério de saúde mental”, aponta a profissional.
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