A tendência da grande mídia em turbinar as notícias ruins baseia-se na equivocada premissa de que “notícia ruim vende mais”. Além de espalhar a depressão – algo completamente desnecessário depois de dois anos de pandemia! –, a postura impede que o público conheça experiências exitosas para inspirar pessoas, administradores e clubes de serviço, agentes indutores do desenvolvimento em todos os cantos.
Nos dois últimos meses, tenho viajado por diversas regiões do Estado, incluindo o Vale do Rio Pardo.
Nessas andanças, vejo exemplos incríveis envolvendo experiências comunitárias cujos resultados valorizam as potencialidades locais. São casos que poderiam ser replicados em vários municípios.
Na semana passada, tive o privilégio de estar em Frederico Westphalen, na região do Alto Uruguai, por quatro dias. Eu já conhecia a cidade, mas fiquei impactado com o capricho que se vê por todo lado. Também chamou a atenção o fato de que a catedral é uma espécie de centro indutor, cujo entorno abriga a sede de diversos poderes e órgãos de relevo. O templo tem tudo a ver com a origem do município.
Perto dali, outra cidade, Ametista do Sul, começa a despertar para o turismo. Não apenas pelas belezas naturais, mas pela capacidade de usar a riqueza mineral que emprestou o nome da cidade para idealizar roteiros únicos. Para se ter uma ideia, lá existem restaurante, hotel e cervejaria dentro das minas de ametista, aquela pedra lilás e reluzente.
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Outro destaque da região é o Salto do Yucumã, a maior queda longitudinal de água do mundo, localizada no Salto do Turvo, no município de Derrubadas. Como repórter, na década de 1990, percorri o parque durante uma semana. Voltei de lá com a convicção de que se trata do lugar mais bonito do Rio Grande do Sul. Duvidam? Então pesquisem na internet para conhecer. Vale a pena conferir e, mais do que isso, viajar até lá.
O grande empecilho para conhecer essas joias localizadas no Alto Uruguai são as péssimas condições da BR-386. O trecho entre Sarandi e Frederico Westphalen é o pior, com buracos, acostamento desnivelado, má sinalização e matagal cobrindo as placas. O turismo é um segmento que gera milhares de empregos e desenvolvimento econômico que só precisa de apoio para manter acessos através de estradas e de aeroportos.
Como referi no início desta crônica, o Rio Grande do Sul e o Brasil têm “cases” únicos de sucesso, resultado do esforço de comunidades que não reclamam. Ao invés de esperar, arregaçam as mangas, trabalham e rezam para que as autoridades não atrapalhem. Em Frederico Westphalen, 100 mil turistas participaram do Natal, sucesso resultante da criatividade da população e voluntários. Muitas cidades gaúchas têm potencial para seguir o exemplo. Basta apoio, união e criatividade!
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