Grace, minha filha, e eu já estivemos outras vezes em Berlim. Mas desta vez a visitamos convidados pelo ex-cônsul geral da Alemanha, Axel Gutmann. Ele nos mostrou a cidade por caminhos muito especiais. Entre eles, um me emocionou em especial. Sabendo de meu apreço pelos Irmãos Grimm, por sua contribuição para a língua alemã e pelos inúmeros Märchen coletados e divulgados, ele me levou ao St. Matthäus-Kirchhof, para visitar os túmulos dos Irmãos Grimm e o de Rio Reiser, famoso cantor, compositor e ator.
Com Dr. Gutmann visitamos diversos outros lugares e eventos especiais. Entre eles ressalto aqui lugares conhecidos, agora revisitados sob um novo olhar: o Potsdamer Platz, o Brandenburgertor – Portão de Brandenburgo – e a Kurfürstendam – ou Ku’Damm, como é conhecida a rua mais famosa de Berlim. Cada vez que visito o Potsdamer Platz encontro ali novos, moderníssimos, prédios. Lá subimos ao topo do prédio mais alto – ao Panoramapunkt –, onde contemplamos Berlim do alto e tomamos café; o Brandenburger Tor foi inaugurado em 1791 e é testemunho de muitos acontecimentos ao longo de sua existência. O portão é coroado por uma quadriga (uma estátua da deusa grega Irene – deusa da paz – em uma biga puxada por quatro cavalos).
Aliás, Napoleão, depois de derrotar os prussianos em 1806, carregou a quadriga, como troféu, para Paris. Em 1814 foi a vez de os prussianos derrotarem Napoleão e trazerem a quadriga para o seu lugar sobre o portão. Os nazistas fizeram uso propagandístico do portão. Com Berlim dividida, ele ficou por um bom tempo sob domínio soviético. Com a edificação do muro, em 1961, que passou rente ao portão, o lugar ficou abandonado. Mais tarde, com a queda do muro, em 1989, o Brandenburger Tor passou a ser símbolo da unidade alemã.
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Berlim respira história, é um mundo próprio, uma cidade verde, com muitas Linden/Tílias e o Tierpark, o maior zoológico da Europa, numa imensa área verde bem no coração da cidade, próximo ao Alexanderplatz. Quando se contempla o crescimento vertiginoso, de arquitetura moderna, fica difícil associá-la às imagens de 1945 – uma cidade totalmente destruída pela guerra. No entanto, na Kurfürstendam, próximo ao KDW (Kaufaus des Westens – mundialmente famosa loja de departamentos), a memória continua viva na Gedächtniskirche, a Igreja da Memória. Por vontade dos berlinenses, a torre parcialmente destruída foi mantida, para lembrar o significado da guerra.
Entre os eventos de que tivemos oportunidade de participar, foi muito especial o concerto na Embaixada Brasileira em homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil e o almoço com o deputado federal por Tübingen, Martin Rosemann, que nos proporcionou uma visita a diferentes instâncias do governo e ao Reichstag, sede do Parlamento Federal. Em Berlim também nos encontramos com o professor Henning Füllbier. Füllbier foi, por longo tempo, coordenador para o ensino da língua alemã nas escolas do Rio Grande do Sul.
Tudo o que significa Berlim não cabe neste minúsculo texto. Berlim compõe um mundo próprio, reinventado, e visitá-la é sempre muito enriquecedor.
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